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EPSJV promove oficina com pesquisadores do Mercosul

Projeto de pesquisa coordenado pela Escola está mapeando a formação de técnicos em saúde em países do bloco
Talita Rodrigues - EPSJV/Fiocruz | 12/08/2011 08h00 - Atualizado em 01/07/2022 09h47


 Pesquisadores do Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina se reuniram na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) para uma nova oficina do projeto de pesquisa que está mapeando a formação de técnicos em saúde no Mercosul. Durante o encontro, realizado de 1º a 3 de agosto, foram apresentados alguns resultados preliminares da etapa quantitativa da pesquisa e definidos critérios comuns para a investigação nos quatro países participantes do projeto. “Os países participantes estão em graus diferentes de avanço na pesquisa porque as equipes, as características e a realidade de cada país são muito diferentes”, explica Marcela Pronko, coordenadora da pesquisa e professora-pesquisadora da EPSJV.



Um dos países que está mais avançado na pesquisa é o Uruguai. Segundo Marcela, isso se deve ao fato de 95% da formação técnica uruguaia, que tem nível universitário, ser feita por uma única instituição, a Universidade da República, que também é a responsável pela coordenação da pesquisa no país. “O conceito de técnico deles é bastante complexo porque há uma extensão da escolaridade cada vez maior, com a formação de menos técnicos e mais licenciados”, disse Marcela.



Para a coordenadora da pesquisa, o trabalho de investigação já realizado até agora aponta que, em relação à formação de técnicos em saúde, há dois extremos no âmbito do Mercosul. De um lado, está o Uruguai, que tem a formação concentrada em uma única instituição e em nível universitário. De outro, está o Brasil, que tem cerca de 1.650 instituições formadoras de técnicos espalhadas pelo país, a maior parte privada e fazendo formação de nível médio. “A diversidade das características de formação, com realidades muito contrastantes, como as do Brasil e do Uruguai, podem apontar as dificuldades para a integração da formação dos trabalhadores porque as formações são muito diferentes”, observou Marcela.



Argentina e Paraguai têm como característica comum a formação, em sua maior parte, em nível universitário. Mas, enquanto na Argentina, há muitas instituições dispersas pelo país, quadro semelhante ao do Brasil; no Paraguai, o número de instituições formadoras é menor.



Para garantir a comparabilidade entre os dados, foram definidos na oficina alguns indicadores comuns para todos os países, como tipos de habilitações, distribuição geográfica e forma de gestão (público ou privado) das instituições, entre outros. No encontro, também foi definido que serão produzidos dois relatórios até o primeiro semestre de 2012 – um sobre o contexto histórico-legal da formação de trabalhadores técnicos em cada país e outro com os resultados preliminares da etapa quantitativa da pesquisa. Também foi definido que os relatórios serão enviados para a Subcomissão de Desenvolvimento e Exercício Profissional do Subgrupo 11 do Mercosul (que trata da questão da formação, certificação e circulação dos trabalhadores técnicos no bloco regional). “Nosso objetivo é oferecer subsídios para a formação dos trabalhadores técnicos no âmbito do Mercosul” disse Marcela.



Projeto Mercosul



A pesquisa ‘A educação profissional em saúde no Brasil e nos países do Mercosul: perspectivas e limites para a formação integral de trabalhadores face aos desafios das políticas de saúde’ foi iniciada em 2007 e teve sua primeira etapa concluída em 2009. Essa etapa da pesquisa deu origem a um seminário e ao livro ‘A Silhueta do Invisível: a formação de trabalhadores técnicos em saúde no Mercosul’.



A segunda etapa do Projeto Mercosul teve início em junho de 2011 e pretende desenvolver uma análise mais profunda da situação dessa área de formação na Argentina, Paraguai e Uruguai através do estabelecimento de acordos institucionais de pesquisa com esses países e a formação de coordenações locais de investigação.



A EPSJV coordena as equipes dos três países para garantir a manutenção da comparabilidade entre os dados. Como cada país tem suas especificidades, a pesquisa não será igual em todos eles, mas serão preservados os objetivos e as categorias de análises para que os resultados de cada país possam ser comparados.



A previsão é que a investigação seja concluída até 2012, quando será realizado II Seminário Internacional sobre a Formação de Trabalhadores Técnicos em Saúde no Mercosul para divulgar os resultados da pesquisa.