André Antunes
Dose extra de veneno

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) foi contra a aprovação e, numa nota técnica, listou os “prejuízos incalculáveis e irreparáveis para a saúde, o ambiente e a sociedade” que ela traria.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) foi contra a aprovação e, numa nota técnica, listou os “prejuízos incalculáveis e irreparáveis para a saúde, o ambiente e a sociedade” que ela traria.
O dia 13 de junho de 2013 foi um marco importante para um movimento que entraria para a história como a maior mobilização de massas dos últimos 20 anos no Brasil, as Jornadas de Junho. Nesse dia, na esquina das ruas Maria Antônia e Consolação, em São Paulo, um protesto organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL) contra o aumento da tarifa de ônibus na capital paulista que reuniu cerca de 5 mil pessoas foi reprimido brutalmente pela Polícia Militar.
A Fundação Oswaldo Cruz teve uma participação importante no encontro. Cerca de 20 trabalhadores de várias unidades participaram do 4º ENA. Segundo Marco Antonio Menezes, vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS/Fiocruz), a participação no encontro faz parte de um processo de aproximação com os movimentos da agroecologia a partir de uma diretriz saída do 7º Congresso Interno da Fundação. “Um ponto importante para a Fiocruz foi o anúncio de um novo momento na relação com a Articulação Nacional de Agroecologia, com a consolidação de um termo de cooperação.
Os documentos produzidos pelo 4º ENA sintetizam o que foram quatro dias de muitas atividades e debates. Além das plenárias, o encontro também pautou 32 experiências territoriais em agroecologia divididas entre seis biomas brasileiros: Pampa, Caatinga, Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal. Também houve espaços dedicados ao litoral e às regiões metropolitanas. O objetivo denunciar os impactos causados pelas grandes obras e pelo agronegócio e anunciar as lutas e conquistas dos povos que praticam a agroecologia no país.
Não foram poucas as dificuldades enfrentadas pela organização do 4º Encontro Nacional de Agroecologia (ENA), que terminou no último domingo (3/06) em Belo Horizonte. Afora o desafio de se reunir em um mesmo local, por quatro dias, milhares de pessoas vindas de todos os cantos do país, com recursos escassos, o encontro deste ano foi atravessado pela falta de combustível deflagrada pela greve dos caminhoneiros, que teve início na semana anterior ao evento. O resultado foi que nem todo mundo conseguiu vir. Mas muita gente veio.
Os impactos e a resistência ao Matopiba foram tema de um seminário promovido na sexta-feira (01) durante o 4º Encontro Nacional de Agroecologia (ENA). Coordenado por Maria Emilia Pacheco, da Articulação Nacional de Agroecologia e da Fase, o debate reuniu pesquisadores, integrantes de organizações da sociedade civil e representantes de comunidades tradicionais do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, os quatro estados afetados pelo Plano de Desenvolvimento Agropecuário do Matopiba.