Serviços 
O conteúdo desse portal pode ser acessível em Libras usando o VLibras

Alunos do Programa de Educação de Jovens e Adultos simulam debate político

Trabalho pedagógico tem como objetivo promover a formação política dos estudantes da EPSJV.
Talita Rodrigues - EPSJV/Fiocruz | 29/09/2010 08h00 - Atualizado em 01/07/2022 09h47


 “Uma sociedade justa é aquela que promove o desenvolvimento sustentável, estimulando a produção com a finalidade de garantir oportunidade e emprego a todos”, disse a candidata da Direita.  “Um bom governo deve ter como objetivo o bem-estar de toda a sociedade, garantindo os direitos básicos a todos os cidadãos”, afirmou a candidata do Centro. “Uma país deve ser governado pelo povo e deve seguir uma visão de desenvolvimento igualitário, de forma a garantir direitos a todos os cidadãos”, propôs o candidato da Esquerda. Com essas falas, cada aluno-candidato abriu seu discurso durante o debate político realizado com os alunos do Programa de Educação de Jovens e Adultos (PEJA), da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), no dia 29 de setembro.



O debate é resultado de um trabalhado iniciado há algumas semanas com os alunos do PEJA, com o objetivo de promover a formação política dos alunos e conscientizá-los sobre a importância de escolher democraticamente seus representantes no governo. Durante as aulas, os alunos formaram partidos políticos com três orientações ideológicas (Direita, Centro e Esquerda), fizeram coligações entre os partidos, escolheram candidatos a presidente e senador e construíram as plataformas políticas de cada candidatura. A experiência também permitiu a integração entre as disciplinas do PEJA. “Esse trabalho foi importante para esclarecer muita coisa que eu não sabia sobre política. Agora, dá para escolher bem os candidatos. Todos devem pensar e escolher bem antes de votar”, disse a aluna Rosinete Maria Pereira, de 52 anos. “Não me interessava muito por política, mas desde que começou esse trabalho fui aprendendo e me conscientizando sobre a importância do voto. Estou até lendo a parte de política do jornal, coisa que eu nunca tinha feito”, contou a aluna Edna Alves, de 38 anos.



O debate foi mediado pelo professor de História do PEJA, Waldenir José dos Reis, e teve a participação dos candidatos Silvia Márcia Manso (presidente) e Marcos Antônio Nóbrega (senador), da coligação PDE (Partido Direitista Estudantil) e PCC (Partido Construção Civil); Dayanna Nunes (presidente) e Alessandro Ferreira (senador), da coligação PDE (Partido Democrata Estudantil) e PBJA (Partido Brasileiro Jovens e Adultos); Jorge Teixeira (presidente) e Leonardo Apolônio (senador), da coligação PEP (Partido Estudantil Popular), PSPB (Partido Social Politécnico Brasileiro) e PSI (Partido Social da Igualdade).



Para iniciar o debate, cada candidato fez uma apresentação de suas propostas para diversas áreas, como saúde, educação, transporte, trabalho, cidadania, habitação, alimentação, meio ambiente, segurança e emprego. Após a fala inicial, os demais alunos puderam fazer perguntas para os candidatos. “Para mim não importa se o candidato é de esquerda, direita ou centro, o que importa é a qualidade do governo. Esse trabalho foi muito produtivo e com certeza vai me ajudar a votar no domingo”, disse o aluno Alex da Silva, de 34 anos.



 Durante o debate, os candidatos foram questionados sobre temas como saúde, orçamento público, dívida externa, educação, infraestrutura, segurança pública e habitação. Sobre a saúde, enquanto Jorge propôs acabar com os planos de saúde para investir na saúde pública, Dayanna acha que os planos não devem acabar, mas sim, deve haver um comprometimento do governo em investir na saúde pública.



Para a educação, todos os candidatos propuseram melhorias na qualidade de ensino e também nas condições de trabalho dos professores. “Temos que melhorar o salário dos professores para que eles não fiquem sobrecarregados e possam oferecer um ensino de melhor qualidade”, disse Alessandro. Jorge também considera “primordial” a questão do salário dos professores, para que possam reduzir a carga de trabalho. “Precisamos ter um comprometimento com a educação, com a melhoria dos salários do professores e a redução da jornada de trabalho”, propôs Silvia.



Os três candidatos falaram sobre a carência do país em relação à infraestrutura de transportes e que isso precisa ser melhorado para a Copa do Mundo e as Olimpíadas. A Segurança Pública também foi relacionada pelos candidatos ao fato de o Brasil sediar a Copa do Mundo de 2014 e o Rio de Janeiro receber as Olimpíadas de 2016. “Com as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) estão maquiando o Rio de Janeiro. Depois que passarem a Copa e as Olimpíadas, os traficantes vão voltar”, disse Alessandro. “As UPPs são válidas, mas só a repressão não adianta, também tem que entrar com lazer, cultura, escola. Senão só vai remediar agora, mas não terá futuro”, opinou Jorge.



Ainda como parte do trabalho pedagógico desenvolvido com os estudantes, será realizada no dia 30 de setembro, as eleições do PEJA. No dia 1º de outubro, será divulgado o resultado do pleito. “Espero que todos vejam as propostas de todos os candidatos e votem conscientes”, alertou Silvia.