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ideologia

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  • 03/07/2014 13h45 Dicionário Jornalístico

    A Copa já veio, já foi, e, falando do ponto de vista estritamente dos negócios – à parte, portanto, as goleadas históricas sofridas pela seleção brasileira e a repressão violenta da polícia às manifestações contrárias ao evento – foi um sucesso: exemplo disso foi a Fifa, que obteve com a venda dos direitos de TV e marketing do evento uma receita de R$ 8,5 bilhões de reais, a maior da historia das Copas. Aliás, recorde é o que não falta quando o assunto é Copa: a edição mais lucrativa da historia foi também a edição mais cara: oficialmente, foram gastos R$ 33 bilhões com a organização da Copa do Mundo do Brasil. Mas houve um outro recorde que, embora menos falado, teve implicações diretas sobre os outros dois: o número de inscritos no programa de voluntariado da Fifa, que atingiu à soma de 152 mil candidatos, o dobro da edição anterior. Desses, 14 mil foram selecionados para trabalhar na organização da Copa por pelo menos 20 dias, em turnos de até 10 horas, recebendo em troca alimentação e transporte.

  • 01/11/2013 17h34 Dicionário Jornalístico

    “Seja solidário”. Pense em quantas vezes você já não escutou algo do tipo. Muitas não? Exemplos não faltam: é só começar a fazer frio que surgem campanhas chamando atenção para a importância da solidariedade por meio de ações de distribuição de roupas e cobertores para os carentes; em dezembro, época de Natal, a solidariedade prega que nos lembremos daqueles que não têm ceia nem brinquedos. Hoje a solidariedade é uma noção que é citada frequentemente em programas assistenciais do governo, por empresas com “responsabilidade social”, organizações não governamentais (ONGs), entidades religiosas, partidos, sindicatos e que está presente também na concepção de políticas orientadas pela lógica do interesse coletivo, como o SUS, que é estruturado a partir de recursos arrecadados de todos os brasileiros, desde os que precisam utilizar frequentemente os serviços até os que necessitam deles com menor frequência. Mas estarão todos falando da mesma coisa?

  • 01/07/2013 15h14 Dicionário Jornalístico

    Para seus defensores, o crescimento do chamado Terceiro Setor trouxe uma possibilidade de ampliação da democracia e de atuação sobre as mazelas sociais para fazer frente à “ineficiência” e ao esvaziamento da capacidade de intervenção social do Estado. Já para quem o critica, essa denominação acoberta um processo de esvaziamento político das lutas sociais e de retirada de direitos dos trabalhadores, garantidos, no contexto brasileiro, pela Constituição de 1988.

  • 01/03/2012 16h38 Dicionário Jornalístico

    É provável que você já tenha ouvido a expressão ‘responsabilidade social’. Nos últimos anos, ela tornou-se quase um mantra entre as empresas preocupadas em passar para seus públicos a imagem de que estão ‘antenadas’ e de que se preocupam com as mazelas do mundo. Uma busca pelos sites de algumas das maiores transnacionais do mundo permite constatar que são raríssimas as empresas que não possuem uma seção especial voltada para o tema. E nem é preciso ser uma grande empresa para adotar o tal “comportamento socialmente responsável” pregado pelo Instituto Ethos. Não é difícil, por exemplo, encontrar adesivos com os dizeres “Estabelecimento socialmente responsável: não vendemos bebidas para menores de 18 anos” espalhados por bares de grandes cidades brasileiras.

  • 15/12/2008 9h45 Entrevista

    Em janeiro de 2009, o povo boliviano foi às urnas para aprovar a nova Constituição do país. Em setembro de 2008, foi a vez do Equador. Já a Venezuela aprovou seu novo texto constitucional, a ‘Constituição Bolivariana’ em 1999. Em comum, as três constituições defendem uma maior presença do Estado na economia: proposta que se apresenta como um contraponto à tendência neoliberal dos anos 90. Na opinião de Néstor Kohan – doutor em Filosofia e Letras pela Universidade de Buenos Aires (UBA), coordenador da Cátedra Che Guevara – Colectivo Amauta e professor-convidado da Escola Nacional Florestan Fernandes, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) –, isso mostra que estamos num novo contexto político, que abre espaço para a ampliação da esquerda e de seu projeto contra-hegemônico. Ao mesmo tempo, segundo ele, outros países latino-americanos como Brasil, Argentina, Uruguai e Chile têm discursos progressistas e praticam o chamado ‘capitalismo humanizado’ ou terceira via. Esse é um dos assuntos abordados pelo filósofo argentino nesta entrevista, em que ele faz uma análise dos movimentos populares da América Latina, explica o que é ‘capitalismo humanizado’ e qual é a diferença entre terrorismo e revolução. Ele também fala sobre igualdade e eqüidade nos governos latino-americanos e suas políticas para saúde, educação e trabalho.