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Fiocruz se mobiliza contra a violência em Manguinhos

Ato promovido pela Fundação reuniu trabalhadores, estudantes e moradores para denunciar a violência na região. Aulas foram suspensas e diversas atividades de pesquisa têm sido prejudicadas pelos constantes tiroteios
Talita Rodrigues - EPSJV/Fiocruz | 27/04/2017 11h43 - Atualizado em 01/07/2022 09h45

Para denunciar a violência que vem afetando a vida de moradores, trabalhadores e estudantes de Manguinhos, a Fiocruz promoveu no dia 25 de abril um ato contra a violência. Cerca de 500 pessoas participaram da manifestação, que teve início na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) e seguiu até o Castelo da Fundação. Durante a concentração na EPSJV, alunos e trabalhadores participaram de uma oficina de cartazes, antes de seguirem em passeata até o Castelo. No caminho, o grupo foi recebendo o apoio e a adesão de trabalhadores e estudantes de outras unidades da Fiocruz.

No Castelo da Fiocruz, trabalhadores, estudantes e lideranças comunitárias denunciaram como a violência vem afetando a vida e o trabalho de todos na região e em outras áreas do Rio de Janeiro, que também sofrem com a violência constante. Participaram do ato a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, a direção da EPSJV e da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz), Grêmio Politécnico e ex-alunos da EPSJV, a Comissão dos Agentes Comunitários de Manguinhos, o deputado estadual Flávio Serafini (PSOL-RJ), Ciro Garcia (PSTU), a deputada estadual Marielle Franco (PSOL-RJ), Comissão de Enfrentamento à Violência de Manguinhos, Movimentos Marias, Fórum de Saúde do Rio de Janeiro, Diretório Central dos Estudantes da UFRJ, e representantes de associações de moradores da região de Manguinhos, além de moradores da Maré, Rocinha e Manguinhos.

Após o ato no Castelo, um grupo de trabalhadores da Fiocruz fez uma visita ao Colégio Estadual Compositor Luiz Carlos da Vila, em Manguinhos, para se solidarizar com a situação de insegurança vivida pela escola. Na parte da tarde, também foram realizadas duas rodas de conversa na EPSJV para debater a violência nas escolas de Manguinhos e também as consequências para a região.

Suspensão de aulas

Na EPSJV, as aulas estão suspensas desde o dia 17 de abril, quando um tiro atingiu a janela de uma das salas de trabalho da Escola. A suspensão das aulas afeta cerca de 600 alunos, entre estudantes do Ensino Médio, da Educação de Jovens e Adultos (EJA), pós-graduação e trabalhadores do SUS. As aulas serão retomadas no próximo dia 2 de maio, com a adoção de algumas medidas para tentar garantir a seguranças dos estudantes da unidade.

Reunião

No dia 19 de abril, representantes da Fiocruz se reuniram com o subsecretário de Comando e Controle da Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro, Rodrigo Alves, para discutir sobre a violência em Manguinhos, que afeta não apenas trabalhadores e estudantes da Fiocruz, mas também os moradores da região. O grupo solicitou o fim das incursões policiais que levam risco à integridade física e mental dos moradores, trabalhadores, estudantes e usuários dos serviços e a abertura de um canal de diálogo que possibilite a discussão sobre os mecanismos para a redução da violência na região.

No encontro, a Fiocruz entregou ao subsecretário o documento Impactos da Violência sobre a Fundação Oswaldo Cruz, no qual relata as consequências dos confrontos armados no cotidiano da instituição e dos moradores e solicita o fim das incursões policias no território de Manguinhos.

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