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Ana Paula Evangelista

Cortes recentes no investimento público aumentam sobrecarga em profissionais de saúde

Com a pandemia causada pelo novo coronavírus, ficou evidente a crescente sobrecarga na rede saúde ao redor do mundo. No Brasil não é diferente, intensificou-se o ritmo de trabalho dos profissionais da saúde diante das condições de trabalho, e ainda com a presença de inúmeros riscos.

Rodolfo José das Neves Pereira, professor e pesquisador da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/Fiocruz), explicou ao Brasil de Fato que essa situação precariza a saúde física e mental dos trabalhadores “O principal [sintoma] deles é o biológico: tensão, medo e ansiedade estão presentes no dia a dia desses profissionais, que reconhecem que estão no olho do furacão”, afirma Pereira.

Mas as condições precárias não se intensificaram somente em decorrência da pandemia. O professor afirma que é necessário voltar alguns passos para três acontecimentos basilares que intensificaram a precarização do trabalho na saúde no Brasil: a promulgação da Emenda Constitucional 95, que limita o teto de gastos com saúde e educação por 20 anos; a implementação das reformas da Previdência e do Trabalho; e, por fim, a “diminuição do Estado e o enfraquecimento das políticas públicas para o setor da saúde”.

Segundo Pereira, essas medidas que foram tomadas entre o governo de Michel Temer (MDB) e o início da gestão de Jair Bolsonaro (sem partido), partem de uma “ordem do mercado, onde a saúde não é mais entendida como um direito e sim como uma mercadoria”.

Em meio da pandemia, é verdade, lembra o professor, há de fato o reconhecimento da população brasileira do trabalho realizado pelos profissionais da saúde. “Quando grande parte da população manifesta essa atitude do reconhecimento e do valor da necessidade destes profissionais é hora de retomar a saúde como direito e consequentemente a retomada de um Sistema Único de Saúde (SUS) universal para todos e todas”, defende o professor.

De acordo com levantamento realizado pela Agência Estado no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do portal Datasus, o SUS oferece somente 44% dos leitos de UTIs existentes em todo o país. Essa parcela é utilizada por 75% da população. O restante, cerca de 25% dos indivíduos brasileiros, tem acesso aos leitos da rede privada de saúde, que somam 56% do total de leitos. O estudo considerou os leitos de UTI adultos e pediátricos, excluindo os neonatais.

Para ressaltar o comprometimento com a saúde das pessoas que os profissionais brasileiros demonstram, o professor os compara com os médicos cubanos, que durante 5 anos prestaram seus serviços à população brasileira por meio do programa Mais Médicos.

“Assim como os médicos cubanos demonstram legítima atitude humanitária quando se deslocam para outros países para enfrentamento da pandemia de coronavírus, os trabalhadores da saúde no Brasil demonstram compromisso com a saúde pública e a vida e merecem muito mais que respeito, merece muitas e muitas vozes a afirmar saúde não como mercadoria e sim como direito”, conclui Pereira.

Edição: Lucas Weber

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Repórter SUS

Articulação do Subsistema de Saúde Indígena com estados e municípios no enfrentamento ao coronavírus

Nayara Scalco, bióloga, especialista em Saúde Indígena e pesquisadora do Instituto de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, explica como a organização do Subsistema de Saúde Indígena preconiza, desde sua criação, a complementaridade da atuação de estados e municípios, sendo urgente seu fortalecimento para o enfrentamento do coronavírus

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Policast

Saneamento e Covid-19: desafios e estratégias para as comunidades indígenas

Nesse Policast, vamos ouvir Rosana Lima Viana, engenheira sanitarista da Fundação Nacional de Saúde e pesquisadora do Núcleo de Extensão e Pesquisa com Populações e Comunidades Rurais, Negras, Quilombolas e Indígenas da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Ela faz um alerta sobre a necessidade urgente de criação de planos de ação nos distritos sanitários, já que muitas comunidades indígenas não possuem sistema de abastecimento de água, aprofundando a vulnerabilidade dessa população ao coronavírus.

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Policast

Por que os agentes indígenas de saúde precisam se preocupar com o coronavírus?

Quem responde a pergunta é Ana Lúcia Pontes, médica sanitarista, pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz) e coordenadora do Grupo de Trabalho de Saúde Indígena da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). Para ela, esse é um momento crucial para o trabalho desses profissionais.

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Policast

O que você precisa saber sobre a vacina contra a gripe para não cair em fake news

O Ministério da Saúde iniciou a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe no dia 23 de março, e com ela também se intensificaram as notícias falsas sobre o assunto. Ao contrário do que se propaga nas redes virtuais, a vacina não gera a imunização contra o novo coronavírus e nem será distribuída à população por ordem alfabética.

A médica Eliane Matos, que faz parte da assessoria clínica da unidade produtora de imunobiológicos Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), explica que a campanha tem como público alvo todos os idosos com mais de 60 anos e profissionais da saúde independentemente da inicial do nome, em todas as unidades e postos de saúde.

“Não acreditem em fake news e não repassem para frente mensagens, caso receba, que você não tenha certeza da fonte. Procure antes de repassar, verificar a veracidade, se aquela informação é correta”. Além das secretarias estaduais e municipais, é possível encontrar informações nos sites do Ministério da Saúde, da Fiocruz e da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

O Ministério da Saúde adiantou a vacinação por causa da circulação do novo coronavírus com o objetivo de diminuir a procura em unidades de saúde de pessoas infectadas pelo vírus da influenza, causador da gripe.

A vacinação também ajudará no diagnóstico de covid-19. Segundo o Ministério da Saúde “a vacina contra influenza não tem eficácia contra o coronavírus, porém, neste momento, irá auxiliar os profissionais de saúde na exclusão do diagnóstico para coronavírus, já que os sintomas são parecidos”.

“O objetivo é proteger os idosos o quanto antes porque eles pertencem ao grupo de risco para a infecção do coronavírus e complicações que podem ocorrer e também para diminuir a procura em unidades de saúde de pessoas infectadas pelo vírus da influenza, que é o vírus que causa a gripe.”

A médica também lembra que, diferente do que diz as notícias falsas, a vacina não causa a gripe. “Os efeitos colaterais dessa vacina são dor e vermelhidão no local que foi feita a injeção da vacina da gripe. Então é importante que fique claro que essa vacina da gripe não causa gripe. É uma vacina de vírus inativado, ela não tem como causar a gripe”, afirma Eliane Matos.

Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe

Nesta primeira etapa da campanha, o governo espera vacinar pelo menos 90% de idosos acima de 60 anos e dos profissionais da saúde, atingindo 67,6 milhões de pessoas em todo o país, até o dia 22 de maio. No dia 9 de maio haverá o dia “D” de mobilização nacional para vacinação, quando 41 mil postos de saúde ficarão abertos.

A segunda etapa da campanha começa no dia 16 de abril e tem por objetivo vacinar doentes crônicos, professores das redes pública e privada e profissionais das forças de segurança e salvamento.

A terceira e última etapa tem início no dia 16 de abril e deve priorizar crianças de 6 meses a menores de 6 anos, pessoas com 55 a 59 anos, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), pessoas com deficiência, povos indígenas, funcionários do sistema prisional, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas e população privada de liberdade.

A vacina distribuída é contra os três vírus que mais circularam no hemisfério sul durante 2019: Influenza A (H1N1), Influenza B e Influenza A (H3N2). No Rio de Janeiro, é possível receber a vacina em esquema de drive-thru, no qual não é necessário nem sair do carro. Em outros lugares, no entanto, como no interior de São Paulo, há escassez e falta de vacinas para a população, como em Sorocaba, onde a Secretaria de Saúde afirmou que a situação deve ser regularizada em breve.

Em 2020, foram registrados  165 casos e 13 óbitos por Influenza A (H1N1), 139 casos e 14 óbitos por Influenza B e 16 casos e 2 óbitos por Influenza A (H3N2). São Paulo concentra o maior número de casos de H1N1: 42 casos e 2 mortes. Em 2019, foram  5.800 casos e 1.122 óbitos pelos três tipos de influenza no país.

Edição: Rodrigo Chagas

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Repórter SUS

O papel do agente indígena de saúde no combate e prevenção ao coronavírus

Já discutimos em programas anteriores algumas preocupações em relação ao coronavírus em comunidades indígenas. À medida que o novo vírus se alastra pelo Brasil, crescem os temores de que comunidades indígenas sejam dramaticamente afetadas pela covid-19. Por isso, nesse Policast, Ana Lúcia Pontes, médica sanitarista, pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz) e coordenadora do Grupo de Trabalho de Saúde Indígena da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), fala sobre o importante papel do Agente Indígena de Saúde (AIS) na prevenção e combate da Covid-19. Ana Lúcia destaca o papel de educação em saúde, busca ativa dos casos suspeitos e identificação e acompanhamento das pessoas com agravos.

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Policast

Precauções para evitar o coronavírus no retorno dos estudantes indígenas para as comunidades

Com a suspensão das aulas, muitos estudantes irão retornar para suas comunidades. Com isso, liderança indígena Alessandra Korap, do povo Munduruku do médio Tapajós quer saber quais são as medidas que devem ser adotadas para evitar o coronavírus. Quem responde é Andrey Moreira Cardoso, médico, pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz), e do Grupo de Trabalho em Saúde Indígena da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

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Policast

ACS destacam-se por seu papel de educadores em meio à crise do coronavírus

Em meio à pandemia provocada pelo novo coronavírus, o papel do agente comunitário de saúde (ACS) é o de educador em saúde. É o que explica a professora e pesquisadora da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/Fiocruz), Marcia Valéria Morosini.

“As práticas educativas que ele [ACS] realiza diariamente nos diferentes territórios, no contato cotidiano com os moradores, especialmente no contexto das visitas domiciliares, são um meio importante de divulgação de informações seguras, tanto para a prevenção das doenças quanto para a promoção da saúde”, afirma Morosini.

Para ela, o trabalho do agente também apresenta um sentido inverso e complementar, uma vez que a presença do trabalhador nos território é “fundamental” para observar as condições de vulnerabilidade e situações clínicas que requerem a intervenção dos serviços públicos.“É ele que tem condições especiais e propícias para levar essas informações para os serviços de forma que os serviços organizem a sua atuação sobre essas situações e condições".

A pesquisadora ainda lembra que o trabalho do ACS se faz presente em um país “muito grande e infelizmente muito desigual”, nos lugares mais “longínquos e de difícil acesso em relação aos centros urbanos e aos próprios serviços de saúde”.

“No caso de situações que exigem respostas rápidas, como essa pandemia que estamos atravessando, contar com o trabalhador nos territórios, como o ACS, pode representar uma diferença significativa na evolução da epidemia e em suas consequências”, afirma a pesquisadora.

Em Arapiraca, no estado de Alagoas, a Prefeitura convocou, no dia 17 de março todos os agentes, com exceção daqueles que integram o grupo de risco, para realizarem uma campanha preventiva de combate ao coronavírus. Segundo o prefeito Rogério Teófilo (PSDB), os agentes devem orientar os cidadãos do município como se prevenir e o que fazer em caso de suspeita.

Em outras cidades, como Campo Grande e Santos, o trabalho dos agentes será mais focado nos próprios postos de saúde, onde poderão, por exemplo, encaminhar os pacientes para uma sala de isolamento respiratório.

De acordo com o Ministério da Saúde, os cerca de 42 mil postos de saúde espalhados pelo Brasil têm capacidade para atender 90% dos casos de pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Isso porque 80% dos casos devem apresentar sintomas leves, como febre baixa, tosse, dor de garganta e coriza.

Por isso, a pasta está reforçando a capacidade assistencial da atenção primária durante a pandemia, o que inclui o trabalho dos agentes comunitários de saúde nos postos de saúde.

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Repórter SUS

Atendimento do Distrito Sanitário Especial Indígena no controle do coronavírus

A liderança indígena Alessandra Korap, do povo Munduruku do médio Tapajós quer saber se terá atendimento dos médicos dentro as aldeias no controle do coronavírus. Quem responde é Andrey Moreira Cardoso, médico, pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz), e do Grupo de Trabalho em Saúde Indígena da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).
Acompanhe.

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Policast

As diferenças entre o coronavírus e a gripe: sintomas e como agir

A liderança indígena Alessandra Korap, do povo Munduruku do médio Tapajós quer saber as principais diferenças entre o coronavírus e a gripe comum, quais são os sintomas e como as comunidades indígenas devem agir. Quem responde é Andrey Moreira Cardoso, médico, pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz), e do Grupo de Trabalho em Saúde Indígena da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

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