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EPSJV e Inca firmam parceria para a formação de citotécnicos

Curso, que abordará a perspectiva da politecnia, é voltado para trabalhadores do SUS que já atuam na área

A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) e o Instituto Nacional do Câncer (Inca) firmaram parceria para oferecer a trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS) um Curso Técnico de Nível Médio em Citopatologia.



Há 28 anos, o Inca já oferecia o curso. A partir dessa experiência, profissionais da EPSJV e do próprio Inca montaram um novo currículo. “Fizemos uma construção coletiva, adaptando o currículo que já existia às questões da politecnia e das novas tecnologias na área, incluindo novos conteúdos e disciplinas”, explica o professor-pesquisador da EPSJV, Leandro Medrado, que coordena o curso juntamente com Leda Küll, do Inca.



Uma das formas de inserir a perspectiva da politecnia no currículo foi por meio da Iniciação à Educação Politécnica (IEP), que está inserida em todas as habilitações dos cursos técnicos de Nível Médio oferecidos pela EPSJV. Os conteúdos da IEP são baseados em quatro eixos estruturantes - Trabalho, Política, Ciência e Saúde. Os eixos incluem temas como concepções de saúde e doença, políticas de saúde no Brasil, trabalho como princípio organizativo da sociedade, gestão do trabalho, a prática profissional do técnico em citopatologia e o papel estratégico do trabalhador técnico na saúde.



Os coordenadores do curso explicam que as aulas precisam ser realizadas em um laboratório de grande porte para que os alunos tenham um intenso trabalho com análise de lâminas. “No caso do Inca, os alunos irão analisar 100 mil lâminas durante o curso, assim, terão uma grande diversidade de amostras para análises”, diz Leandro Medrado.



Esse trabalho intenso de análise é necessário devido ao fato de o citotécnico ser o único profissional de nível médio da área de saúde que elabora laudos técnicos. “O responsável técnico (médico, farmacêutico ou biomédico) assina e revisa todos os laudos positivos e 10% dos negativos, como controle de qualidade. O restante é assinado sem a reavaliação do laudo técnico, portanto, a responsabilidade é do citotécnico”, explica Leandro.



No Brasil, a profissão de citotécnico ainda não é regulamentada pelo Ministério do Trabalho. “Em outros países, essa formação já é de nível superior, formando um profissional mais completo e que é o responsável técnico pelos laudos emitidos. No Brasil, na maioria das vezes, o profissional é treinado em serviço e de forma bem limitada”, diz Leandro, que acrescenta: “Os citotécnicos são considerados fundamentais para a ampliação da oferta e cobertura de exames citopatológicos no país, principalmente, o de diagnóstico de câncer de colo de útero”.



Organização



As disciplinas do curso, que tem 1.920 horas-aula, foram divididas em cinco grupos – IEP, Metodologia Básica para Laboratórios de Saúde, Estrutura e Funcionamento do Corpo Humano, Citotecnologia e Relações Profissionais, que engloba o estágio supervisionado que será feito na Divisão de Patologia do Inca. As aulas serão ministradas por professores do Instituto e da EPSJV.



O curso, que formará 15 alunos de diversos estados brasileiros, terá início no dia 4 de julho deste ano e deve ser encerrado em julho de 2012. As aulas serão realizadas no Centro Formador da Seção Integrada de Tecnologia em Citopatologia (Sitec), na sede do Inca, no Rio de Janeiro. Para fazer o curso, os alunos precisam ter Ensino Médio completo e mais de 18 anos, cumprindo uma legislação federal que limita a circulação de menores de 18 anos em hospitais. Cada um recebe uma bolsa auxílio e, para os que não são do Rio de Janeiro, é oferecido alojamento no Inca.



No final do curso, os alunos irão elaborar um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), que deverá ter o formato de uma monografia ou de um artigo científico, abordando temas ligados a Citopatologia. A certificação será feita pela EPSJV.