Para contribuir com a efetivação da Política Nacional de Educação Popular em Saúde, no âmbito do Sistema Único de Saúde (Pneps-SUS), a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) iniciou, no dia 16 de agosto, o Curso de Aperfeiçoamento em Educação Popular em Saúde (EdpopSUS). Pela primeira vez na Escola, a formação será voltada para os territórios de Manguinhos, Complexo do Alemão e Complexo da Maré, bairros da zona norte do Rio de Janeiro. Ao todo, serão formados 25 profissionais das equipes de Atenção Básica, dentre eles, Agentes Comunitários de Saúde (ACS); Agentes de Controle de Endemias (ACE), além de trabalhadores de saúde integrantes da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e integrantes dos movimentos sociais e lideranças comunitárias. “Para nós, da equipe de educação popular, é um fato histórico por ser a primeira turma na Escola Politécnica depois do grande êxito nos 15 estados que realizarmos o curso para aproximadamente 10 mil educandos. Além disso, sairemos do lugar de coordenação nacional para a prática em sala de aula. Seremos os educadores em potencial”, diz a professora-pesquisadora, Vera Joana Bornstein, que coordena o curso, juntamente com Ronaldo Travassos.

Com carga horária total de 160 horas na modalidade presencial – 136 horas de atividades em sala de aula e 24 de trabalho de campo –, o curso está estruturado em seis eixos temáticos: Construção da gestão participativa do curso e a experiência como fio condutor do processo educativo; Educação Popular no processo de trabalho na Atenção Básica; O direito à saúde e a promoção da equidade; Território, lugar de história e memória; Participação social e participação popular no processo de democratização do Estado; e O território, o processo de saúde-doença e as práticas de cuidado. “Nosso objetivo é qualificar a prática educativa de trabalhadores da saúde e lideranças comunitárias com um enfoque de educação em saúde que estimule a análise crítica das condições de vida e trabalho da população, o fortalecimento de sua autonomia e a participação na sociedade”, ressalta Vera Joana.

Formação

Desde a sua primeira etapa, em 2013, a formação é financiada pela Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP) do Ministério da Saúde. À época, o curso foi realizado pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz) e teve EPSJV/Fiocruz no comitê gestor, voltado apenas para Agentes Comunitários de Saúde, com carga horária de 53 horas. Em 2015, por solicitação dos próprios participantes do curso, o projeto ampliou seu público alvo e incluiu além dos ACS, ACEs, conselheiros de saúde, militantes de movimentos sociais e lideranças comunitárias. Na segunda etapa, que teve a EPSJV como coordenação nacional, a formação chegou a mais de 9.500 educandos em 15 estados brasileiros e envolveu mais de 600 educadores, sendo encerrada com um grande Encontro Nacional, realizado no fim de 2018, em Caucaia (CE).