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Aula ratifica a amplitudedo conceito de saúde pública


Um histórico das lutas pela Reforma Agrária no Brasil, no contexto da saúde, da educação e do trabalho foi uma das questões abordadas na aula inaugural de 2005 da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fiocruz. Ministrada no dia 15 de fevereiro pelo coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, a aula foi dedicada, principalmente, aos alunos dos cursos técnicos da EPSJV.



A amplitude da concepção de saúde pública da Fiocruz, segundo o palestrante, ajusta-se ao ideal de saúde desenvolvido pelo MST. "Procuramos inserir uma nova visão de saúde pública nos assentamentos, valorizando a prevenção de doenças e a qualidade de vida. Por isso, nós, do Movimento, ficamos muito gratos pelo fato de a questão agrária ser tema de uma aula inaugural nesta instituição", disse.



Alunos e profissionais da EPSJV lotaram o auditório da escola e, ao final da aula, debateram sobre questões relacionadas à luta no campo, como liderança e perspectivas do MST. A educação, apesar de não estar presente diretamente no título da aula, norteou diversas discussões. "Nós levamos muito tempo para entender que a educação é tão importante quanto o acesso à terra. Hoje, metade dos esforços do Movimento são dedicados à educação", disse Stédile, referindo-se inclusive aos 42 convênios que o MST possui com universidades brasileiras e aos mais de 500 estudantes universitários do Movimento.



Segundo a vice-diretora de Ensino e Informação da EPSJV, Isabel Brasil, o tema abordado é muito pertinente ao trabalho desenvolvido pela Escola. "A questão agrária está inserida no conceito ampliado da saúde, assim como a educação e o trabalho. Ela deveria ser mais estudada nas escolas", destacou Isabel Brasil.



As veiculações dos meios de comunicação, principalmente, da televisão, foi citada pelo coordenador do MST diversas vezes. Para Stédile, "infelizmente, eles têm muito mais influência para a juventude do que a universidade". A estudante do 2º ano do curso técnico Vigilância Sanitária e Saúde Ambiental Júlia da Silva Almeida, 17 anos, concorda com a afirmação do palestrante. "Eu gostei muito da aula porque quase tudo que foi dito não é mostrado na televisão", disse a aluna.