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Rede Unida pelo SUS

Cerimônia de abertura do Congresso traz como pauta a retomada do SUS idealizado pela Reforma Sanitária e enfatiza o Programa Mais Médicos.
Viviane Tavares - EPSJV/Fiocruz | 17/04/2014 08h00 - Atualizado em 01/07/2022 09h47

O 11º Congresso Internacional da Rede Unida, realizado de 10 a 13 de abril, em Fortaleza (CE), trouxe uma proposta de retomada da aliança entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e o fortalecimento da educação permanente. Na mesa de abertura, no dia 10 de abril, foram lembrados também o Programa Mais Médicos e a questão da residência multiprofissional. A abertrura do evnto contou com a presença do ministro da Saúde, Arthur Chioro; do assessor especial da Secretaria Geral da Presidência da República, Selvino Heck; do coordenador nacional da Rede Unida, Alcindo Ferla; e do presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, além de gestores locais, representantes de movimentos sociais e de instituições de ensino e pesquisa.

O Congresso, que comemorou 30 anos nesta edição, contou com mais de 100 távolas, cerca de 200 rodas de conversa, quatro fóruns internacionais e 40 oficinas, além de mostras que tentaram responder às demandas dos usuários do SUS e também ao clamor das ruas durante as jornadas de junho de 2013. Entre os assuntos mais abordados, estavam a atenção básica brasileira e de outros países da América Latina, a formação dos profissionais da saúde e o Programa Mais Médicos, que será um dos carros-chefes da campanha para a reeleição da presidente da república, Dilma Rousseff.

Na mesa de abertura, o ministro da Saúde, explicou um dos principais desafios de sua gestão. "Precisamos repensar o modelo de cuidado e pensar o SUS como projeto político, ético e em defesa da vida. Para isso, é preciso mudar o jeito de cuidar, territorializar o Sistema e pensar em uma estratégia de formação diferenciada, além de garantir a formação permanente sob responsabilidade das três esferas de governo", pontuou. Chioro fez questão de lembrar também o avanço do Programa Mais Médicos ao longo do último ano. "Em seus 25 anos, o SUS está em um momento único, por conta do Programa Mais Médicos. Temos certeza absoluta que o médico não faz nada sozinho, e hoje já temos 14 mil médicos e 49 milhões de brasileiros atendidos com o programa, que conta com equipes multiprofissionais", anunciou.

Durante a fala do ministro, um grupo de manifestantes entrou no salão com cartazes e palavras de ordem contra a Portaria 1077/2004 (que trata da residência médica multiprofissional e a privatização da saúde, além de manifestações contrárias à precarização do SUS. "Entre tantas prioridades, temos a revogação da Portaria 1077 e a necessidade da criação de uma política nacional de residência integradora, que dialogue e respeite as necessidades locais e garanta a participação democrática de todos os atores que envolvem a residência", explicou o representante do grupo de manifestantes.

A representante do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Maria do Socorro, aproveitou a ocasião para reafirmar o ponto de vista do Conselho em relação ao Programa Mais Médicos. "Para chegar a ser uma política de Estado, o Mais Médicos tem que reconhecer a visão conservadora do Ministério da Educação, por exemplo, repensar a Comissão Nacional de Residência Médica e o papel do Ministério da Saúde (MS) na formação. Se hoje o programa está dando certo, como apontaram aqui, é porque está sendo avaliado como positiva a formação desses médicos que, em sua maioria, não são do Brasil. O MS tem que repensar essa formação", ressaltou Maria.

Alcindo Ferla destacou as ações mais recentes do governo federal, como a política de educação permanente em saúde. "As ações desempenhadas pela saúde popular têm fortalecido e ampliado o atendimento na rede do SUS. O momento é de enaltecer conquistas e buscar entendimentos para que mudanças sejam efetivadas e a população passe a ter uma assistência de qualidade", destacou ele.