EaD
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03/10/2025 10h09 Entrevista
Pela primeira vez, em 2024, o Brasil teve mais matrículas de graduação à distância do que em cursos presenciais. A informação, trazida pelo Censo da Educação Superior, divulgado no último dia 22 de setembro, pode ter causado um certo choque, mas a observação atenta dos dados da última década mostra que essa era uma tragédia anunciada. Para piorar o cenário, a taxa de evasão segue tendência diametralmente oposta: mais de 24% dos ingressantes nos cursos EaD abandonam os estudos, contra 9,5% nos presenciais. Como uma pista que ajuda a entender como chegamos a esse ponto, o mapeamento feito pelo Inep, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira, mostrou, ainda, que quase 96% desses cursos à distância estão concentrados nas instituições privadas, em especial, aquelas com fins lucrativos. Completando esse desenho, o censo informa que, nos últimos dez anos, a rede privada de ensino superior cresceu mais de 73%, contra menos de 5% da rede pública. Nesta entrevista, Maria Angélica Minhoto, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenadora de pesquisa do Centro de Estudos Sociedade, Universidade e Ciência (SoU Ciência), analisa esses dados, historiciza o processo de transformação do “modelo de negócios” das instituições privadas de ensino superior e comenta sobre o novo marco regulatório da EaD no Brasil, o decreto 12.456, publicado em maio de 2025. Avaliando o caminho adotado pelas políticas públicas ao longo dos diferentes governos, a pesquisadora até admite que a estratégia de ampliar o acesso ao ensino superior com a participação de instituições privadas poderia “fazer parte do jogo”, mas alerta que “não nessa dimensão”. “Esse modelo de Educação Superior que a gente tem no Brasil é uma coisa não comparável”.
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05/07/2021 10h53 Reportagem
Luta histórica, iniciativa que vai promover a formação técnica de ACS e ACE é apoiada por entidades representativas das categorias, mas sofre críticas de instituições formadoras do SUS
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19/01/2021 15h48 Reportagem
Novas Diretrizes Curriculares da Educação Profissional foram homologadas pelo MEC em janeiro. Em reportagem da última Revista Poli, pesquisadora apontava que texto pode fragilizar o ensino médio e criar um mercado para o setor privado nas redes estaduais
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14/07/2020 14h16 Reportagem
Entidades filantrópicas de origem empresarial oferecem cardápios de soluções para o ensino remoto e o planejamento da volta às aulas
- Tópicos:
- covid-19,
- público e privado na educação,
- EaD
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02/07/2020 11h24 Entrevista
A decisão sobre utilizar ou não o ensino remoto durante o período de isolamento social é um dos desafios – e das polêmicas – que a Covid-19 trouxe para a educação no Brasil. A atuação das entidades filantrópicas de origem empresarial na condução do debate político e na oferta de serviços e tecnologias para agora e para o futuro pós-volta às aulas é outro ponto que tem mobilizado a atenção de pesquisadores do campo (e que será pauta de reportagem da próxima Revista Poli, que estará disponível em breve). Nesta entrevista, Gabriel Corrêa, gerente de políticas públicas do Todos pela Educação, que tem várias dessas entidades como mantenedoras e vocaliza as principais propostas desse segmento, descreve as ações do Movimento neste momento, discute as críticas ao ensino remoto e defende o que deve permanecer como mudança mais perene no pós-pandemia.
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02/07/2020 10h59 Entrevista
Lançando mão do conceito de “privatização por desastre”, que analisa a experiência de países que passaram por tragédias naturais, Marina Avelar, pesquisadora associada da Graduate Institute of International and Development Studies, da Suíça, debate criticamente, nesta entrevista, como a suspensão das aulas em função da pandemia pode se tornar uma ”janela de oportunidades” para uma penetração ainda maior das entidades filantrópicas de origem empresarial nas redes públicas de ensino. Protagonismo na formulação de políticas públicas e oferta de soluções tecnológicas para o ensino remoto são, na avaliação da pesquisadora, algumas das ações dessas entidades que miram o agora e o futuro.