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Projeto da EPSJV na área de Segurança Química é aprovado pelo CNPq

Estudo vai analisar como o tema é abordado nos cursos de graduação da área de saúde no Ceará
Talita Rodrigues - EPSJV/Fiocruz | 09/11/2012 09h00 - Atualizado em 01/07/2022 09h47


A análise do ensino da Segurança Química nos cursos de graduação da área de saúde no estado do Ceará é o foco do projeto de pesquisa da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), coordenado pelo professor-pesquisador Marco Costa e aprovado na ‘Chamada Universal 2012’ do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O projeto foi o único da Fiocruz aprovado na área de Educação. “Isso mostra que as ações educativas de biossegurança estão cada vez mais se solidificando. Nos últimos cinco anos, o CNPq aprovou dez projetos executados pelo grupo de pesquisa ‘Educação Profissional em Biossegurança’, da EPSJV, sendo que três deles têm o Nordeste como foco. Isso é importante porque, normalmente, não é uma região muito contemplada com projetos no campo da Biossegurança, onde está inserida a Segurança Química”, observa Marco Costa, que também coordena o grupo de pesquisa desde 2006.



O projeto ‘O Ensino da Segurança Química no Ceará: um olhar nos cursos superiores da área de saúde’ teve origem na pesquisa ‘Ensino da Biossegurança no Ceará’, desenvolvida em colaboração com a Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem (FFOE) da Universidade Federal do Ceará (UFC), a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP), e a Comissão de Biossegurança do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), que está em fase de conclusão e que identificou a Segurança Química como uma lacuna nos conteúdos dos cursos e materiais didáticos da área de saúde. Essa deficiência também foi percebida em outro projeto do grupo que teve a região Nordeste como foco, um encontro realizado este ano em Fortaleza (CE) com coordenadores e professores de Biossegurança da região Nordeste, que discutiu questões pedagógicas do ensino de Biossegurança.



Durante a pesquisa, que terá a duração de três anos e se inicia em 2013, serão analisados cursos como Medicina, Biologia, Farmácia, Odontologia, Nutrição, Veterinária e Enfermagem, entre outros. “A Segurança Química na área de saúde é um tema que necessita de aprofundamento. Em muitos cursos do Brasil, ela não está inserida na grade ou está incluída de forma inadequada. Com isso, os profissionais formados nessas áreas acabam cometendo erros no exercício da profissão, ao manusearem produtos químicos, por não terem o conhecimento necessário. Muitos acabam aprendendo a maneira correta na prática do dia-a-dia ou em cursos de pós-graduação”, ressalta Marco Costa. A produção de material didático sobre o tema é um dos produtos que devem ser gerados pela pesquisa, além de artigos científicos e participação em seminários para apresentação dos resultados da investigação.



A Segurança Química é um conjunto de ações de prevenção da saúde humana e ambiental, em procedimentos que envolvem produtos químicos. “Isso engloba, por exemplo, o manuseio desse material, como ele é armazenado e como é descartado. Também é importante que o profissional tenha conhecimento sobre o que fazer em casos de emergência”, explica Marco Costa. O uso incorreto de uma substância química, como o éter etílico, por exemplo, pode gerar resultados inadequados em um exame laboratorial ou trazer consequências para o profissional que está manuseando incorretamente o produto. “Se for um éter que não passou por um controle de qualidade correto, pode, além de influenciar no resultado final do exame, também causar problemas de saúde para o profissional”, acrescenta o pesquisador.



Além do uso, o armazenamento dos produtos químicos também deve seguir normas de Segurança Química. “O manuseio inadequado de um ácido armazenado próximo a uma acetona, por exemplo, pode gerar fogo e causar um incêndio. O descarte incorreto dos produtos químicos também pode ocasionar graves consequências para o ambiente interno e também externo”, exemplifica Marco Costa.



O projeto terá a participação dos pesquisadores Paulo Roberto de Carvalho (EPSJV), Maria de Fátima Barrozo da Costa (ENSP), Carlos Couto Castelo Branco (FFOE/UFC) e Cíntia Borba e Maria Castro (Comissão de Biossegurança do IOC). Alunos de pós-graduação, orientados por esses professores, e que tenham a biossegurança como objeto de estudo, também poderão participar do projeto.