Serviços 
O conteúdo desse portal pode ser acessível em Libras usando o VLibras

Trabalhos de grupo e encaminhamentos

Para que os participantes pudessem discutir o perfil nacional para o profissional de gestão que as ETSUS querem formar, os representantes das Escolas Técnicas do SUS e das Secretarias Estaduais de Saúde foram divididos em cinco grupos. Para orientar os trabalhos estava, em cada grupo, um pesquisador do Labgestão e um profissional de uma das outras três ETSUS que já oferecem curso técnico de gestão - Escola Técnica de Saúde do Centro de Ensino Médio e Fundamental da Unimontes (MG), Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP-MG) e Centro de Formação Pessoal para os Serviços de Saúde Dr. Manuel da Costa Souza (Cefope/RN).

As principais dificuldades apresentadas pelas Escolas para a realização do curso foram as diferentes estruturas curriculares existentes no país, as grades curriculares destoantes da realidade do SUS, o número reduzido de profissionais na área, a ausência de pessoal qualificado na área de gestão e a falta de autonomia orçamentária e financeira que garanta os financiamento dos projetos de educação permanente. Como facilidades, citaram a existência das ETSUS, a obtenção de recursos federais e a participação na Rede de Escolas Técnicas do SUS (RET-SUS). Depois dessa apresentação, os participantes responderam a quatro perguntas, que foram debatidas no grupo a partir da experiência de cada Escola.A primeira questão 'Qual modelo de gestão do sistema e dos serviços de saúde é necessário para viabilizar a implementação do Pacto de Gestão?' foi respondida de maneira semelhante por quase todos os grupos. As ETSUS da região Norte, por exemplo, pensam que deve ser um modelo descentralizado, com uma estratégia de fixação dos profissionais nos municípios e que deve constar do organograma das Secretarias de Saúde uma estrutura formal de gestão do trabalho e da educação na saúde. As Escolas do nordeste complementaram afirmando que é preciso uma gestão compartilhada, com a interação da assistência, educação, participação social e gestão.

Quando perguntados se o atual modelo de gestão é suficiente para responder as necessidades propostas pelo Pacto de Gestão, todos os grupos afirmaram que não. As Escolas da região centro-oeste, por exemplo, falaram que há a necessidade de um modelo que democratize o ensino, dê autonomia e envolva todos os atores do SUS. Já os grupos do sudeste e do norte lembraram que é preciso elaborar um diagnóstico sobre as necessidades de estados e municípios. As ETSUS da região nordeste apontaram ainda a dificuldade de financiamento para que possam atender ao que o Pacto de Gestão propõe. Em relação ao trabalhador de nível técnico que o SUS precisaria, as Escolas disseram que ele deve estar comprometido com os princípios do Sistema, ser pró-ativo, saber fazer um diagnóstico das necessidades de cada região, participar do planejamento das ações, saber trabalhar em equipe e se sentir valorizado. Por fim, as ETSUS sugerem como estratégias para viabilizar a formação dos técnicos de gestão a definição de financiamento para o curso, a sensibilização dos gestores para a formação técnica em gestão, a qualificação dos assistentes administrativos das Secretarias, a garantia da inclusão da categoria no plano de cargos, carreiras e salários (PCCS-SUS) e a regulamentação da profissão de técnico de gestão no Ministério do Trabalho.

Conheça as principais discussões do evento