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EPSJV/Fiocruz promove atividades na 6ª Jura

Escola Politécnica coordena na Fiocruz a realização da jornada que tematiza reforma agrária e soberania alimentar
Julia Neves - EPSJV/Fiocruz | 22/05/2019 12h01 - Atualizado em 01/07/2022 09h44

‘O que você sustenta quando se alimenta?’. Este é o lema da 6ª Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (Jura), que acontece de abril a maio, em instituições de  ensino e pesquisa de diversos estados do país. Na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Jura foi coordenada pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz). Segundo a professora-pesquisadora Daniela Egger, coordenadora da jornada na Escola Politécnica,  a importância da temática e sua relação com o tema da saúde se dá pelo fato de o Brasil ser o maior consumidor de agrotóxicos do planeta – o país consome atualmente 18% dos agrotóxicos do mundo. “Além de alimentos envenenados por agrotóxicos, que contaminam a população causando agravos à saúde, este modelo de produção, baseado em larga escala, em agrotóxicos e em transgênicos, contamina e destrói também ambientes e culturas. Na contramão dos alimentos contaminados, o tema deste ano chama atenção às alternativas e às resistências a esse modelo que está diante da população a cada refeição, a cada prato de comida. Comer é um ato político”, destaca.

Na oficina ‘Cantos da terra’, realizada no dia 25 de abril, os estudantes ouviram músicas, como ‘Rei do agronegócio’ de Chico Cesar e Carlos Rennó, e, em seguida, relacionaram a letra das canções com o tema da Jura. A edição de 9 de maio da Feira Agroecológica Josué de Castro também fez parte da programação. Em um dos stands montado pela EPSJV/Fiocruz foi exibido o documentário ‘O veneno está na mesa I’, de Silvio Tendler, com a presença de Marciano Silva, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). Realizada em parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) e com movimentos sociais, a feira, que acontece quinzenalmente, busca trazer o debate da transição agroecológica e da soberania alimentar com a comercialização de alimentos livres de agrotóxico.

Já no dia 14 de maio, os alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA-Manguinhos) fizeram pequenas apresentações culturais com canções relacionadas às temáticas do campo, juntamente com o ensaio aberto do grupo ‘Música na calçada’. Daniela ressalta que os Movimentos Sociais Populares do Campo e as instituições de pesquisa e ensino do país elaboram e sistematizam conhecimentos e ações que defendem e propõem outras perspectivas para a produção de alimentos para a população, baseados em processos agroecológicos que, além de produzir comida de qualidade, contribuem para saúde de todo o planeta. “Assim, durante a Jornada falamos de lutas e da construção de conhecimento que esteja em defesa da qualidade da alimentação da população brasileira e, portanto, da democratização da terra”, relata.

Pelo país

A Jornada Universitária da Reforma Agrária acontece anualmente, desde 2014, em várias universidades e demais instituições de ensino e pesquisa do país. Ela marca o Dia da Luta Camponesa (17 de abril), que homenageia as 19 pessoas que lutavam por terra e foram assassinadas no massacre de Eldorado de Carajás, ocorrido no Pará, em 1996.

O objetivo da Jura é que os núcleos de pesquisa, ensino e extensão, grupos de trabalho e outros pesquisadores e professores que tratam da Reforma Agrária ou temas articulados com perspectivas de defesa dos Movimentos Sociais Populares do Campo realizem ações tendo em vista debater a pauta da Reforma Agrária no ambiente acadêmico, na sociedade e nos meios de comunicação como um todo.

No Rio de Janeiro, a Jura acontece nas universidades federais do Rio de Janeiro (UFRJ), Fluminense (UFF), do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), além da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), da Estadual do Norte Fluminense (UENF) e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).