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Trabalho sobre mimetismo ganha prêmio de iniciação científica

Ex-aluno do Provoc também foi premiado na 18º Reunião Anual de Iniciação Científica da Fiocruz.
Talita Rodrigues - EPSJV/Fiocruz | 04/11/2010 09h00 - Atualizado em 01/07/2022 09h47


 Marcos Vinício da Silva, participante do Programa de Vocação Científica (Provoc) da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), conquistou o prêmio de melhor trabalho do Provoc na Fiocruz na 18ª edição da Reunião Anual de Iniciação Científica da Fiocruz (Raic). Marcos tem 18 anos, é morador da Maré e cursa o 3º ano do Ensino Médio no Colégio Estadual Olga Benário Prestes. O estudante foi selecionado para o Provoc pelo Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (Ceasm), com o qual o programa tem um convênio. Marcos está no Provoc desde 2008 e atualmente está na Etapa Avançado do Programa.



Marcos foi premiado pelo trabalho ‘Morfologia comparada de Lissoscarta beckeri e Propetes schmidti: cigarrinhas que mimetizam vespas’, desenvolvido com a orientação do pesquisador Márcio Felix, do Laboratório de Biodiversidade Entomológica do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), onde Marcos faz o Provoc. Em sua pesquisa, que ainda está em andamento, Marcos investiga como as espécies estudadas das cigarrinhas conseguem obter uma postura similar a de uma vespa (mimetismo ostensivo). Uma das conclusões é que as cigarrinhas só conseguem fazer isso porque o abdômen e a asa trabalham em conjunto. “Fiquei surpreso com a premiação. Estava muito nervoso no dia da apresentação, mas acho que consegui passar com clareza o que eu tinha estudado. Participar da Raic foi muito bom pra ampliar meu campo de conhecimento”, disse Marcos, que este ano vai prestar vestibular para Biologia.



O Provoc proporciona aos estudantes a oportunidade de desenvolver a pesquisa e a vocação científica. Atualmente, participam do programa cerca de 140 alunos de escolas públicas e privadas da cidade do Rio de Janeiro, além de moradores de comunidades do entorno da Fiocruz. No Provoc, os estudantes são encaminhados para unidades da Fiocruz e acompanham o trabalho de um pesquisador.



Mais um prêmio



 Egresso do Provoc, Matheus Duarte da Silva também foi premiado na Raic deste ano como o melhor trabalho de Bolsista de Iniciação Científica e Iniciação Tecnológica, nas áreas de Ciências Exatas, da Terra e Engenharias; Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes. O trabalho ‘A peste no Rio de Janeiro: Imaginário e representações sociais da peste bubônica no Rio de Janeiro (1900-1906)’, é orientado pela pesquisadora Dilene Raimundo do Nascimento, da Casa de Oswaldo Cruz (COC).



Matheus, de 20 anos, participou do Provoc de 2006 a 2009 e atualmente é bolsista Pibic (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica) na COC, mesma unidade na qual fez o Provoc, também sob a orientação de Dilene. “Ganhar foi o reconhecimento de um trabalho desenvolvido desde o Provoc e é um estímulo para continuar”, disse Matheus.



Na primeira fase de seu trabalho, por meio da leitura de relatórios ministeriais, jornais e outros documentos, Matheus estudou como o Estado atuou para combater a peste bubônica no Rio de Janeiro. “Sempre houve uma preocupação em combater a doença, mas as medidas eram ineficazes até 1903, quando Oswaldo Cruz conseguiu vencer a doença, mudando algumas práticas”, contou Matheus. “Havia outras doenças que matavam mais, mas a peste criava barreiras para o comércio e passava uma imagem de país atrasado. Por isso, o governo priorizou o combate à peste”, disse o estudante, que atualmente cursa História na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na próxima fase do seu trabalho, Matheus irá estudar o papel da população do Rio de Janeiro diante da peste.