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EPSJV e Inca formam turmas dos cursos de Citopatologia e Radioterapia

A formação, que reuniu estudantes de diversos estados do país, é fruto de uma cooperação técnica entre as instituições
Julia Neves - EPSJV/Fiocruz | 29/02/2024 14h20 - Atualizado em 04/03/2024 09h55

Como parte de um acordo de cooperação técnica com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) formou, no dia 22 de fevereiro, as turmas dos Cursos de Educação Profissional Técnica de Nível Médio: Especialização Técnica em Radioterapia e Habilitação em Citopatologia. Os cursos foram realizados de forma presencial, com aulas nas instalações do Inca e na Escola Politécnica, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), e contaram com carga horária de 2080 horas. 

Citopatologia

“A formatura nos emociona muito por simbolizar a concretização de todo o processo de aprendizagem, que prepara esse profissional para integrar a equipe de saúde desempenhando um importante papel no rastreio do câncer através do preparo técnico e análise microscópica das células”, comemorou Daniela Santana, do Inca, que coordena o curso de Citopatologia, juntamente com o professor-pesquisador da EPSJV, Leandro Medrado. Ao todo, foram formados 15 citotécnicos, que atuam em diversas regiões do país.

Para Leandro, mesmo sendo profissionais de nível médio no Brasil, esses trabalhadores desempenham uma atividade bastante peculiar e distinta de outros trabalhadores técnicos da saúde. “Eles são os únicos profissionais técnicos que, além de preparar os materiais para a análise microscópica, realizam também o estudo das lâminas, produzindo um laudo técnico que orientará o responsável técnico na determinação do diagnóstico”, ressalta, acrescentando mais um motivo para a importância dessa formação: “Muitas das vezes, esse laudo técnico constituirá o próprio diagnóstico, uma vez que não há uma revisão total dos casos pelos responsáveis técnicos e a triagem inicialmente feita pelos citotécnicos passa a constituir o marco principal para o encaminhamento do paciente”, explicou ele.

Para a estudante Leilane Santos, o curso foi um divisor de águas. “Somos ensinados por professores altamente qualificados e empenhados em passar todo o conhecimento que possuem. Além disso, em um contexto em que a área é pouco conhecida em nosso país, o curso nos confere uma base excelente para que possamos alcançar diagnósticos de forma independente e segura. Ser capaz de realizar um diagnóstico para uma doença como o câncer é incrível”, comemorou a formanda, que foi aprovada em segundo lugar no concurso para Técnica em Citopatologia do Complexo Hospitalar de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. Outros oito estudantes do Curso de Citopatologia também foram aprovados em concursos para diversas instituições do país.

Radioterapia

Já na Especialização Técnica em Radioterapia, foram formados dez técnicos em Radiologia, que atuam em diversos estados do Brasil e também em países como Angola, por meio de um convênio de cooperação técnica com membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Essa é a nona turma do curso, que é coordenado pelo professor-pesquisador da EPSJV, Alexandre Moreno, junto com Ariana Braga, do Inca. 

Segundo Alexandre, a formação foi criada para atender não apenas às necessidades legais da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer; e estar em consonância com o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT); como também contemplar a redefinição dos critérios e parâmetros para organização, planejamento, monitoramento, controle e avaliação dos estabelecimentos de saúde habilitados na atenção especializada em oncologia. “Essa iniciativa visa fornecer uma formação atualizada e de alta qualidade para os técnicos em Radioterapia, capacitando-os de forma eficaz para lidar com os desafios do campo da oncologia e contribuir para a melhoria dos serviços de saúde relacionados ao tratamento do câncer”, apontou o coordenador do curso pela EPSJV.

De acordo com Ariana, cerca de 60% dos pacientes oncológicos terão indicação de tratamento de Radioterapia ao longo da evolução da doença. Sendo assim, o técnico em Radioterapia tem papel fundamental nos tratamentos, tendo contato diário com o paciente e executando de forma precisa e segura o tratamento com radiação ionizante. “A conclusão da especialização destes profissionais - das diferentes regiões do país e de Angola - permite a disseminação do conhecimento por trabalhadores capacitados a atender à população de forma ética, humanizada e com excelência técnica”, concluiu.