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Ana Paula Evangelista

Pesquisadoras da EPSJV/Fiocruz elaboram nota técnica sobre os agentes comunitários de saúde para compor a agenda estratégica para a APS no SUS. A nota foi apresentada no seminário da Rede APS da ABRASCO

Pesquisadoras da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), publicam nesta sexta-feira (5) a nota técnica O caráter estratégico do Agente Comunitário de Saúde na APS [Atenção Primária à Saúde] integral, com o objetivo de discutir os desafios agravados pela atual crise sanitária, política e social.

A nota será apresentada no seminário Uma Agenda Estratégica Política e de Pesquisa para a APS no SUS, realizado pela Rede de Pesquisa em APS da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

Segundo Márcia Valéria Morosini, uma das pesquisadoras, assim como em outras publicações anteriores à nota, discutiu-se os efeitos “nocivos” para a APS de alterações realizadas principalmente após à publicação da Política Nacional de Atenção Básica (Penab) 2017.

“Essas alterações, no nosso entendimento, apontam no sentido de uma radicalização da privatização da APS. Nessa nota, nosso foco são os impactos dessas mudanças sobre o trabalho do agente comunitário de saúde”, afirma Morosini. 

Um dos pontos de partida é o entendimento de que o Agente Comunitário de Saúde (ACS) é um trabalhador “sensível” às mudanças. Esse é o argumento central da nota, desenvolvido pelas pesquisadoras Angélica Fonseca e Márcia Valéria Morosini.

“O que a gente está querendo dizer com isso? Que tanto a presença do ACS na APS, quanto o sentido do seu trabalho, como também o escopo de suas atribuições e atividades, vêm sendo prejudicados.”

As pesquisadoras também fizeram o esforço de projetar como possíveis tendências que ganharam força durante a pandemia de covid-19, como o teletrabalho, podem impactar a atuação dos ACS. “Ao final da nota a gente apresenta um conjunto de indicações para ação, tendo os princípios do SUS e APS integral como fundamento.”

Alterações da Pnab

Em agosto de 2017 houve a reformulação da Pnab. A partir daquele momento, passou-se a permitir a composição das equipes de APS pela gestão municipal de acordo com as características e necessidades locais, e a inclusão de um Gerente de Atenção Básica “com o objetivo de contribuir para o aprimoramento e qualificação do processo de trabalho nas UBS”, como informa o Ministério da Saúde.

A mudança também definiu um prazo de quatro meses para que o gestor municipal implemente a equipe de saúde. Anteriormente, não havia um prazo definido.

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Também foi criado o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), com o objetivo de ampliar a abrangência da Atenção Básica. Com isso, as equipes passaram a integrar não somente as de Saúde da Família, mas também as equipes de Atenção Básica tradicionais.

O novo texto também reduziu o tamanho da população a ser atendida pelas equipes de 4 mil pessoas para entre 2 mil e 3,5 mil.

Edição: Leandro Melito

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Repórter SUS

Cesáreas indicam maior risco de mortalidade nos primeiros 5 anos de vida em 25% das crianças

Um estudo liderado pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde da Fundação Oswaldo Cruz da Bahia (Cidacs/Fiocruz) concluiu que os partos cesáreos estão relacionados ao aumento do risco de mortalidade nos primeiros cinco anos de vida em 25% das crianças, em comparação àquelas que nasceram por parto normal.

Por outro lado, os nascimentos realizados com indicação médica clara para o procedimento cirúrgico foram associados a uma redução do índice de óbitos, o que mostrou a necessidade da cesariana quando indicada por especialistas.

“Cultura cesariana”

Para Enny Paixão, epidemiologista, coautora do estudo e professora assistente da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, os dados observados abrem uma porta para que sejam discutidos quais são os riscos que um procedimento cirúrgico, como o parto cesáreo, pode apresentar. 

“O que a gente queria muito alertar com essa pesquisa é que, como qualquer procedimento cirúrgico, a cesariana tem os seus riscos inerentes. E isso é importante de ser ressaltado, porque uma pesquisa, por exemplo, conduzida na Turquia, observou que muitas mulheres acreditavam que um parto cesariano não traz risco e que, na verdade, é benéfico para a criança”, afirma Paixão.

Infelizmente, no Brasil, as taxas de nascimentos por cesáreas estão acima de 15%, que é o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O país está em segundo lugar no ranking das cesarianas, com uma taxa em torno de 90%, quando se trata do setor privado. “Essas cesarianas que acontecem sem uma indicação clínica clara podem estar gerando um aumento da mortalidade na infância em comparação àquelas que nasceram por via vaginal”, afirma a pesquisadora.

“A gente precisa desmistificar isso e mostrar que existem indicações e, quando elas estão bem colocadas, o parto cesariano é indicado e importante, mas quando não existem indicações claras, a gente precisa levar em consideração que esse é um procedimento cirúrgico que pode trazer riscos.”

Metodologia

O estudo cruzou dados das bases de nascimento e mortalidade de crianças do Ministério da Saúde, registrados entre 2012 e 2018. As descobertas foram publicadas na primeira quinzena de outubro na revista científica internacional PLOS Medicine (EUA), em parceria com a Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres.

Enny Paixão explica que o estudo levou em consideração que alguns nascimentos precisam de fato ocorrer por meio da cesariana. Por isso, utilizou-se a classificação de Robson, que agrupa as mulheres em categorias mutuamente exclusivas, com base em características obstétricas, como idade gestacional e condições de saúde do feto.

Assim, os nascimentos foram divididos em três grupos. No primeiro, os nascimentos sem indicação médica para cesariana. No segundo, uma comparação entre aquelas mulheres que tinham uma cesariana anterior com aquelas mulheres que repetiram a cesariana no segundo filho ou tentaram por um parto vaginal. Por fim, no terceiro, os nascimentos com indicação médica para cesariana. "Quando comparadas, crianças nascidas por cesariana com aquelas crianças nascidas por parto vaginal, a gente observou um aumento de 25% na mortalidade na infância no grupo das nascidas por cesariana.” 

Edição: Vivian Virissimo

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Repórter SUS

Apenas 30% das mulheres indígenas iniciaram o pré-natal no primeiro trimestre de gestação

Os dados sobre a cobertura do pré-natal no país são frágeis. Um estudo de 2017, com dados do DataSus coletados entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017, mostra que apesar da alta cobertura, o pré-natal ainda apresenta lacunas. Segundo a pesquisa, 95,3% das gestantes receberam o cartão pré-natal e 83,7% iniciaram o acompanhamento com menos de 13 semanas de gestação. No entanto, apenas 69,2% receberam todos os aconselhamentos.

Entre a população indígena, em situação de maior vulnerabilidade, o cenário piora. O Primeiro Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas, realizado ainda em 2019, apenas 30% das mulheres indígenas iniciaram o pré-natal no primeiro trimestre de gestação.

“Esse é um ponto importante do entendimento do pré-natal, porque é muito necessário que as mulheres comecem no primeiro trimestre, porque é onde identifica uma série de doenças que pode prevenir ou curar para evitar que alcancem o bebê”, afirma Luiza Garnelo, pesquisadora do Instituto Leônidas & Maria Deane, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Garnelo, que é coautora do artigo “Avaliação da atenção pré-natal ofertada às mulheres indígenas no Brasil: achados do Primeiro Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas”, explica também que a maioria das gestantes indígenas não realizou o mínimo de consultas recomendado pelo Ministério da Saúde, cerca de 84%.

No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda no mínimo seis consultas, uma no primeiro trimestre da gestação, duas no segundo e três no terceiro, todas oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O índice de exames físicos também se mostrou bastante baixo, como exames de mama, dosagem de açúcar no sangue, de urina, entre outros.

“A maior parte das mulheres não teve exames solicitados. Mais de 50% que teve exame solicitado o percentual também não foi lido, revisado. Se foi realizado, não houve um retorno do dado para o paciente pelos médicos”, afirma Garnelo.

O pré-natal é considerado uma das ferramentas mais importantes para a redução da morbimortalidade materna e infantil e para a prevenção e detecção precoce de patologias tanto maternas como fetais. Trata-se de um acompanhamento abrangente que envolve não apenas médicos e enfermeiros, mas especialistas de outras áreas que possam acompanhar aspectos como o desenvolvimento infantil e a saúde emocional dos pais.

Clique aqui para conferir o artigo na íntegra.

Edição: Vivian Virissimo

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Repórter SUS

Suspensão da vacinação de adolescentes gerou controvérsias sobre imunização, diz pesquisadora

A vacinação de crianças e adolescentes se tornou uma controvérsia nas últimas semanas, depois que o Ministério da Saúde orientou pela suspensão da vacinação em indivíduos deste grupo sem comorbidades.

Na ocasião, a pasta justificou a interrupção ao defender que o risco de óbitos ou casos mais graves da doença entre adolescentes é considerado baixo. Apesar de ter recuado da decisão, a breve suspensão lançou dúvidas acerca da necessidade da imunização dessa faixa etária.

A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) publicou uma nota sobre o assunto a fim de esclarecer alguns pontos. Segundo Anaclaudia Gastal Fassa, integrante do Conselho Deliberativo da Abrasco e docente do Programa de Pós-graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), uma vez que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a aplicação da vacina da Pfizer em pessoas acima de 12 anos, a imunização é “segura e eficaz”.

“É muito importante que todos aqueles, para os quais tem vacina disponível, se vacinem, pois essa vacina vai não só evitar casos leves e graves em adolescentes, embora os casos graves sejam raros eventualmente acontecem, como também têm um efeito coletivo, reduzindo a transmissão da doença”, afirma Fassa.

Para a Abrasco, a decisão do Ministério da Saúde “prejudica o Programa Nacional de Imunização, ampliando o receio de parte da população que já hesita em se vacinar e dificultando a ampliação de cobertura vacinal”.

Até o momento, foram aplicadas 93.558.913 doses como segunda dose ou dose única, o que corresponde a 43,86% da população, segundo o consórcio de veículos de imprensa. Para atingir a imunidade coletiva considerada suficiente é necessário que pelo menos 70% da população complete a cobertura vacinal.

“Precisamos ter uma alta cobertura vacinal. A gente sabe que com a variante delta, a imunidade coletiva exige uma cobertura vacinal muito alta e, portanto, todos aqueles grupos populacionais para os quais temos vacinas aprovadas precisam estar vacinados”, relembra Fassa.

Terceira dose

Fassa considera ainda que a aplicação da dose de reforço contra a covid-19 em pessoas com 60 anos ou mais e em profissionais da saúde também se tornou uma controvérsia na sociedade. Mas a especialista reforça que a terceira dose “é necessária para os idosos”, uma vez que “se observa uma redução da imunidade conferida pela vacina com o decorrer do tempo”.

“Mas não devemos nos precipitar em relação à definição de terceira dose para outros grupos populacionais. Ainda não temos clareza sobre a necessidade dessa dose de reforço para outros grupos populacionais e nem mesmo sobre a eficácia dessa dose de reforço”, destaca Fassa.

Ainda que agora não seja necessária a aplicação da dose de reforço em toda a população, é necessário que o governo federal garanta doses para o ano que vem para a aplicação da terceira dose em algum momento.

A Anvisa autorizou um estudo clínico para analisar a necessidade da aplicação extra, entre 11 e 13 meses após a segunda dose, com a vacina do laboratório britânico AstraZeneca, que é produzida no Brasil em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

“Temos também que prever a compra de vacinas para o ano que vem. É muito importante que a gente tenha capacidade de produção de vacina no país, investindo  tanto na Fiocruz quanto no Butantan, em novas vacinas que estão surgindo, para que a gente tenha autonomia para fazer a vacinação da população brasileira”, afirma Fassa, nesse sentido.

Um outro ponto considerado controverso em relação à imunização é a equidade da distribuição de vacinas ao redor do mundo. “Temos que ter clareza que enquanto todo mundo não estiver vacinado poderão surgir novas variantes, que sejam mais transmissíveis, que tenham capacidade de invadir a cobertura das vacinas, então temos que ter uma distribuição solidária, equitativa das vacinas a nível mundial”, afirma.

Edição: Anelize Moreira

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Repórter SUS

Episódio 7: Especificidade dos cursos noturnos e de final de semana

Rastreio e monitoramento de casos suspeitos e confirmados de Covid-19 no âmbito da EPSJV
Entenda como a EPSJV/Fiocruz está atuando no rastreio e monitoramento de casos suspeitos e confirmados de Covid-19 no âmbito da escola, tendo em vista a realização de aulas presenciais.

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Episódio 6: Onde consigo ter acesso ao teste?

Rastreio e monitoramento de casos suspeitos e confirmados de Covid-19 no âmbito da EPSJV
Entenda como a EPSJV/Fiocruz está atuando no rastreio e monitoramento de casos suspeitos e confirmados de Covid-19 no âmbito da escola, tendo em vista a realização de aulas presenciais.

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Episódio 5: A quem devo notificar se for caso suspeito ou confirmado?

Rastreio e monitoramento de casos suspeitos e confirmados de Covid-19 no âmbito da EPSJV
Entenda como a EPSJV/Fiocruz está atuando no rastreio e monitoramento de casos suspeitos e confirmados de Covid-19 no âmbito da escola, tendo em vista a realização de aulas presenciais.

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Episódio 4: Se estiver com sintomas de Covid-19, o que deve ser feito?

Rastreio e monitoramento de casos suspeitos e confirmados de Covid-19 no âmbito da EPSJV
Entenda como a EPSJV/Fiocruz está atuando no rastreio e monitoramento de casos suspeitos e confirmados de Covid-19 no âmbito da escola, tendo em vista a realização de aulas presenciais.

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Episódio 3: Quais os objetivos do Poli Monitora Covid?

Rastreio e monitoramento de casos suspeitos e confirmados de Covid-19 no âmbito da EPSJV
Entenda como a EPSJV/Fiocruz está atuando no rastreio e monitoramento de casos suspeitos e confirmados de Covid-19 no âmbito da escola, tendo em vista a realização de aulas presenciais.

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Episódio 2: Por que isso é importante no contexto das escolas?

Podcast Poli Monitora Covid 19
Rastreio e monitoramento de casos suspeitos e confirmados de Covid-19 no âmbito da EPSJV
Entenda como a EPSJV/Fiocruz está atuando no rastreio e monitoramento de casos suspeitos e confirmados de Covid-19 no âmbito da escola, tendo em vista a realização de aulas presenciais.

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