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Estudante e professora da EPSJV participam de evento pelo Dia do Orgulho LGBTQIA+

Maria Clara Rangel, estudante do ensino médio e coordenadora do coletivo “Se joga LGBTQI” estavam na mesa do evento “Orgulho LGBTQIA+: A educação em tempos de resistência”, mediada pela professora-pesquisadora Simone Ribeiro
Julia Neves - EPSJV/Fiocruz | 29/06/2021 18h43 - Atualizado em 01/07/2022 09h42

O Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) promoveu, no dia 29 de junho, o evento virtual “Orgulho LGBTQIA+: A educação em tempos de resistência”. O encontro, realizado em alusão ao Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ (28 de junho), teve como objetivo fortalecer a importância do respeito e da equidade com base em gênero e diversidade sexual e reforçar o compromisso institucional com essa causa. O debate contou com a participação de Simone Ribeiro, professora-pesquisadora da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) e integrante do comitê, e de Maria Clara Rangel, estudante do 3º ano do ensino médio, da habilitação de Análises Clínicas, e uma das coordenadoras do coletivo “Se joga LGBTQI” do Poli.

Na abertura, Biancka Fernandes, educadora comunitária do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) e integrante do Comitê, agradeceu o apoio da Fiocruz nas demandas específicas de gênero e raça para a comunidade LGBTQIA+. “Para mim, pessoa trans inserida nesse espaço, é muita gratidão. Agradeço o Comitê que vem fazendo um trabalho incrível para que a Fiocruz consolide, cada vez mais, esse espaço tão importante voltado para as questões de gênero e raça”, disse. E acrescentou: “Estamos aqui para falar de uma coisa mais que necessária, que é a educação para a população LGBTQIA+. Quanta importância vocês, professores, têm no fortalecimento da educação para essa comunidade que é tão violentada”.

A abertura contou ainda com uma intervenção artística de Kamilla Carvalho, a primeira musa trans da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, do Rio de Janeiro. 

No debate, Simone reafirmou a importância de marcar o posicionamento institucional da Fiocruz com o evento. E ressaltou que, apesar de muitas vitórias, não se pode esquecer da luta. “Mesmo em 2021, a gente vê que ainda temos muito para lutar. O dia do orgulho começou com uma revolta e a gente tem que continuar se mobilizando hoje para conseguir ocupar os nossos espaços. Em junho, que é o mês do Orgulho, tivemos uma mulher trans com corpo queimado por um adolescente em Recife [PE], o nome dela é Roberta. Temos tantas pessoas por aí perdendo suas vidas, seus direitos básicos à existência, porque a subnotificação ainda é muito grande”, lamentou. “Ter a Fiocruz se engajando nessas questões é essencial para marcar o reconhecimento da importância de pautar o direito básico à vida, à educação, à dignidade e à saúde, e o quanto isso está muito interligado”, acrescentou.

Em sua fala, a estudante da EPSJV, Maria Clara Rangel, destacou o Projeto Político Pedagógico (PPP) da Escola Politécnica, que é pautado pelos princípios da Politecnia e da Omnilateralidade. “O indivíduo omnilateral tem um desenvolvimento amplo e livre. Ele é estimulado a pensar e questionar”, definiu. 

Além das matérias de formação geral e técnica, Maria Clara contou que a EPSJV oferece a IEP [Introdução à Educação Politécnica], que é dividida nos eixos de Trabalho, Ciência, Política e Saúde. “No TI [Trabalho de Integração], eu escolhi ‘Corpo, gênero e sexualidade’, orientado pela professora Simone”, ressaltou, acrescentando que “quando se fala de educação em tempos de resistência, o importante é formar um indivíduo pensante, sensível às mais diversas realidades”. 

Para a jovem, a educação se faz essencial nos espaços de debate sobre diversidade, sobretudo no coletivo “Se Joga”, que segundo ela, além de ser um espaço de acolhimento e de liberdade, também é um espaço de luta e organização dos estudantes LGBTQIA+ na EPSJV. “Na Escola ainda temos um lugar minimamente seguro para vivermos com a liberdade de sermos quem somos, mas e quando saímos dali? O coletivo se torna um espaço não só de conforto, mas de debate na luta contra as repressões da sociedade. E eu acredito na força e na potência da juventude organizada em mudar o cenário atual”, finalizou.

Também participaram do encontro: Dani Balbi, professora da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Felipe Bastos, professor do Colégio de Aplicação João XXIII da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF); e Wescla Vasconcelos, pedagoga e Mestranda em Cultura e Territorialidades na Universidade Federal Fluminense (UFF).

Assista aqui o evento completo.

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