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'É Rio ou Valão?'

Fruto de parceria da EPSJV com outras unidades da Fiocruz, documentário aborda temas e problemas urgentes relativos à importância do ciclo água-esgoto-água
Julia Neves - EPSJV/Fiocruz | 09/10/2017 11h37 - Atualizado em 01/07/2022 09h45

Degradação, iniquidades socioambientais e o acesso aos recursos hídricos em territórios vulnerabilizados social e ambientalmente: essas são algumas das questões abordadas pelo documentário ‘É Rio ou Valão?’, lançado no dia 3 de outubro, no auditório do Museu da Vida, no Campus Fiocruz Manguinhos. O filme, que tem caráter educativo, foi financiado com recursos do edital da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, em parceria com a Agência Nacional de Águas (Capes-ANA) e produzido por jovens estudantes da rede pública estadual de ensino do Rio de Janeiro. O documentário foi viabilizado por meio da cooperação de diferentes unidades da Fundação Oswaldo Cruz com a ONG Verdejar Socioambiental. Além da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), participaram do projeto VídeoSaúde Distribuidora, Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS/Fiocruz) e Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz).

Desenvolvido por iniciativa do Observatório da Sub-Bacia Hidrográfica do Canal do Cunha, o documentário retrata em que condições as populações servidas pelas sub-bacias da Baía de Guanabara e outras igualmente degradadas encontram a água para uso. Além disso, o filme apresenta tecnologias que podem melhorar as condições da água e políticas públicas voltadas para o saneamento. Presente na mesa de lançamento do filme, o vice-diretor de Ensino e Informação da EPSJV, Carlos Maurício Barreto, destacou o quanto a educação é uma “dimensão essencial” no enfrentamento dessas circunstâncias, ao contribuir com a organização da população atingida e com a construção de uma “consciência sanitária”.

Segundo o professor-pesquisador da EPSJV, Felipe Bagatoli, a participação da Escola Politécnica na construção do filme se deu com apoio técnico de conteúdos e metodologias de educação e Vigilância em Saúde de base territorial, dialogando em oficinas na comunidade sobre os temas de território, ambiente e saúde. "Elaboramos informações como o mapa da sub-bacia hidrográfica do Canal do Cunha e textos sobre os conteúdos das discussões. Para avaliação, apresentamos o material bruto das filmagens para quatro escolas de Ensino Médio da região de Manguinhos e as turmas da Educação de Jovens e Adultos da EPSJV ", explica.

A metodologia utilizada no projeto foi o chamado “caminho das águas”: "Pensamos o rio da nascente até a foz, ou seja, da Serra da Misericórdia até a foz do canal do Cunha na  Baía de Guanabara, ampliando a observação da dinâmica territorial em relação a ocupação urbana, condições de moradia, presença de industrias, problemas ambientais, riscos e vulnerabilidades em saúde".

Para Felipe, o documentário é uma tecnologia educacional que dará suporte na formação do Ensino Médio, na EJA e também na formação profissional em Vigilância em Saúde. "É um produto feito com e para jovens de territórios ambientalmente vulnerabilizados, e se coloca como uma alternativa aos atuais materiais didáticos utilizados em sala de aula. Além disso, traz para a escola uma experiência de projeto intersetorial e de metodologia de construção compartilhada de conhecimento e de participação social na gestão ambiental por bacia hidrográfica", destaca.

Assista aqui.