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Serviço público ou privado?

Invisibilidade e falta de reconhecimento fazem parte da rotina diária dos trabalhadores. Mas, quando param, seu papel é visto como essencial.
Viviane Tavares - EPSJV/Fiocruz | 13/03/2014 08h00 - Atualizado em 01/07/2022 09h47

Em meio à greve dos garis, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, lançou nos jornais a afirmação de que aquele "motim" era uma manobra de empresários do lixo que queriam forçar a prefeitura a privatizar a Comlurb, empresa pública responsável pela coleta de lixo na cidade. O argumento mostrou-se falso, a mobilização dos trabalhadores continuou e o prefeito teve que ceder. Mas o debate sobre o melhor caminho para as empresas de coleta de lixo já estava dado nos jornais.

No Brasil, só Rio de Janeiro, Florianópolis e Goiânia têm uma empresa pública de coleta de lixo, enquanto em todas as outras o serviço é terceirizado. O argumento em defesa da privatização é a redução de gastos, mas uma simples comparação entre Rio e São Paulo mostra o equívoco.

A Comlurb do Rio de Janeiro, empresa pública de economia mista, tem cerca de 21 mil trabalhadores, sendo que 15 mil trabalham no recolhimento do lixo. O orçamento anual da empresa é de R$ 1,2 bilhão, de acordo com relatório da empresa apresentado à Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Em São Paulo, a Loga e a Ecourbs, ambas empresas terceirizadas responsáveis pelo recolhimento do lixo da cidade, contratam, juntas, 3,2 mil pessoas para o trabalho nas ruas com um orçamento de R$ 1,7 bilhão. São quase seis vezes menos trabalhadores a um custo maior. O recolhimento de lixo é financiado pela taxa paga pelos moradores da cidade.