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EPSJV inicia atividades de ensino presenciais

Aulas do Curso Técnico de Nível Médio em Saúde (CTNMS), da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e dos Cursos de Qualificação e Atualização Profissional de Doulas já têm data marcada para retorno
Julia Neves - EPSJV/Fiocruz | 12/08/2021 14h39 - Atualizado em 11/07/2022 16h32

A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) aprova, em Conselho Deliberativo, o retorno gradual às atividades educacionais de forma presencial. As aulas para o Curso Técnico de Nível Médio em Saúde (CTNMS) – habilitações em Análises Clínicas, Biotecnologia e Gerência em Saúde – terão início no dia 16 de agosto, remotamente, e dia 30 de agosto, presencialmente, apenas para os estudantes do 4º ano. Já o terceiro ano retornará, presencialmente, em 20 de setembro, enquanto a volta dos estudantes do 1º e 2º anos passará por nova avaliação do Conselho Deliberativo da EPSJV no mês de setembro. 

Segundo a diretora da Escola Politécnica, Anamaria Corbo, a EPSJV vem se dedicando a construção do retorno gradual e seguro desde maio de 2020. Foram várias etapas nesse processo, desde a construção coletiva do plano de retorno as atividades presenciais de ensino, com revisão contínua de suas orientações com base nas atualizações científicas sobre a transmissão da Covid-19, especialmente a transmissão aérea. “Medidas para adequação da escola para o retorno vem sendo cuidadosamente implementadas. Ao mesmo tempo em que nos preparamos para o retorno seguro, planejamos o monitoramento dos protocolos de biossegurança e as estratégias de rastreamento de casos e contatos”, ressaltou. E acrescentou: “Assim, o retorno gradual e seguro pretende, não somente reduzir os danos das atividades mais prejudicadas pelo ensino remoto emergencial, como também ser objeto de sistematização e produção do conhecimento para o retorno de outras escolas”.

Mas não é só o Ensino Médio que está voltando. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) também já têm data marcada para retorno presencial. A ideia é que o retorno seja gradual, com aulas remotas e presenciais de acordo com as diferentes séries. O retorno presencial está marcado para 30 de agosto, com aulas para o Fundamental Inicial I às segundas, terças e quartas-feiras. Já o Fundamental Inicial II, terá aulas às quartas, quintas e sextas-feiras. Nos demais dias, as aulas são realizadas remotamente.

Já o Curso de Qualificação Profissional de Doulas, iniciado em setembro de 2019, já teve sua primeira aula prática. Segundo a coordenadora do curso, Bianca Leandro, a ideia é que as aulas fossem aplicadas em dois blocos de práticas, nos dias 7 e 14 de agosto de 2021, sendo a avaliação e o encerramento no dia 13 de novembro. Já a outra turma do curso, em andamento desde abril de 2021, tem três datas previstas para aulas presenciais - 25 de setembro e 2 de outubro de 2021, com avaliação e encerramento em 19 de fevereiro de 2022. 

No caso da Atualização Profissional de Doulas, em junho de 2021, foi realizado um levantamento sobre as condições individuais e posicionamentos sobre as atividades do Curso e a situação vacinal das 32 alunas que integram a turma 1, que teve início em fevereiro de 2021. A partir da vacinação no Núcleo de Saúde do Trabalhador (Nust/Fiocruz), 100% das alunas já foram vacinadas com a primeira dose e 57% foram vacinadas com a segunda dose. Segundo a coordenadora do curso, as aulas práticas e atividades que serão realizadas EPSJV totalizam um conjunto de 16 horas. As atividades serão realizadas nos dias 20 e 21 de agosto, no período integral, das 8h às 17h30. “Fizemos aulas teóricas na modalidade remota. E só vamos realizar de modo presencial aquilo que a gente avaliou que traz prejuízos para avaliação dessas futuras profissionais de saúde. É importante esse conhecimento técnico da prática da doulagem, assim como o estágio supervisionado, que é um dos diferenciais da nossa formação”, aponta Bianca.

É imprescindível, segundo Bianca, que a Escola consiga concluir a parte presencial para que as alunas possam ser certificadas e atuar como profissionais de saúde. E explica: “A gente entende que o contexto da pandemia traz algumas questões para a formação e precisamos fechar alguns ciclos formativos, principalmente, porque o cotidiano da vida e do nascimento continua acontecendo”.

De acordo com o “Plano de retorno às atividades de ensino de forma presencial na EPSJV/Fiocruz no contexto da pandemia de Covid-19”, caso, em qualquer uma de suas fases, seja constatada ampliação da transmissão da Covid-19 no ambiente escolar, serão tomadas medidas de suspensão e cancelamento de atividades. Ainda segundo o documento, o retorno gradual inclui a redução de frequência das atividades presenciais, como diminuição do fluxo de pessoas no ambiente interno da instituição, sobretudo, na primeira fase do plano de contingência; redução do período de exposição dos trabalhadores e estudantes no ambiente escolar e consequente diminuição dos riscos de transmissão da Covid-19; avaliação das medidas adotadas no primeiro momento e planejamento das próximas fases do plano de contingência.

O retorno está sendo viabilizado pela adaptação das instalações da Escola às medidas de biossegurança e mitigação de riscos de transmissão do novo coronavírus; a adesão às medidas e protocolos de retorno e a alternância de uso de espaços abertos, como as novas tendas, e as salas de aula.

No caso das salas de aula, serão usadas para os cursos, exclusivamente, as salas de aula mais amplas para viabilizar a convivência segura de estudantes e professores em acordo com todos os parâmetros de ventilação e ocupação indicados pela frente de ventilação que compõe o GT de implantação e monitoramento. Além disso, serão obrigatórios o uso de máscara e o distanciamento físico.

Retorno presencial

O retorno às atividades presenciais de ensino na EPSJV vem sendo debatido na Escola desde junho de 2020. De lá pra cá, já foram realizadas diversas reuniões do Conselho Deliberativo, um levantamento entre todos os trabalhadores para verificar quais deles fazem parte do grupo de risco para a Covid-19, a inauguração da Praça Luiz Fernando Ferreira e proposições de atuação pedagógica e ocupação da praça, além de reuniões com os trabalhadores da EPSJV para apresentação do andamento das ações do plano de retorno às atividades de ensino de forma presencial na EPSJV.

Pensando na adaptação dos estudantes ao retorno presencial depois de um longo tempo longe do espaço físico escolar, a EPSJV iniciou, em maio de 2021, de forma simultânea à distribuição dos kits de alimentos, algumas atividades presenciais de acolhimento com pequenos grupos de alunos, como rodas de escuta, afeto, música e oficinas de dança. “Esse momento de retorno às atividades tem sido planejado com todo o cuidado por todos nós. As rodas de acolhimento que realizamos durante a entrega das cestas nos meses de junho e julho nos mostraram um desejo de convivência, medo de contágio, saudade de estar na escola. É parte de nossa programação de desconfinamento gradual”, ressaltou Ariadna Patricia, professora-pesquisadora e coordenadora do espaço de convivência do Poli.

O Ensino Remoto Emergencial do Ensino Médio na EPSJV

O Ensino Remoto Emergencial foi implementado em seis fases na EPSJV. A fase 1, de março a agosto de 2020, foi exclusivamente com disponibilização de atividades suplementares, ações de comunicação e divulgação científica e projetos interdisciplinares. 

Já na fase 2 (junho e julho de 2020) foi realizado um planejamento da Educação Politécnica Remota e Emergencial com priorização da inclusão digital universal com apoio da Vice-presidência de educação, informação e comunicação (VPEIC) da Fiocruz e constituição de estrutura pedagógica própria, com atividades síncronas e assíncronas. Na fase 3 (setembro/2020), houve a implantação da grade de atividades remotas com 3º e 4º ano mediante distribuição de chips de internet e empréstimo de equipamentos para conexão à internet.

Em novembro de 2020, a EPSJV deu início à fase 4, com a implantação da grade de atividades remotas para 1º e 2º anos, com empréstimo de tablets e manutenção do empréstimo de chips de acesso à internet móvel.  No início de 2021, a Escola promoveu uma proposta de convivência intermediária que permitiu construir o retorno às atividades presenciais, como o empréstimo de acervo da biblioteca e a preparação de espaços na escola para o desenvolvimento de atividades remotas. 

Atualmente, na fase 6, já foram iniciadas atividades coletivas para acolhimento e escuta dos estudantes de forma simultânea à entrega dos kits de alimentos, além da preparação para o retorno de atividades presenciais de forma gradual.

Desde o início da implantação do Ensino Remoto Emergencial, a EPSJV tem se adaptado a novas tecnologias. Entretanto, durante esse tempo, foram destacadas diversas dificuldades que foram sendo amplamente discutidas, sobretudo, pelos limites dessa experiência educacional para os estudantes em seus diferentes contextos de vida. “Os maiores desafios foram em relação à falta de acesso às atividades escolares por parte dos estudantes, mesmo no contexto de inclusão digital; intensificação das desigualdades educacionais e sociais pelo ensino remoto emergencial; e a inserção precária e precoce no mercado de trabalho dos jovens, justificada em parte pelas necessidades de recomposição de renda das famílias, mas também pela possibilidade de conciliação da geração de renda com o ensino remoto e “domiciliar””, ressalta Ingrid. E acrescenta: “Além da intensificação do sofrimento psíquico, violência e ameaça à segurança alimentar e nutricional de adolescentes, jovens e adultos e das ausências e perdas educacionais no currículo que fragilizam a missão da instituição na formação de trabalhadores técnicos em saúde, sobretudo, no contexto de demandas para a atuação destes trabalhadores no SUS no contexto da pandemia”.