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Alunas do Programa de Vocação Científica alcançam os primeiros lugares no Prêmio Jovem Cientista

A estudante secundarista Mariana Madeira foi a 2ª colocada na premiação
A estudante secundarista Mariana Madeira
foi a 2ª colocada na premiação

Um novo método para diagnosticar a Doença de Chagas e a análise da influência da radiação ionizante na medula óssea, para entender seu funcionamento no tratamento de doenças que afetam o tecido hematopoético, são resultados do trabalho de duas estudantes premiadas. Pelas respectivas pesquisas 'Análise da reatividade IgG anti-epimastigotas fixadas de 'Trypanosoma cruzi' em soros de pacientes portadores de diferentes doenças parasitárias' e 'Efeitos da radiação ionizante sobre a medula óssea de camundongos C57BL/6', as alunas do Programa de Vocação Científica (Provoc) Natália Évelin Martins e Mariana Rietmann da Cunha Madeira alcançaram os 1º e 2º lugares no XXI Prêmio Jovem Cientista, na categoria Ensino Médio.

Em sua pesquisa, Natália, de 16 anos, que é orientanda de Olindo Assis e da doutoranda Daniele Avelar, do Laboratório de Doença de Chagas (CPqRR/ Fiocruz) e aluna da Escola Estadual Olegário Maciel (MG), revelou que os métodos sorológicos utilizados para diagnóstico da Doença de Chagas, muitas vezes, levam a resultados falso-positivos, falso-negativos ou inconclusivos. A partir desta constatação, a estudante verificou que, por meio da reatividade do anticorpo IgG anti-epimastigotas fixadas de 'Trypanossoma cruzi' (parasita), somente em apenas 8,8% dos casos estudados foram produzidos falsos resultados por reatividade cruzada com o antígeno de outro tipo de parasitose. A descoberta tem grande relevância devido à intensa freqüência da doença de Chagas na América Latina e no Brasil, onde, a cada ano, morrem 33 mil indivíduos vítimas da doença.

Já Mariana, de 17 - orientanda de Marcelo Pelajo, atual chefe do Departamento de Patologia do Instituto Oswaldo (IOC/ Fiocruz), e co-orientanda de Jackeline Ayres (IOC), ambos egressos do Provoc -, e aluna do Colégio São Vicente de Paulo (RJ), procura entender em seu estudo como um determinado tipo de radiação ionizante, a radiação gama, influencia na medula óssea e o seu efeito sobre cada uma das linhagens hematopoéticas. Em outras palavras, a estudante vem analisando os diversos tratamentos aplicados atualmente, como quimioterapia e radioterapia, contra leucemia e sua efetividade.

Além do reconhecimento obtido, as alunas do Provoc têm em comum o objeto de estudo, o sangue e suas reações. Ambas pesquisas encaixaram-se num tema mais amplo, que foi o mote do Prêmio Jovem Cientista deste ano, 'Sangue: Fluido da Vida'. Seus trabalhos poderão ser conferidos numa publicação, que será divulgada em centros de pesquisa, universidades e instituições públicas e privadas de todo o país.

Criado em 1986, o Provoc é uma iniciativa da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), unidade da Fiocruz, de Educação para a Ciência. O programa tem como objetivo promover a iniciação científica de alunos de Ensino Médio nas diferentes áreas de pesquisa em saúde - Biomédica, Saúde Pública, História e Filosofia da Ciência.

O Prêmio Jovem Cientista é uma iniciativa do CNPq, do Grupo Gerdau, da Eletrobrás/ Procel e da Fundação Roberto Marinho. Criado em 1981, com o objetivo de incentivar a pesquisa no Brasil, a premiação é considerada pela comunidade científica uma das mais importantes do gênero, na América Latina. A cerimônia de entrega deste ano ocorrerá no dia 23 de novembro, no Palácio do Planalto, onde o presidente Lula entregará os prêmios para os vencedores.