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Poli Antirracista

Apresentação

Em março de 2023, a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) instituiu como temática central do biênio (2023-25) a promoção da educação politécnica antirracista. A ideia é contribuir para a construção da igualdade étnico-racial no contexto da formação de trabalhadores técnicos em saúde, por meio do fortalecimento de ações que a instituição já realizava e da criação de novas atividades que reforçam esse compromisso. 

Ofertando cursos em diversas áreas da Educação Profissional em Saúde, a EPSJV/Fiocruz possui habilitações técnicas de nível médio integrado, além de cursos de qualificação, especialização e pós-graduação para formar trabalhadores para atuarem no Sistema Único de Saúde (SUS). Nessas formações têm sido incorporados referenciais contra-coloniais, críticos e interseccionais, seguindo as leis 10.639/03 e 11.645/08, que determinam a inclusão da História e Cultura Afro-brasileira e Indígena no currículo oficial da rede de ensino.

Ações

Uma série de atividades estão sendo realizadas ao longo desses anos, no âmbito da pesquisa e ensino, são elas: 

•   A oferta do curso autoinstrucional "Letramento racial para trabalhadores do SUS", que compõe um desdobramento do projeto de pesquisa “Formação, Trabalho em Saúde e Racismo Estrutural: experiências de trabalhadoras e trabalhadores negros atuando nas capitais Rio de Janeiro e Salvador”. Totalmente online e gratuito, o curso é voltado para trabalhadores do SUS atuantes em funções assistenciais e/ou gestoras, mas mesmo se você não for da área e tiver interesse sobre o assunto, pode se inscrever também. Inscrições abertas até 30 de maio de 2025.

 

•  O projeto Sankofa, que além de fomentar o debate, promover a reflexão e reivindicar a efetiva implantação das leis 10.639/03 e 11.645/08 no Projeto Político Pedagógico da escola e na estrutura curricular, promove uma edição anual aberta ao público, que reúne estudantes, trabalhadores e palestrantes convidados, em rodas de conversas, mesas de debates e apresentações culturais que buscam resgatar saberes ancestrais. 

Leia as matérias sobre as edições do Sankofa:

Sankofa discute descolonização do currículo

‘Arte, Corpo e Saúde: expressões da liberdade’ é tema da 2ª edição do Sankofa

EPSJV promove 3ª edição do Sankofa

Escola Politécnica promove 5ª edição do Sankofa

 

•  O resgate e valorização da história, origem e legado dos técnicos negros de laboratório da Fiocruz, em especial de Joaquim Venâncio, o patrono da Escola Politécnica. Como, por exemplo, a inauguração dos murais feitos pelo Projeto Negro Muro, em junho de 2024, que referenciam a importância desses trabalhadores para a Ciência e a Saúde brasileiras.

 

•  A criação da identidade visual "Educação Politécnica Antirracista” e uma maior representatividade de gênero e étnico-racial nos conteúdos e produções de comunicação institucional e pública, incluindo o Observatório dos Técnicos.

 

•  A ampliação do debate sobre os desafios para a construção de uma escola acolhedora, diversa e inclusiva, que envolve ações de formação dos próprios trabalhadores da escola, assim como o fortalecimento de estratégias de permanência estudantil e a criação do Poli Escuta, um programa de acolhimento socioemocional dos estudantes.

 

• A realização de seminários temáticos, no âmbito da Câmara Técnica de Ensino e Informação da EPSJV, que subsidiaram as mudanças currriculares dos diferentes cursos. Os três ciclos de debates falaram sobre: (1) "Revisão Curricular do CTNMS - Currículo, educação e pensamento decolonial: os saberes indígenas", com a participação de Tania Conceição Clemente de Souza, professora de Linguística da UFRJ; (2) "Currículo e educação: perspectivas decoloniais para repensar a univers(al)idade?", que contou com Diego dos Santos Reis, professor da Universidade Federal da Paraíba; e (3) "Currículo e educação politécnica: o pensamento marxista e a educação na atualidade, com a presença de Virgínia Fontes, professora da pós-graduação da Universidade Federal Fluminense e da Escola Nacional Florestan Fernandes.

 

•  A adoção de referenciais contra-coloniais no currículo, sobretudo no CTNMS, e não somente adesão em disciplinas específicas, com incentivo à realização de disciplinas e debates voltados ao processo de ampliação do letramento racial, branquitude e privilégios; contando também com a aquisição de livros de autores negros para a Biblioteca.

 

•   A criação de painéis de acesso aberto com disponibilização dos dados socioeconômicos dos ingressantes na instituição, evidenciando a ampliação progressiva da presença de estudantes negros e de baixa renda desde 2020, quando o sorteio público passou a se constituir como forma de ingresso.

 

•   A divulgação dos canais oficiais para denúncia, com a finalidade de apurar as práticas discriminatórias e racistas no cotidiano da instituição.

 

•   A realização de eventos e maior integração entre pesquisadores com atuação na saúde indígena e saúde da população negra.

 

•   A criação do projeto “Narrativas de Mulheres Negras como Campo de Investigação e Universo Estratégico para o enfrentamento do racismo institucional no SUS”, que tem como objetivo analisar e contribuir para o combate ao racismo direcionado às mulheres negras no SUS.

 

•   A criação do projeto “Joaquim Venâncio e os Lutz: Passado e Presente das Relações de Trabalho na Fiocruz”, cujo objetivo é compreender e analisar aspectos de ordem interseccional presentes nas relações de trabalho entre Joaquim Venâncio, Adolpho e Bertha Lutz, personagens da história institucional da Fiocruz, e como isso reverbera no presente.

 

•   A criação do projeto “Expressões de Racismo no Trabalho de ACS”, no âmbito do SUS, destacando experiências de Agentes Comunitárias de Saúde (ACS), que são majoritariamente mulheres negras.

 

•   A criação do projeto “Recursos Educacionais para o Aprimoramento do Trabalho Desenvolvido por Profissionais Yanomami E Munduruku", que visa desenvolver recursos educacionais nas línguas Yanomami e Munduruku para que sejam utilizados como material pedagógico.

 

•   A continuidade das atividades do Fórum Vivo Respiro, que integra as atividades de campo do Projeto Respiro e tem por objetivo dialogar, trocar experiências e debater sobre as desigualdades de classe, gênero e raça, a partir da contextualização realizada por convidados e das vivências trazidas pelos trabalhadores de saúde desde a pandemia da covid-19.

 

•   A elaboração de rodas de Produção Criativa, com Dandara Suburbana, para aprofundamento das relações de cuidado entre mulheres trabalhadoras e usuárias da atenção primária em saúde; E rodas de Terapia Comunitária Integrativa para usuárias da atenção primária em saúde sobre vivências, histórias e lembranças relacionadas ao cuidado em saúde.