Maíra Mathias
'O Estado é uma força que atrapalha as sinergias de mudança'
Do movimento zapatista, no México, aos movimentos que reivindicam casa e terra no Brasil. Dos governos considerados mais progressistas, como Bolívia e Venezuela, aos mais alicerçados em alianças conservadoras como o Brasil e a Argentina. O jornalista e pesquisador uruguaio Raúl Zibechi parece ter, como poucos, um interesse profundo por todos os grupos que se movem no cenário latinoamericano e que, de alguma forma, contestam a ordem vigente.
Mais longe da terra

Marialva, Nísio, Oziel. É muito provável que você não nunca tenha ouvido falar nas histórias por trás desses nomes. São algumas das vítimas nos últimos anos da escalada da violência contra os povos indígenas no Mato Grosso do Sul que explodiu de novo entre agosto e setembro de 2015. O ataque que inaugurou a onda de terror entre as comunidades aconteceu no município de Antonio João, onde se localiza a Terra Indígena (TI) Ñanderú Marangatú.
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Instituto Nacional de Saúde Indígena: pomo da discórdia

A proposta foi apresentada pelo governo federal meses depois da 5a Conferência Nacional de Saúde Indígena e, desde então, tem causado polêmica. Trata-se da criação do Instituto Nacional de Saúde Indígena (INSI), que assumiria a prestação de serviços de atenção básica, ações de saneamento, edificações de saúde e “fortalecimento do controle social” no lugar da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). Fruto da reivindicação do movimento indígena, a Sesai foi criada em 2010 justamente para levar a gestão da saúde indígena para dentro do gabinete do ministro da Saúde.