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Mapeamento aponta que 90% das doulas se sentem desvalorizadas na profissão

Um mapeamento feito pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio e aAssociação de Doulas do Rio de Janeiro (Adoulas-RJ) apontou que mais de 90% das doulas não se sentem valorizadas na profissão. A pesquisa foi feita com 785 participantes, em cinco estados - Rio de Janeiro, Mato Grosso, Paraíba, Santa Catarina e São Paulo.

Ainda segundo o estudo, 40% das profissionais não conhecem as atividades da profissão, descritas na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO).

Morgana Eneile, que devide a coordenação do estudo com José Mauro, professsor pesquisdor da EPSJV/Fiocruz, lamenta que existam poucas oportunidades de formação às profissionais, com maioria de cursos com duração de menos de 60 horas e pagos. Para ela, isso aumenta a distância entre negras e brancas no mercado – segundo a pesquisa, apenas 37% são negras.

“Com poucas oportunidades de formação pública, sabemos, então, porque temos menos doulas negras e porque temos menos funções voltadas para que essas mulheres sejam doulas, exclusivamente, e não terem que ter outras fontes de renda”, critica.

A maioria das doulas tem entre 31 e 40 anos e recebe menos de R$ 1,5 mil por atendimento. O valor é considerado abaixo do aceitável pela presidente da Adoulas-RJ, Morgana Eneile Tavares de Almeida.

“Um atendimento é em uma relação autônoma, envolve uma série de encontros na gestão, o tempo de trabalho de parto e o processo de acompanhamento pós-parto, nós estamos falando de valores muito distantes, isso vai desdobrar em uma renda menor que três salários mínimos para as doulas no Brasil”, complementa.

Segundo ela, há uma lógica equivocada de que doulas prestam serviço para pessoas ricas e ganham muito dinheiro. “Menos de 1% das profissionais indicaram que teriam clientes de alto poder aquisitivo”, informa.

 

Edição: Leandro Melito

Por: Ana Paula Evangelista

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Repórter SUS