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Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde faz reunião em Congresso da Abrasco

Durante a reunião foram apresentados o papel e as conquistas da Frente, além de indicar a proposta a ser apresentada na plenária final do evento.
Viviane Tavares - EPSJV/Fiocruz | 04/10/2013 08h00 - Atualizado em 01/07/2022 09h46

Mobilizar as pessoas e apresentar a Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde. Com estes dois objetivos a professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Maria Inês Bravo, conduziu a reunião que contou com trabalhadores e estudantes de todo o Brasil. "A Frente é nova, criamos em 2010, mas já conquistamos muitos fóruns estaduais e  municipais. Começamos com quatro fóruns para discutir as Organizações Sociais. Fomos ganhando dimensão e resolvemos fazer um seminário para discutir, articular, porque o movimento da reforma sanitária anterior passou a flexibilizar. Por isso, esse fórum também pretende resgatar sua origem", explicou a professora.

De acordo com a professora, a Frente está organizada em diversos eventos como a 14ª Conferência Nacional de Saúde. "Fomos de forma organizada, participamos de diversos grupos e conquistamos uma grande vitória que foi a votação contra a privatização", lembrou Maria Inês que emendou: "Temos vários modelos de privatização que vem desde a época de Fernando Henrique, mas se ampliam a partir dos anos 2000 e é isso que pretendemos combater", explicou. Maria Inês indicou a leitura do documento ‘Contra Fatos não há argumentos ', produzido pela Frente, aos que não conheciam as discussões. "É claro que priorizamos a luta política, mas tem diversos espaços a serem conquistados como no jurídoco, no parlamento, no conjunto da sociedade e nas ruas".

O Médico de Família e Comunidade da Prefeitura Municipal de Campinas, Francisco Mogadouro, e integrante do Fórum Estadual de São Paulo lembrou que a temática da Frente foi ampliada ao longo desses dois anos, e que agora são pautas de discussões e conquistas o campo da saúde mental. "Na 14ª Conferência de Saúde tivemos uma intervenção no documento sobre a internação compulsória. Estamos aos poucos ampliando nossas pautas", lembrou.

Felipe Cardoso, Médico de Família e Comunidade na Unicamp e Militante do Núcleo Campinas - Fórum Popular de Saúde do Estado de São Paulo, lembrou que a Frente também tem se articulado com movimentos sociais, como o do Passe Livre. "Desta forma discutimos a saúde como um direito mais amplo. E isso é retomar o ideário da Reforma Sanitária. É nessa perspectiva que achamos que a Frente tem que se fortalecer", informou e acrescentou: "A saúde está na boca no povo, ao mesmo tempo em que tem gente que acha que a Constituição tem que ser revista", explicou.

O professor-pesquisador da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) e membro do Fórum do Rio de Janeiro, Geandro Pinheiro, apontou que a Frente deveria pressionar para que o Congresso saísse com uma agenda com a perspectiva de retomada dos princípios da reforma sanitária. "É importante que a Frente se posicione para tentarmos sair com um documento mais progressista neste espaço de debate", informou Geandro.

Para a Plenária final, a Frente elaborou um documento que foi apresentado em plenário no último dia do Congresso.