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Agentes Comunitários de Saúde realizam mostra sobre territórios

Estudantes do CursoTécnico de ACS da EPSJV mostraram aspectos culturais, históricos e condições desaúde de comunidades onde atuam
Raquel Júnia - EPSJV/Fiocruz | 14/03/2012 08h00 - Atualizado em 01/07/2022 09h47



 A realidade das comunidades onde
atuam foi o tema da mostra realizada pelos alunos do Curso Técnico de Agente
Comunitário de Saúde (ACS) na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio
(EPSJV/Fiocruz). O evento, realizado de 27 a 29 de fevereiro, reuniu os 210
alunos do curso, oferecido pela EPSJV em parceria com a Secretaria Municipal de
Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro (SMSDC) e o Sindicato Municipal dos
Agentes Comunitários de Saúde do Rio de Janeiro (Sindacs-RJ). Os alunos
desenvolveram os trabalhos durante um dos eixos de formação do curso - Modelos
de Atenção à Saúde, Atenção Primária e Estratégia Saúde da Família - que foi
encerrado com a mostra.



 



De acordo com Márcia Lopes e
Helifrancis Condé, membros da coordenação pedagógica do curso pela EPSJV, o
objetivo da mostra foi possibilitar a troca de experiências entre os estudantes
das diversas turmas sobre a construção do diagnóstico situacional das
comunidades e do processo de trabalho das equipes de saúde da família. "Eles
levantaram a história da comunidade, os serviços públicos existentes, os
equipamentos sociais, as doenças crônicas da população, as condições de
saneamento, entre outros aspectos", destacou Márcia. Para realizar a
apresentação dos 21 trabalhos feitos em grupos, os alunos foram criativos e
incluíram encenações, músicas, vídeos com entrevistas de moradores das
comunidades e fotos antigas. O exercício apresentado na mostra também foi o
início do Trabalho de Conclusão do Curso (TCC) que os alunos terão que
apresentar no final do período de aulas.  "Eles tiveram muita desenvoltura para
apresentar o trabalho e o conteúdo das apresentações foi ótimo. A troca entre
os grupos também foi bastante positiva.", comentou Helifrancis.



 



 Para realizar o
trabalho, os ACS tiveram o auxílio dos professores e dos preceptores nos
territórios. "Eles se envolveram muito, se dedicaram, trouxeram as informações
e foram pensando como fariam a apresentação. Foi uma oportunidade para eles
redescobrirem ou confirmarem as informações sobre suas próprias comunidades com
um olhar diferenciado", observou Aurea Candeias, uma das professoras do curso.



 



Produção de conhecimento



 



Para as estudantes, a mostra
possibilitou um momento importante de troca de conhecimentos. "Com isso,
surgiram questionamentos como: ‘por que tal comunidade tem tantos equipamentos
sociais, ongs, escolas, igrejas e a minha não tem?', e começamos um debate bem
interessante sobre isso", disse a aluna Renata Jardim. "Temos uma troca dentro
da turma, mas ver as outras realidades e poder debater foi muito rico, porque nosso
trabalho como ACS tem muitas semelhanças, mas também muitas diferenças",
completou Sônia Regina de Souza, que também participou do curso.



 



 Renata, que atua como ACS na
comunidade do Borel (na região da Tijuca), descobriu que a origem do nome da comunidade vem de uma fábrica
de cigarros que existia no pé do morro, chamada Borel e Cia. E também que a comunidade
tem uma história de lutas. "Durante o trabalho, descobrimos que houve uma
tentativa de remoção e a comunidade se organizou e colocou em prática
estratégias para evitar isso, como deixar os barracos sempre com móveis e as mulheres
e crianças permanecerem neles, porque assim a polícia não tinha coragem de
invadi-los", contou.



 



No caso de Sônia, ACS na
comunidade de Mata-Machados onde vive há 51 anos, o trabalho possibilitou que o
grupo identificasse que faltam áreas de lazer e escolas na localidade. "Lá não
tem escolas de ensino médio, então, os jovens tem que se deslocar ou para a
Barra da Tijuca ou para a Tijuca. Os adultos que trabalham e querem terminar o
ensino médio também têm muitas dificuldades. Outro problema que identificamos é
que tem aumentado o consumo de drogas", relatou.