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Som & Cena 2025 comemora 40 anos da Escola Politécnica

Edição celebrou a história da Escola e o legado do patrono Joaquim Venâncio com apresentações teatrais e musicais
Julia Neves - EPSJV/Fiocruz | 19/11/2025 14h08 - Atualizado em 19/11/2025 15h33

A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) promoveu, no dia 13 de novembro, a edição de 2025 do “Som & Cena”, em uma comemoração especial dos 40 anos da Poli. Nesta edição comemorativa, aconteceram apresentações musicais, teatrais, projeções de artes visuais e registros fotográficos e audiovisuais que se relacionam com os quatro tempos da Exposição “Poli 40 anos” - Tempo de lutas contra-hegemônicas, Tempo de construção, Tempo de consolidação, Tempo de futuro.

Além disso, a edição celebrou a memória e o legado de Joaquim Venâncio, patrono da instituição, e toda a história da Escola e seu papel para o desenvolvimento da Educação Profissional em Saúde no Brasil.

Para a professora de teatro Helena Vieira, esta edição do Som & Cena foi ainda mais especial porque conseguiu ampliar o evento com a participação de trabalhadores de diferentes setores, para além das artes. Segundo ela, “a Escola estava se preparando para o evento. Vimos muitas pessoas envolvidas, querendo participar. Convidamos pessoas de outros setores, como o Maycon Gomes, da Comunicação, e a Gisele Apolinário, da Secretaria Escolar. E no fim, o Som & Cena cresceu”, contou. Helena ressaltou que foi muito significativo ver os estudantes acompanhando a história da Escola sendo contada. “E, mais do que isso, eles próprios assumindo o papel de narradores dessa trajetória”, comemorou.

Para o professor de música Reinaldo Souza, a arte se tornou o veículo para que os estudantes fizessem uma releitura crítica da trajetória da instituição. “Nosso fio condutor foram os invisibilizados, ou seja, àqueles para qual o SUS foi criado. O Som & Cena é o nosso veículo para manter viva a consciência crítica de que a missão da Poli está longe de terminar, consolidando a arte como um pilar de alto status na formação integral de nossos estudantes”, comentou.

A importância do evento, continuou Reinaldo, está na centralidade da arte para a formação omnilateral e para a missão da Poli antirracista e de defesa do SUS. “A arte na Escola Politécnica se firma em sua autonomia epistemológica. Não está no currículo para ser um acessório ou para justificar que melhora o raciocínio em outras disciplinas. Ela é, primariamente, uma forma autônoma e insubstituível de conhecimento e expressão humana. Ela tem sua própria gramática e serve para desenvolver a sensibilidade, a imaginação, a fruição estética e a capacidade de simbolização, o que chamo de omniconsciência e omniletramento”, ressaltou.

A vice-diretora de Ensino e Informação, Márcia Valéria Morosini, destacou a alegria e o orgulho em ver um evento como o Som & Cena, que, segundo ela, dialoga diretamente com a proposta de educação politécnica da Escola. “Temos a convicção de que esse projeto politécnico faz tanto sentido que estamos formando jovens que, ao se tornarem adultos, conhecerão nosso país, compreenderão suas desigualdades e desejarão transformá-las. Queremos que lutem contra essas injustiças e que tenham a oportunidade de se educar também nas sensibilidades. Este é um projeto ético, político e, ao mesmo tempo, artístico”, ressaltou. Márcia Valéria destacou ainda que gostaria que todas as escolas públicas do país tivessem essa mesma oportunidade e reforçou que esse desejo está alinhado à missão da instituição: “garantir acesso à saúde de qualidade e formar trabalhadores e trabalhadoras comprometidos com a construção de um SUS público, universal e voltado para toda a classe trabalhadora”.

Após a abertura, ainda parte da manhã, aconteceram as apresentações musicais. Estudantes de diferentes turmas interpretaram as seguintes canções: “Que País é Esse?”, de Renato Russo; “Olhos Coloridos”, de Macau; “Não quero dinheiro”, de Tim Maia; “O que se Cala”, de Douglas Germano; e “Brasil”, de Cazuza, Jorge Israel e Nilo Romero.

Durante as apresentações musicais, foram projetados no telão registros fotográficos dos trabalhos que fazem parte da exposição “Poli 40 anos”, realizados pelos estudantes do 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio, da disciplina de Artes Visuais, dada pela professora-pesquisadora Daniela Mattos e desenvolvidos a partir das temáticas: Observação e afetos, Memórias Ancestrais e Cartografias Afetivas, ao longo do segundo e terceiro trimestres de 2025, em diálogo com as questões presentes na exposição comemorativa da EPSJV.

Na parte da tarde do evento, ocorrem as apresentações teatrais. Para começar, os estudantes do 3° ano trouxeram a peça “Joaquim Venâncio - O visionário”, escrita coletivamente com as turmas de teatro, para as comemorações do aniversário de 40 anos da Escola Politécnica. O texto ficcional foi baseado em dados bibliográficos históricos retirados da tese de doutorado da professora-pesquisadora da Poli Renata Reis, e do livro e catálogo da Exposição Poli 40 anos, organizado pela museóloga Alice Barboza; pelo professor-aposentado da EPSJV Júlio Lima; e pelo designer responsável pelo projeto gráfico, Vander Borges. 

Para o estudante Arthur Senna, do 3º ano, da habilitação de Análises Clínicas, participar de uma peça teatral é muito mais do que decorar falas. Ele acredita que “é viver a arte de perto, sentir o palco pulsar e descobrir novas formas de se expressar”. Ao reapresentar a história da Escola Politécnica, o estudante comemora: “O teatro se torna uma ponte entre passado e presente. Cada gesto, cada cena e cada voz ajuda a manter viva a memória de quem construiu esse espaço que hoje faz parte da nossa vida. É bonito perceber que, ao subir ao palco, a gente não só conta uma história — a gente continua escrevendo-a. É simbólico e libertador”.

Em seguida, houve a leitura do poema “Écfrase”, escrito pela professora-pesquisadora da EPSJV, Anna Violeta Durão, a partir de uma das fotos jornalísticas de Evandro Teixeira.

Logo após, aconteceu a segunda peça, intitulada “1988: quando nasce a Poli”, que contou um pouco da história da Escola Politécnica. Escrita pelo primeiro professor de teatro da EPSJV, Luís Mendonça, o texto foi adaptado para 2025, pela professora-pesquisadora Helena Vieira e pelos estudantes do 2º ano do Ensino Médio. 

Arlindo Fábio Gómez, um dos fundadores da Poli, esteve presente no evento e foi representado nessa peça, podendo assistir a história que ajudou a escrever sendo contada através da arte no Som & Cena. “É uma tremenda emoção poder estar aqui junto com Luiz Fernando Ferreira e Sérgio Arouca [in memoriam] festejando os 40 anos da nossa Escola”, disse Arlindo.

O evento foi encerrado com o vídeo "Poli 40 anos: Memórias e Lutas do Centro de Referência Nacional e Internacional em Educação Profissional em Saúde”, que resgatou alguns marcos importante da Escola Politécnica nessas quatro décadas.

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