Serviços 
O conteúdo desse portal pode ser acessível em Libras usando o VLibras

Entrevista

Exibindo 271 - 280 de 461
  • 31/03/2017 11h52 Entrevista

    Aprovado pela Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 4302, que autoriza a terceirização irrestrita, incluindo as atividades fim, acaba de ser sancionado pelo presidente Temer, com poucos vetos. Depois de uma manobra que ressuscitou um PL de 1998 para garantir uma votação mais rápida, a medida encontrou percalços no meio do caminho. Atendendo a um mandado de segurança impetrado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o Supremo Tribunal Federal formalizou à Câmara um pedido de esclarecimentos sobre o projeto. Quase ao mesmo tempo, um grupo de senadores do PMDB assinou um documento recomendando ao presidente que não sancionasse a lei. E, no meio de tudo isso, notícias dão conta de que a equipe econômica do governo teme a perda de arrecadação tributária – principalmente da previdência – que essa medida pode ocasionar. Nesta entrevista, realizada dias antes da sanção, Ruy Braga, professor da Universidade de São Paulo que estuda o mundo do trabalho, analisa todos esses movimentos recente, desmente o discurso empresarial contra a legislação trabalhista e garante que a terceirização irrestrita, tal como foi aprovada, vai causar mais desemprego e exploração dos trabalhadores brasileiros.

  • 24/03/2017 9h06 Entrevista

    De nada adiantou todo o debate de especialistas e a mobilização da sociedade organizada em torno do Projeto de Lei 4330, que foi discutido no Congresso em 2015, prometendo regulamentar – e ampliar significativamente – a terceirização no país. Quase dois anos depois, numa manobra parlamentar para encurtar a tramitação, a Câmara dos Deputados ressuscitou um PL de 1998 (nº 4302), que retrocede em vários pontos que pareciam superados na discussão anterior. Além de permitir a terceirização irrestrita, incluindo as atividades-fim, o projeto aprovado esta semana autoriza a quarteirização e estabelece a responsabilidade subsidiária – e não solidária) da empresa principal, o que significa que só poderá ser acionada judicialmente quando estiverem esgotadas todas as possibilidades contra a terceirizadora. Nesta entrevista, Marco Aurelio Santana, que é professor associado de sociologia do trabalho do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ, analisa o efeito das medidas que foram aprovadas e explica por que ela interessa tanto aos empresários e ao governo Temer.

  • 23/03/2017 7h40 Entrevista

    A operação policial que divulgou um conjunto de irregularidades na produção de carne no Brasil mobilizou consumidores nacionais e mercados internacionais. Mas, colocando-se de lado a suposta rede de corrupção envolvida, as denúncias sobre a qualidade da carne não foram propriamente uma surpresa. Já no ano passado, a Fundação Heinric Böll publicou o ‘Atlas da carne: fatos e números sobre os animais que comemos’, um estudo realizado em vários países. Organizadora da publicação e coordenadora do Programa de Justiça Ambiental da Fundação, Maureen Santos, aponta, nesta entrevista, as contradições postas pelo momento político mas também a oportunidade para se discutir um novo modelo de produção. Mostrando a relação dessa cadeia produtiva com o uso de agrotóxicos, desmatamento e outros problemas socioambientais, ela garante que esse modelo não é sustentável e que traz impactos para a saúde humana.

  • 08/03/2017 11h13 Entrevista

    Neste ano, o 8 de Março carrega uma expectativa diferente. Como há muito tempo não acontecia, as mulheres conseguiram uma grande articulação internacional e uma plataforma que coloca no centro da luta a resistência contra o neoliberalismo. O 8M ou Greve Internacional das Mulheres, como está sendo chamado, foi convocado a partir dos Estados Unidos, mas com uma vinculação estreita com o acúmulo de forças de massivas mobilizações de mulheres nas periferias do sistema, como na Argentina e na Polônia. Nesta entrevista, a militante feminista e doutoranda em ciência política pela USP, Daniela Mussi, explica como o movimento ganhou força neste ano e qual a diferença em relação a outros momentos históricos. Daniela, que também é uma das coordenadoras do Blog Junho, onde originalmente os textos de convocação da greve internacional escritos por militantes feministas históricas como Angela Davis e Nancy Fraser foram traduzidos e publicados, analisa os avanços e limites do feminismo contemporâneo e como os acontecimentos recentes no Brasil e no mundo forjam as mulheres como protagonistas da luta anticapitalista.

  • 08/03/2017 10h06 Entrevista

    Se a luta é pela igualdade de direitos, por que as mulheres deveriam se aposentar antes dos homens? Essa polêmica, travada recentemente nos jornais e até no interior de alguns segmentos do movimento feminista, refere-se diretamente à proposta de reforma da previdência apresentada pelo governo Temer. Entre muitas outras mudanças, a PEC 287 quer igualar a idade mínima de aposentadoria entre homens e mulheres, extinguindo um direito conquistado na Constituição de 1967, exatamente 50 anos atrás. Nesta entrevista, realizada em comemoração ao Dia Internacional das Mulheres, a economista Marilena Oliveira Teixeira ressalta a importância dessa pauta para a luta em defesa das mulheres e contrapõe os argumentos do governo e de seus defensores com dados. A pesquisadora, que integra a diretoria da Sempreviva Organização Feminista (SOF), mostra como a realidade está muito distante da igualdade buscada: ainda hoje, as mulheres têm maior dificuldade de inserção no mercado de trabalho, recebem salários menores do que homens, são mais atingidas pelo desemprego e são as principais responsáveis pelo trabalho doméstico que caracteriza a dupla jornada, entre muitos outros sintomas de desigualdade. Por tudo isso, para Marilane não há dúvida: a luta contra a reforma da previdência, que atinge principalmente as mulheres, tem que ser pauta do movimento feminista.

  • 06/03/2017 8h49 Entrevista

    No dia 22 de setembro do ano passado, o governo de Michel Temer resolveu reformar o ensino médio brasileiro. Fez isso por meio de uma Medida Provisória (nº 746), causando uma grande reação. Ao longo de cinco meses, o texto passou pelas duas casas legislativas. Aprovado com pequenas mudanças, foi sancionado pelo presidente no dia 16 de fevereiro deste ano, mesmo sendo considerada por muitos estudiosos, estudantes e entidades um verdadeiro “retrocesso social”. Nesta entrevista, o professor Domingos Leite Lima Filho, da Universidade Tecnológica do Paraná, situa a reforma no contexto da crise política que o país atravessa e analisa as principais consequências dessas mudanças para a educação profissional. Ele acredita que a criação de um itinerário formativo de educação técnica para o ensino médio visa jogar os jovens que dependem da escola pública precocemente no mercado de trabalho, antes mesmo de terem concluído a educação básica. Na prática, diz, essas mudanças vão empobrecer o currículo, gerando uma formação mais aligeirada e operacional, que castigará especialmente os filhos da classe trabalhadora. O professor ainda ressalta que as experiências exitosas que acontecem na rede pública, principalmente as de ensino médio integrado à educação profissional, estão ameaçadas.

  • 23/02/2017 10h48 Entrevista

    O Plenário do Senado aprovou no dia 22 de fevereiro a indicação de Alexandre de Moraes para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Por 55 votos a 13, os senadores aprovaram o nome indicado pelo presidente Michel Temer para ocupar a cadeira deixada por Teori Zavascki, morto em janeiro em um acidente de avião. A indicação, polêmica, levantou o alerta de que a atuação de Moraes no STF pode significar uma tentativa de abafar as denúncias levantadas pela Operação Lava-Jato, que entre seus alvos tem integrantes da base de apoio do governo Temer que possuem foro privilegiado. Nesta entrevista, realizada no final do ano passado para uma matéria da revista Poli sobre a função do STF, e atualizada essa semana para tratar da aprovação do ex-ministro da Justiça pelo Congresso, o professor de direito constitucional da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) Alexandre Bahia fala sobre o papel e o funcionamento do STF, seus limites, e faz uma análise sobre a relação nem sempre harmoniosa do órgão com os poderes Executivo e Legislativo.

  • 17/02/2017 13h21 Entrevista

    O Ministério da Saúde anunciou no dia 7 de fevereiro alterações no modelo de repasse dos recursos da União para estados e municípios. Através do Projeto SUS Legal, como a medida foi batizada, a transferência de recursos federais para o SUS será feita por meio de dois blocos de financiamento: custeio e investimentos. Anteriormente os repasses eram feitos de acordo com o que ficou estabelecido pela portaria 204 de 2007, que dividia os repasses em seis blocos de financiamento distintos: Atenção Básica, Vigilância em Saúde, Média e Alta Complexidade, Medicamentos, Gestão e Investimento. Aprovada no dia 30 de janeiro em reunião da Comissão Intergestoras Tripartite (CIT), a medida contou com o apoio tanto do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) quanto do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).Essa é uma reivindicação antiga dos gestores, que alegam que o modelo vigente ‘engessa’ sua atuação uma vez que eles não podem dispor livremente dos recursos atrelados a cada bloco específico. Para Conass e Conasems, a mudança é importante no sentido de avançar no processo de regionalização do SUS. As mudanças, no entanto, também foram objeto de apreensão. Para alguns críticos a mudança representará um grave retrocesso no financiamento da Atenção Básica e da Vigilância em Saúde no SUS, podendo significar um desvio de recursos de áreas com menor visibilidade, como a Vigilância em Saúde, para áreas como a de média e alta complexidade, com forte presença do setor privado prestador de serviços para o SUS, que tem maior capacidade de exercer pressão sobre os gestores locais por mais recursos. Nesta entrevista, o professor da Universidade de São Paulo (USP) Áquilas Mendes argumenta que a questão tem mais contradições do que essa polêmica faz parecer. Segundo ele, essa é uma discussão que vem se dando desde a criação do SUS, cujo marco regulatório preconiza a alocação equitativa com base no planejamento de saúde construído nos conselhos estaduais e municipais de saúde. A questão, diz, é que isso nunca foi implementado e os repasses federais sempre foram feitos com base em critérios definidos pelo ministério, que com isso centralizava a decisão sobre as políticas de saúde que deveriam ser implantadas nos níveis estadual e municipal. Essa mudança poderia, então, ser uma boa notícia, mas ele adverte que, para isso, seria preciso alocar mais recursos para o SUS, o que não está nos planos do governo atual. O pesquisador faz um apanhado histórico desse debate e defende que hoje o foco das lutas precisa ser a garantia de mais recursos para o SUS.

  • 14/02/2017 12h16 Entrevista

    O Supremo Tribunal Federal emitiu na semana passada uma liminar devolvendo o PLC 79/2016, que altera a Lei Geral das Telecomunicações, para discussão no Senado, depois que parlamentares da oposição entraram com ação pedindo que a matéria fosse votada em Plenário. O projeto, aprovado pela Comissão Especial de Desenvolvimento Nacional (CEDN) do Senado, foi encaminhado para sanção do presidente Michel Temer em dezembro, sob protesto de senadores da oposição, que alegaram que o projeto não poderia ser apreciado somente pela CEDN, uma comissão temporária, e deveria ter passado por outras comissões permanentes do Senado. A proposta trouxe vários pontos polêmicos, como o fim do modelo de concessão para outorga dos serviços de telecomunicações, o que na prática possibilitaria uma privatização de um patrimônio que hoje é da União e que, pelo modelo de concessão, teria que ser devolvido ao final do período de outorga, em 2025. O projeto ainda perdoa cerca de R$ 20 bilhões em dívidas das empresas com o poder público. Nesta entrevista, o jornalista Gustavo Gindre, membro do grupo Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, e servidor da Agência Nacional de Cinema (Ancine), explica o que está por trás da polêmica envolvendo a proposta de mudanças na Lei Geral de Telecomunicações

  • 10/02/2017 7h28 Entrevista

    A professora-pesquisadora da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), Gladys Miyashiro, fala sobre o atual surto de febre amarela silvestre no Brasil, as ações em andamento para tentar conter o surto e explica sobre o trabalho da Vigilância em Saúde na prevenção e controle da doença.