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EPSJV e Emater-Rio juntas na luta contra a Covid-19

Parceria se desdobrou em um ciclo de oficinas sobre biossegurança, comunicação e vigilância em saúde para prevenção da transmissão do novo coronavírus
Julia Neves - EPSJV/Fiocruz | 28/01/2021 17h05 - Atualizado em 01/07/2022 09h42

Em mais uma ação de enfrentamento à Covid-19, a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/Fiocruz) concluiu, em dezembro de 2020, um ciclo de oficinas sobre procedimentos de biossegurança, comunicação e vigilância em saúde para prevenção da transmissão do novo coronavírus com ênfase no contexto rural para extensionistas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do estado do Rio de Janeiro (Emater-Rio). A iniciativa foi realizada por meio de reuniões virtuais e contou também com a organização da Coordenação de Saúde do Trabalhador (CST/Cogepe/Fiocruz), com o apoio da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento (Seappa-RJ) e a participação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Ação Especializada em Meio Ambiente (GAEMA/MPRJ).

Com a participação de 88 profissionais, as quatro oficinas tiveram o objetivo de capacitar técnicos da Emater-Rio para ação em campo nos cenários pandêmicos e pós-pandêmicos; promover o diálogo entre agricultores do Rio de Janeiro sobre a segurança alimentar e nutricional e a geração de renda; mobilizar redes territoriais e agregar atores-chave da assistência técnica e extensão rural, da saúde, da rede pública de ensino e de agentes sociais, além de avaliar a viabilidade de continuidade da parceria interinstitucional em um processo de educação permanente e formação técnica nesse cenário.

Segundo o professor-pesquisador da EPSJV, Alexandre Pessoa, que faz parte da coordenação político-pedagógica da parceria, um aspecto importante para ser destacado é a metodologia das oficinas, que foram definidas a partir do processo de trabalho dos diversos ciclos produtivos que possuem assessoria da Emater. Esse ponto de partida, de acordo com Alexandre, permitiu que os técnicos fizessem excelentes exposições de seus trabalhos e do impacto da Covid-19 em suas rotinas, permitindo um maior intercâmbio entre os conhecimentos da Emater e da Fiocruz e uma maior reflexão das ações que já estão sendo realizadas ou daquelas que podem ser aprimoradas e expandidas em conjunto com os produtores rurais e populações do campo. “A partir da pedagogia da alternância, os participantes do ciclo dividiram-se em grupos de trabalho que apresentavam, a partir da triangulação ‘biossegurança, vigilância em saúde e comunicação em saúde’, uma análise crítica, visando subsidiar esses conhecimentos de forma que eles possam ser territorializados nos seus ambientes de trabalho e nas áreas de agricultura familiar”, conta.

Para Alexandre Jacinto, extensionista da Emater na região serrana do Rio de Janeiro, a sinergia entre os profissionais de instituições distintas foi impressionante, pois souberam compreender as especificidades de cada setor e alinhá-los em prol de benefícios comuns. “O ciclo de oficinas atingiu plenamente aos objetivos. Ao final do quarto encontro, pude perceber a nítida satisfação dos profissionais da Fiocruz com o desempenho dos extensionistas no desenvolvimento das propostas de trabalho. Em contrapartida, pude ver também a empolgação de nossos profissionais de campo na busca de soluções e sugestões para minimizar o cenário da pandemia no seio de convívio dos produtores rurais e suas famílias”, afirma.

Na visão do presidente da Emater-Rio, Marcelo Costa, o ciclo de oficinas foi muito importante para facilitar a disseminação de informações junto aos produtores e comunidades rurais, além dos técnicos da Emater-Rio, que facilitam ainda mais com a multiplicação das informações. Marcelo conta que a ideia de promover as oficinas surgiu a partir de uma necessidade identificada no Centro de Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro, o Ceasa de Irajá, para garantir a qualidade dos produtos da agropecuária para o consumidor. “Esse trabalho vem sendo feito em todas as cadeias de produção do estado do Rio, pensando em todos os pontos onde há vulnerabilidade. Tudo tem sido pensado com a experiência dos técnicos da Emater-Rio e com a expertise da Fiocruz em biossegurança”, aponta.

Alexandre Pessoa ressalta que a EPSJV aprendeu muito sobre a importância do trabalho da Emater na geração de trabalho e renda no estado do Rio de Janeiro, tendo a produção alimentar como um setor essencial e estratégico, inclusive para a superação da crise socioeconômica que teve o seu agravamento em decorrência da pandemia. “Ficou evidente a potencialidade da intersetorialidade como caminho para a promoção da saúde e a proteção da vida. Fortalecer a agricultura familiar é promover a saúde do campo”, destaca.

Em relação aos desdobramentos da parceria com a EPSJV, Marcelo destaca que está prevista para este ano a publicação de novos materiais técnicos, além da promoção de novos cursos e capacitações para técnicos e produtores rurais. Na produção, comercialização e consumo de produtos agropecuários, Marcelo afirma que existem vários riscos de contaminação que vão desde o uso inadequado de produtos para controle de pragas e doenças até questões sanitárias. “A nossa preocupação é garantir um produto de qualidade, que garanta a saúde tanto de quem produz quanto de quem consome. São ações para que os produtores e suas famílias possam trabalhar em um ambiente saudávele para garantir que o consumidor tenha um produto de qualidade na sua mesa”, conclui.