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Cursos da Escola Politécnica completam 25 anos

Instituição aposta na educação profissional em saúde integrada ao ensino médio
Talita Rodrigues - EPSJV/Fiocruz | 15/04/2013 08h00 - Atualizado em 01/07/2022 09h43

 Com uma turma de 24 alunos do Curso Técnico de 2º grau (atual Ensino Médio), a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) iniciou no dia 14 de março de 1988 sua trajetória na educação profissional em saúde integrada ao Ensino Médio, que completa 25 anos em 2013. Com as habilitações de Histologia, Patologia Clínica e Administração Hospitalar, a primeira turma se formou em 1990. Hoje, já são mais de 750 alunos formados em diversas habilitações do Curso Técnico de Nível Médio em Saúde (CTNMS).

Aluno da primeira turma do curso integrado, Paulo César de Castro Ribeiro se formou na habilitação de Administração Hospitalar, atual Gerência em Serviços de Saúde. “Achei o curso muito bom. Como bons adolescentes incentivados pela Escola a sermos bastante questionadores, durante o curso reclamamos muito das mudanças e ajustes que iam sendo aplicados e gostávamos de dizer que éramos as cobaias para o que a Escola ainda viria a ser. É engraçado lembrar disso, pois só demos o valor real ao Curso com o passar de alguns anos, quando vimos o quanto tínhamos crescido, tanto academicamente, quanto como homens e mulheres capazes de enfrentar as contradições e dificuldades que a realidade nos coloca. Nossos coordenadores da época - Julio César França Lima, Bianca Antunes e André Malhão - foram essenciais nisso tudo. Tanto por acreditarem no projeto da Escola que se construía e a ele se dedicarem, como também por estarem sempre abertos para enfrentar as dificuldades junto com a turma que entrava e se deparava com uma nova realidade, numa Fiocruz imensa e cheia de novidades e com a possibilidade de contribuirmos diretamente na construção desse projeto”, conta Paulo.

Após se formar, Paulo foi bolsista do Instituto Fernandes Figueira (IFF) até se tornar servidor da Fiocruz em 1996, lotado no IFF. Em 2005, foi para a EPSJV, onde atualmente é coordenador do Laboratório de Educação Profissional em Gestão em Saúde (Labgestão). Paulo também fez parte da Diretoria do Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN) entre 2003 e 2011, tendo ocupado a presidência do sindicato de 2009 a 2011.

Trajetória

Criada em 1985, a EPSJV se tornou uma unidade técnico-científica da Fiocruz em 1989, com a missão de promover a educação profissional de nível básico e técnico em saúde em âmbito nacional. “O CTNMS foi criado com a perspectiva de formar trabalhadores para o Sistema Único de Saúde (SUS) a partir da proposta pedagógica da politecnia. A proposta político-pedagógica da EPSJV foi construída a partir dos fundamentos de uma visão crítica embasada num conjunto de autores entre os quais se destacavam Marx, Gramsci, Paulo Freire e em consonância com os princípios da Reforma Sanitária. Ao longo dos 25 anos, a escola buscou traduzir na prática estes referenciais, incorporando os elementos constitutivos de uma formação humanista e os fundamentos científicos e tecnológicos do trabalho em saúde”, explica o vice-diretor de Ensino e Informação da EPSJV, Marco Antônio Santos.

A partir do ano 2000, a EPSJV deixou de oferecer a habilitação de Histologia e, em 2002, os cursos foram renomeados como Laboratório de Biodiagnóstico em Saúde, Gestão em Serviços de Saúde e Registros em Informações em Saúde. No ano seguinte, passou a ser oferecido também o curso integrado de Vigilância Sanitária e Saúde Ambiental.

Os cursos de Registros em Informações em Saúde e Vigilância Sanitária e Saúde Ambiental deixaram de ser oferecidos em 2007 e 2012, respectivamente. Em 2010, os Cursos Técnicos de Nível Médio em Saúde ganharam a nomenclatura atual: Análises Clínicas, Gerência em Serviços de Saúde e Vigilância em Saúde. Atualmente, a EPSJV tem 218 alunos matriculados nas três habilitações.

Ensino

Referência nacional no campo da Educação Profissional em Saúde, a EPSJV é Centro Colaborador da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a Educação de Técnicos em Saúde. “Um diferencial entre o ensino oferecido pela EPSJV e a grande maioria das instituições de educação profissional é a proposta de uma educação politécnica que integra a formação geral e a formação técnica, entendidas como indissociáveis. Tal integração impõe um trabalho educativo de horário integral como condição necessária à construção do conhecimento através do estudo, da pesquisa e da experiência de estágios e de trabalhos de campo”, destaca Marco Antônio. “Mais do que ferramentas e técnicas para o trabalho, que também estão presentes na formação oferecida pela EPSJV, buscamos oferecer a possibilidade de pensar o mundo e a forma como o trabalho está inserido nele”, completa Paulo.

Além dos cursos integrados, a EPSJV oferece ainda cursos de Formação Inicial e Continuada, Subsequentes ao Ensino Médio e de Especialização Técnica nas áreas de Vigilância em Saúde, Atenção, Informações e Registros, Gestão, Técnicas Laboratoriais e Manutenção de Equipamentos. A Escola Politécnica possui ainda um Programa de Pós-graduação em Educação Profissional em Saúde.

Iniciação científica

Na EPSJV, a pesquisa é também um princípio educativo e está diretamente associada às atividades de ensino e os alunos do CTNMS são incentivados a participar de programas de investigação científica. “A indissociabilidade entre ensino e pesquisa tem sido defendida pela escola desde o seu início e a escola tem se empenhado na construção de instrumentos capazes de viabilizá-la. A incorporação de docentes, de preferência dedicados integralmente à escola, com carga horária dedicada à pesquisa, a exigência da produção de uma monografia pelos alunos como trabalho de conclusão de curso e a recente participação dos alunos no PIBIC-EM do CNPq demonstram o empenho da escola em estimular e criar condições favoráveis ao desenvolvimento das atividades de pesquisa entre professores e estudantes”, ressalta Marco Antônio.