Os alunos do Curso de Qualificação Profissional Técnica em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde, da Escola Politécnica Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), apresentaram, no dia 17 de agosto, os trabalhos de conclusão de curso. A turma 2017/2018 - composta por 20 estudantes trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS) de diversas cidades do Rio de Janeiro que atuam na gestão- , foi dividida em grupos que debateram temas variados como filas de espera em Unidades de Saúde, gestão de documentos, execução financeira, democratização do acesso e transparência das filas de espera, processos de faturamento de prontuários e a participação e contribuição do acompanhante no processo de parto. “Nosso curso é voltado para trabalhadores que não possuem uma formação adequada aos princípios do SUS e ao conceito de saúde como direito. É fundamental que esse trabalhador que está no campo da gerência entenda que não basta dar a todos acesso ao SUS, fazendo valer o princípio de universalidade. É preciso colocar em prática também os princípios da integralidade e da equidade”, destacou Gilberto Estrela, professor-pesquisador da EPSJV e coordenador de um dos eixos do curso (Processo de trabalho em saúde).

No trabalho ‘A participação e contribuição do acompanhante no processo de parto’, a aluna Verônica Carneiro apresentou formas de fortalecer a presença do acompanhante como integrante e protagonista no processo do parto, visando à melhoria da atenção às gestantes e permitindo a integração no processo dos cuidados. “Podemos, por exemplo, organizar encontros com os profissionais técnicos do ambulatório de pré-natal e realizar rodas de conversa na sala de espera do pré-natal”, sugeriu Verônica, que completou: “Assim, podemos fazer com que a equipe se torne corresponsável pela orientação desses acompanhantes quanto ao seu papel de cuidadores leigos, aprendendo técnicas não evasivas para o alívio da dor da gestante, e assim contribuir para um trabalho de parto menos doloroso, com mais seriedade e confiança”.

Outro trabalho trouxe como tema a redução do absenteísmo, ou seja, das faltas, no serviço de histeroscopia diagnóstica do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). As alunas Andreia Moreira e Renata Leal identificaram que muitas mulheres marcam o exame no SUS, mas não comparecem no dia do procedimento. Segundo elas, a diminuição do absenteísmo pode promover a redução da fila de espera e maior efetividade na atenção. “É preciso compreender as principais causas e justificativas dadas pelas usuárias e identificar se há falhas no agendamento”, afirmou Andreia. Renata acrescentou: “Pensamos em desenvolver ações que promovam a redução do absenteísmo, como sensibilizar a equipe médica e a responsável pelo agendamento sobre uma melhor abordagem explicativa sobre o que é o exame para a paciente; elaborar, junto à equipe médica, um folder com instruções e orientações para o exame, bem como confirmar o comparecimento com uma semana de antecedência”.

A aluna Adeir Félix apresentou as causas e possíveis soluções para as filas de espera no Polo Sanitário Washington Luiz Lopes, localizado em São Gonçalo (RJ). No plano de ação, Adeir destacou que, dentre muitas questões, o fácil acesso ao Polo, que fica no centro da cidade, faz com que mais pessoas o procurem. Para diminuir as filas, ela identificou a necessidade de realizar um levantamento sobre o perfil das demandas dos usuários que procuram a unidade e a produção de um Fluxograma analisador com os profissionais – ferramenta que visa, a partir de discussões coletivas, identificar as facilidades e dificuldades de acesso do usuário dentro de um serviço de saúde. “Depois de feito isso, podemos realizar reuniões com as equipes de Atenção Básica para divulgar informações e a agenda de serviços de Atenção Básica para a população do município”, ressaltou.

Curso

Com carga horária de 260h, o Curso de Qualificação Profissional Técnica em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde busca propiciar aos profissionais que exercem atividades administrativa/gerenciais o aprimoramento de competências e habilidades para atuarem, de forma participativa e crítica, no campo da gestão do Sistema Único de Saúde.