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Aula Inaugural defende a formação técnica dos ACS e cobra mobilização dos trabalhadores

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Agentes comunitários do Estado do Rio de Janeiro assistem à
Conferência de Teresa Ramos.

Os Agentes Comunitários de Saúde concluirão o curso técnico, terão seus vínculos desprecarizados e se tornarão servidores públicos estatutários. Mais do que bandeiras de luta, esses foram compromissos que Tereza Ramos, presidente da Confederação Nacional dos ACS e Agente do município de Recife, assumiu durante a Aula Inaugural da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), realizada no dia 4 de abril. Mas ela avisou: como a história mostra que esses trabalhadores nunca ganharam nada “de mão beijada”, todas essas conquistas dependem da capacidade de organização e mobilização dos ACS no país inteiro.

Com o título ‘Formação Técnica e desprecarização dos ACS: uma luta por cidadania’, a Conferência de Tereza foi a primeira a ser realizada no Auditório Joaquim Alberto Cardoso de Melo, inaugurado na véspera. E as duas homenagens — a um pesquisador que dedicou o final da sua carreira à educação profissional e a uma trabalhadora de nível auxiliar — marcam uma posição política da Escola Politécnica. “Para nós, o espaço físico só tem sentido quando abriga um projeto. Nesse caso, estamos marcando a nossa defesa intransigente da ampliação da escolaridade de todos os trabalhadores. Para lutarmos por uma sociedade mais igualitária, é preciso garantir aos trabalhadores, no mínimo, o ensino médio completo e a formação técnica”, disse o diretor da EPSJV, André Malhão.

A mesa da Aula Inaugural foi composta ainda pela vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, Maria do Carmo Leal, que destacou a importância da experiência de Recife no Programa de Saúde da Família e do trabalho específico dos agentes. “O ACS é quem realiza, de forma mais cotidiana, esse enorme programa social que é o PSF, porque é ele que vai à casa das pessoas”, exemplificou. Aos alunos, deu as boas vindas e desejou um bom ano letivo. “Que nós ajudemos vocês a serem melhores cidadãos do Brasil e do mundo”, disse.

Durante cerca de uma hora de fala, seguida por um debate concorrido, Tereza não só tratou das reivindicações mais atuais dos ACS como fez uma recuperação histórica da organização social anterior à Reforma Sanitária e deu uma aula sobre participação política. A Conferência foi assistida por mais de 200 pessoas que lotaram o Auditório, sem contar aquelas que acompanharam o evento pela internet, em tempo real.

ACS: da Reforma Sanitária às reivindicações atuais