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Escola Politécnica inicia Mestrado Profissional para países da África

Turma Especial reúne trabalhadores de Moçambique, Angola, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, que terão aulas presenciais e atividades remotas síncronas
Julia Neves - EPSJV/Fiocruz | 09/12/2025 14h58 - Atualizado em 09/12/2025 16h13

A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) iniciou, em 1º de dezembro, a turma especial do Mestrado Profissional em Educação Profissional em Saúde voltada para Países Africanos de Língua Portuguesa (Palops). A formação, que reúne trabalhadores de Moçambique, Angola, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, é realizada em regime híbrido, com atividades presenciais e remotas síncronas. Essa primeira etapa, que vai até 14 de dezembro, está acontecendo presencialmente no Centro Regional de Desenvolvimento Sanitário (CRDS) de Moçambique e equivale a uma parte do primeiro módulo (com duas disciplinas obrigatórias e seminários de pesquisa I) que terá continuidade de forma remota até fevereiro de 2026.

Em 2026, o segundo módulo (com duas disciplinas obrigatórias e seminários de pesquisa II) iniciará em março, com uma segunda etapa presencial. Esse módulo seguirá até maio com aulas síncronas remotas. O terceiro módulo será desenvolvido na segunda quinzena de agosto, composto por cinco disciplinas eletivas de 30h, e concluído de forma síncrona remotas em setembro e outubro. Além disso, haverá uma aula inaugural em 27 de fevereiro de 2026, em Maputo (Moçambique), em conjunto com o Mestrado e Doutorado em Ciências da Saúde da Fiocruz, com a presença de diversas autoridades da instituição, do Ministério da Saúde de Moçambique e representantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

O coordenador-adjunto do Programa da Pós-graduação da EPSJV, Carlos Batistella, contou que a formação foi pensada para atender uma demanda do Instituto Nacional de Saúde (INS), do Ministério da Saúde de Moçambique, no sentido de fortalecer o sistema de saúde do país, mas sobretudo criar um núcleo de pesquisadores e formadores mais envolvidos com educação de profissionais em saúde. “Eles estão criando a Escola Nacional de Saúde Pública, no âmbito do INS, e essa turma, provavelmente, irá constituir um grupo de pesquisadores estratégicos na área de Educação Profissional em Saúde em Moçambique”, adiantou.

Batistella destacou ainda que a formação conta também com estudantes de Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Angola, pois entra como uma das ações do Plano de Trabalho da Rede de Escolas Técnicas da CPLP. “Esse plano foi firmado em junho de 2025, em Lisboa, Portugal, onde havia representantes de todos os ministérios. O edital foi lançado com abertura de vagas para todos os países da CPLP, fizemos o processo seletivo e a turma se configurou dessa forma: são 25 alunos, 22 de Moçambique, um de Angola, um de São Tomé e um de Cabo Verde”, explicou.

O plano de curso dessa turma especial segue a mesma configuração da turma regular do Mestrado, com as disciplinas e atividades obrigatórias, entretanto, Batistella ressaltou que o documento está sendo reconfigurado de acordo com a realidade e demandas específicas da turma da África. Além disso, tem sido realizado um processo formativo com os docentes, que reverbera nas ementas das disciplinas. “Nós montamos um grupo de estudos com professores-pesquisadores ligados à Pós-graduação da Escola Politécnica. Temos recebido pesquisadores de diversas universidades brasileiras que têm nos dado aulas sobre as realidades históricas, políticas, econômicas, educacionais, culturais e de saúde, sobretudo, de Moçambique, mas também dos outros países envolvidos”, afirmou. E acrescentou: “A sala de aula de um curso dessa natureza segue muito os moldes que a Escola Politécnica acredita – uma pedagogia mais participativa. Temos aberto canais de escuta para que os estudantes possam falar dos seus desafios enquanto trabalhadores dos sistemas de saúde”, ressaltou Batistella.

Para a coordenadora do Programa de Pós-graduação da EPSJV, Ialê Falleiros, o primeiro módulo presencial tem sido muito rico, alegre e dinâmico. “Após as boas-vindas, nos apresentamos e pedimos para que cada um dissesse algo que gosta de fazer. Ali já nos sentimos muito próximos e ficou fácil pactuarmos os acordos coletivos da turma e a apresentação dos pré-projetos pelos estudantes. Que venham os próximos encontros”, comemorou.

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