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EPSJV promove 'Som e Cena'

Sob o tema 'Identidade(s)', festival ofereceu oficinas e apresentações musicais e teatrais
Julia Neves - EPSJV/Fiocruz | 22/09/2017 12h44 - Atualizado em 01/07/2022 09h45

Sob o tema ‘Identidade(s)’, a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) promoveu, nos dias 18 e 19 de setembro, o Festival ‘Som e Cena’, com a participação de alunos do Ensino Médio, da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e de trabalhadores da Escola Politécnica, em oficinas e apresentações musicais e teatrais. O evento foi iniciado com a apresentação musical de alunos dos 2º e 3º anos do Ensino Médio, das habilitações de Gerência em Saúde e Análises Clínicas, que tocaram diversos instrumentos e cantaram músicas como ‘Murucututu’, do folclore brasileiro, e ‘A trova do vento que passa’, de Manuel Alegre. Os alunos do 3º ano, da habilitação Gerência em Saúde, mostraram, em ritmo de funk, a trajetória da turma desde o 1º ano do Ensino Médio na EPSJV. Já os alunos do 3º ano, da habilitação de Análises Clínicas, cantaram a música ‘Pagu’, da cantora Rita Lee.

Professora-pesquisadora da EPSJV, Jeanine Bogaerts explicou que, a exemplo das aulas de artes da Escola, o ‘Som e Cena’ busca valorizar as artes cênicas e musicais como forma de expressão que vão além do entretenimento. “Nas peças teatrais, buscamos histórias de vida, resistência e luta que refletem diferentes realidades e reivindicam questões que demarcam e valorizam identidades”, detalhou.

A programação contou com o espetáculo ‘Hora do show’, da dupla Magano e Sonata. A peça é um stand-up de humor, produzido pelos atores Marcelo Magano e Patrick Sonata, que trata de temas importantes e atuais, como racismo e machismo.  “Não se pode falar de identidade sem associá-la ao conceito de cultura, que nos ajuda a moldar nossa identidade e dar sentido a nossa experiência. Dessa forma, a cultura e a arte podem servir para demarcar a identidade, para refletir sobre estigmas e preconceitos, buscando a valorização das diferenças e das diversidades”, acrescentou Helena Vieira, professora-pesquisadora da EPSJV.

Foi nesse contexto que os alunos do 3º ano do Ensino Médio, da habilitação de Análises Clínicas, apresentaram a peça ‘Bailei na Curva’, de Júlio Conte, que tem como pano de fundo os fatos políticos a partir do golpe empresarial-militar de abril de 1964 até o movimento das Diretas Já, em 1984. A peça foi seguida pela Orquestra Lunar, que trouxe diversas músicas de Chiquinha Gonzaga, Tom Jobim e Djavan, entre outros.

Durante a noite, os alunos da EJA assistiram uma apresentação da cantora Larissa Luz. “Estudamos ‘Identidades’ em um dos eixos da EJA e levamos para os alunos do Ensino Médio também. A Larissa representa muito o tema do festival, porque é uma mulher, além de ser negra, artista e bailarina”, iluminou Jeanine.


Oficinas artísticas

O segundo dia de ‘Som e Cena’ destacou-se pelas oficinas de ‘Estêncil’, ‘Punk e Hip-Hop como movimentos revolucionários’, ‘Entre o mito e o músculo: dança dos orixás e cadeias GDS’, ‘Dança Afro’ e ‘Sujeitos luminosos’, com a participação de professores da Escola e convidados externos. A Oficina de Danço Afro trouxe de volta à EPSJV a ex-aluna Thaís Cristina da Silva, do coletivo ‘Antepassados de Cor’, criado por ela na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “Quando estudei aqui, em 2011, de cem alunos havia apenas quatro negros. Chegar aqui hoje e ver essa quantidade de negros e negras na Escola, querendo se apropriar dessa dança, é muito gratificante”, realçou.

Por fim, os alunos participaram de uma batalha de dança com apresentações musicais. “É muito importante o incentivo que a Escola dá às artes ao criar esses espaços. Temos Artes no currículo, mas a carga horária é pequena. Essas atividades nos fazem apresentar e conhecer a diversidade artística”, disse Luize Abreu, do 3º do Ensino Médio, da habilitação de Gestão em Saúde.