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Identidade e cultura local

Alunos da Educação de Jovens e Adultos promovem diversas apresentações culturais com o tema desenvolvido em sala de aula.
Talita Rodrigues - EPSJV/Fiocruz | 09/07/2015 08h00 - Atualizado em 01/07/2022 09h46

Um desfile de escola de samba e um festival cultural. Foi assim que os alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) concluíram, nos dias 29 e 30 de junho, o semestre em que trabalharam o tema “Identidade e cultura local”. Os eventos integram o projeto Laboratórios do Livre Saber e são a culminância do trabalho desenvolvido ao longo do semestre com diversas atividades sobre os conceitos de identidade e cultura. O EJA Manguinhos é coordenado pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) e reúne cerca de 120 alunos que têm aulas na sede da Escola e também na sede da Rede CCAP (Rede de Empreendimentos Sociais para o Desenvolvimento Socialmente Justo, Democrático, Integrado e Sustentável), Organização Não-Governamental com sede em Manguinhos, no Rio de Janeiro.

Durante cada semestre, o tema definido pela coordenação do curso é trabalhado de forma integrada entre as disciplinas. “Tentamos tirar cada disciplina da sua caixinha e integrar os conteúdos. Os temas do semestre são trabalhados também com enfoque no perfil dos alunos da EJA. Nesse semestre, por exemplo, estavam muito presentes as discussões de gênero, cultura nordestina e questões raciais”, explica Michelle Oliveira, uma das coordenadoras da EJA Manguinhos, juntamente com Marcelo Melo, Danielle Cerri e Daniel Vieira. Para que haja maior integração entre as disciplinas, parte do planejamento da EJA é feito em conjunto, semanalmente. Depois, cada professor define as atividades que vai desenvolver com a turma.

No dia 29, o evento foi realizado na EPSJV com a apresentação do Grêmio Recreativo Escola de Samba Sempre Unidos de Manguinhos que teve como tema do desfile “Sobre atabaques e opressão: uma viagem ao mundo encantado de oito mulheres de um território chamado Manguinhos”. Os estudantes compuseram um samba-enredo, produziram os estandartes e alguns instrumentos da bateria da escola de samba. O enredo retratava a luta de mulheres do território de Manguinhos e foram feitas homenagens a oito mulheres do território - Elizabeth Campos (coordenadora da Rede CCAP), Jane Camilo (Fórum de Manguinhos), Silvia de Souza, Daniela Barbosa, Simone Cândida e Cátia Cristina (ex-alunas da EJA e funcionárias da EPSJV), Thyane Werneck (ex-aluna da EJA e transexual) e Zenair Laurindo da Silva (professa da EJA desde 1997 e que morreu no último dia 5 de julho).

No dia 30, as atividades forma realizadas na rua em frente à Rede CCAP, na Vila Turismo, com o objetivo de integrar também a comunidade local. No Festival Cultural organizado pelos alunos, houve apresentações de músicas, poesias, vídeos produzidos pelos estudantes, além de mostra de curtas infantis. Também houve uma Oficina de Bonecas Abayomis (bonecas negras de tecido), desenvolvida por Elenice Pessoa, e uma oficina de pintura para crianças, com Ubiraja Rodrigues, do Projeto Oficina Portinari. Para encerrar o evento, foi realizado um arraiá ecumênico, com a participação de representantes de várias religiões.

Nos dias das apresentações, os alunos dos dois polos participam dos eventos em conjunto. “Com esse trabalho, aproximamos o conteúdo das disciplinas da vida dos alunos e damos um sentido para eles. É um espaço de criação coletiva dos alunos, com cada um participando do seu jeito”, observa Marcelo Melo.

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