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Oficina discute Projeto Educativo Institucional de escolas na Argentina

Cooperação envolve fortalecimento das instituições públicas que formam técnicos em saúde
Cátia Guimarães - EPSJV/Fiocruz | 28/10/2011 09h00 - Atualizado em 01/07/2022 09h47

A finalidade da formação de técnicos em saúde, as especificidades da missão institucional das escolas voltadas para essa formação, as diferentes concepções pedagógicas envolvidas e as formas como elas se expressam no currículo: esse foi o caminho seguido por uma oficina realizada pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) com sete escolas argentinas. O ponto de chegada era a discussão sobre o Projeto Educativo Institucional (PEI) - equivalente ao Projeto Político-pedagógico brasileiro -  dessas instituições.



Os professores-pesquisadores da EPSJV destacaram, por exemplo, os principais objetivos de um Projeto Educativo Institucional: relacionar as esferas micro e macropolítica; ajudar a identificar problemas e pontos fortes da escola; estabelecer e distribuir compromissos e responsabilidades; debater e estabelecer acordos sobre os principais elementos técnicos e políticos envolvidos na formação conduzida pela escola; e redefinir o ‘tempo educativo’, de modo a evitar a fragmentação do trabalho e do próprio conhecimento, entre outros.



As discussões partiram de uma frase geradora que deveria incentivar a reflexão sobre o objetivo da formação de trabalhadores técnicos, passaram  pela apresentação de questões teóricas, como as diferentes concepções de educação e de currículo, até chegarem ao diálogo sobre as condições concretas de cada instituição para implementar de fato o PEI. Um dos desafios para a realização de um PEI é, segundo o foco da oficina, garantir o máximo de participação da comunidade escolar, o que, além de espaços de debate, inclui, por exemplo, a construção de processos eleitorais para dirigentes.  A oficina também levantou questões sobre a missão institucional dessas escolas, que envolve sua condição de instituição pública, seu compromisso com a organização dos serviços de saúde e sua inserção em regiões e comunidades específicas — como, por exemplo, a escola do Chaco, localizada num local de populações indígenas.



Próximos passos



A oficina, realizada entre 26 e 30 de setembro, em Buenos Aires, foi parte da cooperação que a EPSJV está prestando para que as escolas técnicas da área da saúde participem, pela primeira vez, do Plano de Melhoria da Qualidade de Instituições Formadoras de Técnicos em Saúde, uma linha de financiamento do Ministério da Educação da Argentina para a educação profissional — e que agora conta também com a parceria do Ministério da Saúde da Nação argentina. A EPSJV está envolvida no eixo que trata da ‘formação inicial e continuada de docentes’, um dos 11 que compõem o Plano. Uma missão já havia participado, em abril deste ano, de uma oficina que discutiu a formatação do projeto que as escolas deveriam elaborar.



Esse foi o primeiro de outros três encontros presenciais, que vão ampliar o trabalho para as outras escolas envolvidas no Plano. A partir de agora, a cooperação vai se dar num processo mais ‘individualizado’ à distância, a partir de solicitações específicas das escolas.



No projeto elaborado, além de processos mais gerais como o PEI, cada escola deu ênfase ao desenvolvimento de um curso específico. O próximo encontro presencial do qual a EPSJV vai participar, que deve acontecer daqui a seis meses, vai discutir currículo e produção de material didático para esses cursos. “Mas pode ser que também voltemos a debater o PEI, dependendo do andamento do trabalho à distância a partir de agora”, explica Anamaria Corbo, coordenadora de cooperação internacional da EPSJV, que participou da oficina junto com os professores-pesquisadores Carlos Batistella, Anakeila Stauffer e Angélica Fonseca.