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Entrevista

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  • 01/02/2017 14h02 Entrevista

    Quinze dias, 133 presos mortos. Esse foi o saldo dos episódios de violência ocorridos dentro de presídios brasileiros, muitos deles ligados a uma guerra entre as facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC) e Família do Norte, que começou logo no primeiro dia de 2017 no Complexo Penitenciário Anísio Jobim em Manaus, e rapidamente se espalhou por outros estados, como Roraima, Rio Grande do Norte e Alagoas. Enquanto as imagens chocantes da violência eram transmitidas através da mídia para todo o Brasil, os governos estaduais e o Ministério da Justiça corriam para controlar e apresentar soluções para o que rapidamente passou a ser chamado de “crise do sistema prisional” brasileiro. Crise? Não para a Pastoral Carcerária, entidade ligada à Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que, em nota, criticou o fato de que 379 pessoas foram mortas violentamente dentro do sistema prisional brasileiro em 2016 sem que nenhuma “crise” fosse anunciada pelas autoridades. Para o coordenador nacional da Pastoral, Padre Valdir Silveira, não se trata de uma crise, mas de um projeto. Nessa entrevista, ele defende que a estrutura prisional dá sinais de colapso no país, e advoga que o combate à miséria e a desigualdade, e não o encarceramento em massa, deveriam ser o foco das políticas públicas voltadas para a redução dos índices de violência e criminalidade no país

  • 01/02/2017 9h01 Entrevista

    Os números impressionam: R$ 149,7 bilhões. Esse é supostamente o tamanho do déficit nas contas da Previdência Social anunciado pelo governo na semana passada. Um verdadeiro "rombo", para usar o termo estampado nas manchetes dos principais jornais do país, que se apressaram para ecoar os sinais de alerta emitidos pelos profetas do apocalipse previdenciário que hoje ocupam posições-chave no governo Temer e no Legislativo. O Congresso, aliás, deve voltar a discutir a proposta de Reforma da Previdência apresentada pelo governo assim que terminar o recesso parlamentar, no dia 2 de fevereiro. Nesse contexto, os números do “déficit” contribuem para fortalecer o argumento de que, da maneira como está prevista na Constituição Federal de 1988, a Previdência Social é inviável. Mas para alguns especialistas no assunto, o ‘rombo’ na Previdência é fruto de uma verdadeira ‘pedalada contábil’. É o que diz o presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), Vilson Romero. Nessa entrevista, ele argumenta que a conta feita pelo governo para chegar a esse déficit é um engodo. Segundo ele, sobra dinheiro no sistema de seguridade social brasileiro, que envolve previdência, saúde e assistência social. Só que esse dinheiro é utilizado pra outros fins, como o pagamento de juros e amortizações da dívida pública, que vai abocanhar R$ 1,285 trilhão do Orçamento da União em 2017. Para piorar, por meio de políticas de concessão de desonerações sobre a folha salarial, renúncia fiscal e isenções de impostos, o governo abre mão de recursos que poderiam ser utilizados para aumentar ainda mais essas receitas.

  • 19/01/2017 10h15 Entrevista

    Um dos destaques do noticiário da semana passada foi o anúncio de que as usinas de açúcar e etanol devem fechar a atual safra 2016/2017 com uma dívida estimada em R$ 100 bilhões. A cifra, inconcebível para muita gente, foi colocada em perspectiva pelo diretor da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Única), Antonio de Padua Rodrigues. Segundo ele, o endividamento do setor já foi muito pior e o quadro atual é até positivo graças a uma valorização do preço do açúcar no mercado internacional. O episódio, que poderia ficar restrito às páginas do noticiário especializado, ajuda a entender (ou começar a entender) a função do endividamento no capitalismo contemporâneo. Nesta entrevista, o filósofo e historiador Fábio Pitta descortina o 'mundo das dívidas', umbilicalmente ligado às cirandas da especulação financeira. Doutor em Geografia Econômica pela Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, Pitta explica que o endividamento permeia Estados, empresas e famílias. "É algo estrutural do capitalismo contemporâneo". A entrevista foi concedida no fim de novembro de 2016, durante o seminário 'Matopiba: conflitos, resistências e novas dinâmicas de expansão do agro-hidronegócio no Brasil', realizado pela Campanha em Defesa do Cerrado em Brasília.

  • 16/12/2016 10h24 Entrevista

    Milhares de estudantes secundaristas ocuparam escolas em outubro para protestar contra a reforma do ensino médio - decretada pelo governo Michel Temer por meio de Medida Provisória – e contra a PEC do teto de gastos. Em todo o Brasil, o movimento chegou a reunir mais de mil escolas ocupadas. Ana Julia Ribeiro, de 16 anos, era uma das integrantes da ocupação do Colégio Estadual Senador Manoel Alencar Guimarães, na capital do Paraná, estado que naquele momento somava cerca de 850 ocupações de escolas, quando foi escolhida para falar em nome dos estudantes sobre o movimento em uma audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Paraná realizada no dia 26 de outubro. Seu discurso, proferido em meio às lagrimas, ‘viralizou’ na internet, furando o bloqueio imposto pela grande mídia ao movimento de ocupações de escolas e tornando-a porta-voz um dos principais movimentos de oposição ao projeto político do atual governo. Nesta entrevista, Ana Julia sobre as repercussões de seu discurso na Alep e explica porque os secundaristas têm feito das ocupações de escolas uma arma para protestar contra medidas que entendem ser prejudiciais para a educação pública. “As ocupações nos incentivam, porque mostram que há uma revolta muito grande por parte dos adolescentes”, afirma.

  • 13/12/2016 12h56 Entrevista

    Ao contrário do que dizem todos os dias os grandes jornais, não existe rombo na previdência social brasileira. A afirmação é feita pela economista Denise Gentil, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e comprovada na sua tese de doutorado, com números oficiais. Nesta entrevista, ela mostra como um cálculo equivocado, que ignora o texto constitucional, tem sido usado para justificar as sucessivas reformas da previdência. E essa história se repete agora, no momento em que o governo Temer submete ao Congresso a Proposta de Emenda Constitucional 287 que, entre outras coisas, torna a aposentadoria muito mais longe, com uma fórmula que combina idade mínima e tempo de contribuição, acaba com as especificidades da aposentadoria rural e extingue o regime de previdência dos servidores públicos. Nesta entrevista, Denise refaz essas contas, defende o princípio da seguridade social – que inclui previdência, assistência social e saúde – e argumenta que a garantia de uma renda digna na velhice ajuda a dinamizar a economia do país.

  • 08/12/2016 12h31 Entrevista

    O governo de Michel Temer apresentou ao Congresso esta semana uma Proposta de Emenda Constitucional que institui uma nova reforma da previdência. Sob o argumento de um déficit nas contas públicas que inviabilizaria o sistema em poucos anos, a reforma, se aprovada, dificultará muito o acesso à aposentadoria. Uma das principais e mais comentadas mudanças é a instituição de uma idade mínima para aposentadoria associada ao tempo de contribuição ampliado. Pelas novas regras, ninguém poderá se aposentar antes dos 65 anos. A questão é que, para receber o teto do INSS, será preciso também contribuir por 25 anos. Para se aposentar com a idade mínima, portanto, o brasileiro terá que começar a trabalhar aos 16 e contribuir por 49 anos seguidos. É por isso que especialistas alertam que, na maioria esmagadora dos casos, essa idade provavelmente será muito maior. Nesta entrevista, a professora e pesquisadora do tema Ivanete Boschetti, da UnB, comenta essa e outras mudanças, como o fim das especificidades da aposentadoria rural e a extinção do regime próprio dos servidores públicos. Desmentindo os argumentos do governo, ela aponta saídas para equilibrar as contas públicas sem retirar direitos e não tem dúvida em afirmar que esse é o maior ataque que o direito à aposentadoria já sofreu no Brasil.

  • 02/12/2016 9h40 Entrevista

    No último dia 29, enquanto a PEC 55 era aprovada no Senado em primeiro turno, pelas ruas de Brasília, manifestantes vindos de todo o país gritavam os prejuízos que a proposta vai causar aos brasileiros, principalmente aqueles dependem da saúde e da educação públicas, ao som de balas de borracha e bombas de efeito moral. Com a presença massiva de estudantes, a defesa da educação pública, ganhou relevância. Nesta entrevista, o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, que também esteve em Brasília, analisa os cenários possíveis após a aprovação da PEC e reforça a necessidade de massificar as informações sobre o tema. Daniel alerta sobre a relevância ainda maior neste momento de um trabalho de formação política, que na opinião dele, foi pouco praticado pela esquerda nos últimos tempos.

  • 01/12/2016 15h46 Entrevista

    Foi para defender o direito a uma saúde e a uma educação públicas de qualidade que a estudante do 3º ano do curso de Gerência em Saúde da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), Tainá Valente, enfrentou 21 horas de viagem até Brasília no último dia 29. Lá, ela se juntou a dezenas de milhares de outros estudantes secundaristas, universitários, professores, servidores, militantes de movimentos sociais para protestar contra a PEC do teto dos gastos, que estava sendo aprovada em primeiro turno no Senado. Na visão da estudante, a PEC representa um grande retrocesso para toda população. No entanto, a voz de Tainá e dos cerca de 20 mil manifestantes que lá estavam foi abafada por uma repressão violenta por parte da polícia do Distrito Federal. Tainá faz parte da Federação Nacional dos Estudantes do Ensino Técnico (Fenet) e da organização União Juventude Rebelião (UJR). Nesta entrevista, ela conta o que viu em Brasília e por que os estudantes estão convictos da necessidade de continuar a luta contra a PEC

  • 29/11/2016 13h40 Entrevista

    Trabalhadores técnico-administrativos de várias universidades do país se somam nesta terça-feira aos outros movimentos que protestam em Brasília contra a PEC do teto dos gastos. A greve do setor já dura mais de 30 dias e ganhou força recentemente com a deflagração da greve também por parte dos professores em parte das universidades. Nessa entrevista, Gibran Jordão, da coordenação geral da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) e da secretaria executiva da central CSP Conlutas, explica que diferente de outras paralisações, essa não tem caráter salarial. O que se quer é derrubar a PEC e questionar outras reformas já anunciadas pelo governo, como a reforma trabalhista. O sindicalista avalia que o setor da educação é hoje vanguarda no movimento contra as medidas regressivas impostas por Temer, com destaque para o movimento estudantil. Gibran participou do VI Seminário da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde, realizado em Goiânia, entre os dias 25 e 27 de novembro, no qual os participantes reforçaram também a prioridade da luta contra a PEC 241

  • 11/11/2016 15h48 Entrevista

    Em evento recente, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o Ministro da Saúde, Ricardo Barros, anunciou mais recursos para a indústria farmacêutica. O discurso é o fortalecimento da produção nacional e o barateamento dos medicamentos. Nessa entrevista, o professor associado do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Kenneth Camargo, alerta, no entanto, que as políticas para o setor ou, em alguns aspectos, a ausência delas, acabam contribuindo para aprofundar as iniquidades no acesso a medicamentos e à inovações no tratamento das doenças que mais atingem a população. O pesquisador, que se debruça há muito tempo sobre as relações entre as indústrias de medicamentos e pesquisa de doenças no Brasil, aponta como necessária a cobrança de contrapartidas da indústria farmacêutica. "Se você quer produzir Viagra, tudo bem, mas você também tem que assumir o compromisso de produzir Penicilina", exemplifica.