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Iniciação Científica

Alunos do Programa de Vocação Científica da Fiocruz apresentam seus trabalhos desenvolvidos no programa
Julia Neves - EPSJV/Fiocruz | 11/05/2018 08h29 - Atualizado em 01/07/2022 09h45

A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) promoveu, de 7 a 11 de maio, a XXIII Semana do Programa de Vocação Científica (Provoc). Realizado anualmente, o evento reúne alunos do 1° ano da Etapa Avançado, que apresentam pôsteres, e os concluintes do programa, que fazem apresentações orais para bancas examinadoras compostas por pesquisadores da Fiocruz e convidados de outras instituições de ensino e pesquisa do Rio de Janeiro. “O objetivo dessa semana é que os jovens apresentem como está o desenvolvimento de seus projetos. A ideia não é que o aluno vá para o laboratório e faça sua pesquisa isoladamente. O ideal é que ele possa divulgar, trocar e dialogar com outras pessoas para que esse conhecimento possa ser compartilhado”, explicou Cristiane Braga, coordenadora geral do Provoc e coordenadora pedagógica da etapa Avançado.

Em meio a tantos jovens estudantes, há muitas trajetórias que se destacam. Morador de Manguinhos, no Rio de Janeiro, onde está instalada a sede da Fiocruz, Lucas de Lima, 18 anos, estudou no Colégio Pedro II e apresentou o trabalho ‘Caracterização da atividade tóxica dos extratos de Plectranthus barbatus Andrews sobre Biomphalaria glabrata’, que trata do uso de produtos naturais no combate ao hospedeiro intermediário da Esquistossomose, e foi desenvolvido com a orientação de José Augusto Albuquerque, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).  “Foi uma honra participar do Provoc e me abriu muitas portas. O programa faz diferença na nossa vida porque já chegamos na faculdade com uma visão mais ampla, com a prática e a teoria”, afirmou Lucas, que atualmente cursa Química na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). E completou: “As batalhas que ninguém sabe que você está lutando são as que rendem os melhores resultados. Quando você vence isso, você sabe que fez diferença para você e para outros ao seu redor. É muito gratificante”, disse ele, que nasceu em São Luís (MA) e veio para o Rio de Janeiro aos três anos e foi criado pelas tias, após ser abandonado pela mãe pouco depois de chegar ao Rio de Janeiro.

Carolina Cipriano, 18 anos, estudante do Colégio Pedro II e que pretende prestar vestibular para Medicina, também considera o Provoc uma experiência enriquecedora. “Participar do Provoc foi uma experiência gratificante, que quebrou paradigmas, na medida em que tornou acessível entrar em um laboratório de excelência. A convivência com as mais diversas áreas, perpassando por Farmácia, Biologia e Medicina, aprimorou meu raciocínio multidisciplinar, aprendi inúmeras técnicas e conceitos e conheci pessoas que me fizeram crescer muito pessoal e profissionalmente”, contou ela, que foi orientada pela pesquisadora Jackeline de Paula, do IOC/Fiocruz, egressa do Provoc em 2000. “A Jackeline é uma inspiração para mim como cientista e como pessoa. Ela me deu muitas dicas sobre o programa e me ajudou a me inserir no ambiente científico”, disse Carolina.

"O Provoc me proporcionou uma vivência que me permitiu realizar uma escolha profissional mais direcionada. Enquanto orientadora, me permite mostrar aos alunos as diversas possibilidades de escolhas profissionais e o quanto esta experiência é muito importante e singular para o direcionamento profissional. Os desafios estão relacionados ao apoio familiar, segurança pública na cidade e em especial na região da Fiocruz, que muita das vezes inibe a participação e ou continuidade do aluno no projeto", destacou Jackeline.

No evento, Carolina apresentou o trabalho ‘Comparação dos efeitos da radiação gama sobre a hematopoese Murina’, que  demonstrou que certas doses de radiação utilizadas em alguns tratamentos de tumores, podem causar danos reversíveis na medula óssea, mas seus efeitos em longo prazo necessitam ser aprofundados.

Provoc

O Programa de Vocação Científica (Provoc) é uma proposta educacional de Iniciação Científica (IC) na área da saúde para jovens que cursam o Ensino Médio, com o objetivo de estimular a aprendizagem dos conhecimentos técnicos e científicos a partir da experimentação de práticas de pesquisa. O Programa foi criado em 1986 pela Fiocruz e, desde então, é coordenado pela EPSJV.

O Programa é dividido em duas etapas: Iniciação e Avançado. Na etapa Iniciação, cuja duração é de um ano, os alunos se familiarizam com as principais técnicas e objetos de pesquisa de Ciência e Tecnologia em Saúde. Na etapa Avançado, com duração de dois anos, o aluno desenvolve um subprojeto de pesquisa com o seu orientador, passando por todas as etapas de execução de um projeto de pesquisa em Ciência e Tecnologia em Saúde.