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Paralisação da única fábrica nacional de BCG explica escassez de doses e baixa imunização

A baixa cobertura vacinal contra a tuberculose vem preocupando autoridades da área da saúde no Brasil, tendo em vista o aumento das infecções ao redor do mundo e em alguns estados do país. Entre as explicações para baixa cobertura vacinal está a dependência do Brasil em relação ao mercado internacional para produzir e distribuir os imunizantes, que devem ser aplicados logo após o nascimento, de acordo com orientação do Programa Nacional de Imunizações.

Segundo Paulo Victor Viana, pesquisador e chefe do Centro de Referência Professor Hélio Fraga, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fiocruz, a suspensão das atividades da única fábrica brasileira da vacina BCG, utilizada na prevenção da doença, em 2016, “vem ocasionando o fornecimento intermitente” das doses. Desde então, o Ministério da Saúde passou a realizar a importação da vacina de fornecedores da Índia, mas com dificuldades de logística.

A baixa cobertura vacinal contra a tuberculose vem preocupando autoridades da área da saúde no Brasil, tendo em vista o aumento das infecções ao redor do mundo e em alguns estados do país. Entre as explicações para baixa cobertura vacinal está a dependência do Brasil em relação ao mercado internacional para produzir e distribuir os imunizantes, que devem ser aplicados logo após o nascimento, de acordo com orientação do Programa Nacional de Imunizações.

Segundo Paulo Victor Viana, pesquisador e chefe do Centro de Referência Professor Hélio Fraga, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fiocruz, a suspensão das atividades da única fábrica brasileira da vacina BCG, utilizada na prevenção da doença, em 2016, “vem ocasionando o fornecimento intermitente” das doses. Desde então, o Ministério da Saúde passou a realizar a importação da vacina de fornecedores da Índia, mas com dificuldades de logística. 

“Precisamos ter uma estratégia de soberania e não ser apenas um mercado consumidor. Necessitamos urgentemente reverter essa dependência internacional, onde o Brasil virou produtor de minério, soja e gado. Temos que gerar acesso, inovação e desenvolvimento”, diz. 

Além do fortalecimento da indústria nacional a fim de aumentar a oferta e o acesso às vacinas, Viana aponta para a necessidade de reforçar as campanhas de vacinação. Outro ponto são os investimentos em melhorias para habitação e transporte público, com o objetivo de evitar ambientes aglomerados, por exemplo, haja vista que a doença é transmitida por vias aéreas.

Baixa na cobertura vacinal e aumento de casos

O pesquisador lembra que o cenário de escassez de vacinas ocorre paralelamente ao aumento de casos da doença. Conforme o relatório global da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2021, com a ausência de diagnóstico devido à pandemia de covid-19, mais pessoas morreram de tuberculose em 2020 em comparação ao ano anterior. 

Em Minas Gerais, a Secretaria de Saúde registrou um aumento de 10% de infectados entre janeiro e julho deste ano. Dados de março deste ano da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro mostraram que é no estado onde há mais mortes pela doença: foram 805 em 2021, 765 em 2020 e 659 em 2019. O Rio é seguido por Acre (4,4/100 mil habitantes), Amazonas (3,6/100 mil habitantes), Pernambuco (3,1/100 mil habitantes) e Pará (2,8/100 mil habitantes).    

Ao mesmo tempo, a cobertura vacinal diminuiu cerca de 25% entre 2018 e 2020: caiu de 99,7% em 2018 para 74% em 2020, de acordo com levantamento da revista piauí com dados do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde. Nenhum estado atingiu a meta de imunização de 95% do público-alvo. 

“O baixo número de imunizações colabora que o Brasil continue fora da lista de países que alcança a meta de imunização infantil. A vacinação desse público não alcança a meta há pelo menos seis anos. Entre janeiro e outubro de 2020, somente 63,8% dos brasileiros receberam a vacina BCG. A cobertura vacinal considerada ideal é de no mínimo 90% para essa vacina”, afirma Viana.

Edição: Vivian Virissimo

Por: Redação EPSJV e Caroline Oliveira, do Brasil de Fato

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Repórter SUS