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EPSJV inicia retorno gradual às aulas presenciais

Turmas do 4º do ensino médio, das séries iniciais da Educação de Jovens e Adultos e dos Cursos de Qualificação e Atualização de Doulas já estão de volta
Julia Neves - EPSJV/Fiocruz | 03/09/2021 10h22 - Atualizado em 01/07/2022 09h41

A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) deu início ao retorno gradual das aulas presenciais do 4º ano do Curso Técnico de Nível Médio em Saúde integrado ao Ensino Médio (CTNMS). No dia 1º de setembro, os alunos da habilitação de Análises Clínicas retornaram ao ambiente escolar e, no dia 3 de setembro, foi a vez dos estudantes das habilitações de Biotecnologia e Gerência em Saúde. Desde o início da pandemia, os estudantes estavam apenas em aulas remotas. A previsão é que, até o final de 2021, todas as séries retornem às aulas presenciais, em dias alternados e escalonadamente. 

“É com muita alegria e responsabilidade que a gente inicia esse retorno gradual e seguro. Sabemos de todas as necessidades em relação às recomendações sanitárias para isso e é nesse sentido que a EPSJV abre suas portas para receber de volta estudantes que estão prestes a se formar e estudantes que estão em fase de alfabetização, como é o caso das séries iniciais da Educação de Jovens e Adultos”, comemora a vice-diretora de Ensino e Informação da EPSJV, Ingrid D’avilla.

Para a estudante Julia Simons, do 4º ano do ensino médio, da habilitação de Análises Clínicas, não tem felicidade maior do que voltar ao espaço físico escolar. “Me sinto muito bem voltando para a escola, aqui é minha segunda casa. Estou feliz que teremos as aulas práticas presenciais do curso técnico, porque isso faz parte e é imprescindível para a nossa formação”, ressalta. A aluna Bianca Santos, da mesma turma, concorda: “Está sendo uma experiência muito legal voltar depois de quase dois anos em Ensino Remoto Emergencial. Foi muito difícil estudar sozinha, embora tivéssemos todo apoio da escola”.

Rafaela de Andrade, do 4º ano do ensino médio, da habilitação de Gerência em Saúde, enfatiza que os ganhos com a volta são inúmeros: “A gente estava com muita saudade de nossos amigos e professores e, com certeza, agora teremos muito mais foco. Assim, o nosso aprendizado será muito maior”. Thiago Minerva, da mesma turma, acrescenta: “A gente sabe que o ensino remoto era necessário por conta da pandemia, mas a gente vai ganhar muito em qualidade das aulas, pois não é a mesma coisa. Com segurança, a gente entende que é muito benéfico estarmos voltando”.

Na turma de Biotecnologia, as estudantes Isabella Moraes e Gabriella Christine também estão animadas com o retorno. “Estamos achando superlegal toda a movimentação que a EPSJV tem feito para nos propiciar o ensino presencial”, disse Isabella. “Bem diferente, mas estamos empolgados para voltar para a prática no laboratório e o estágio”, completou Gabriella.

EJA e Curso de Doulas

Mas não é só o Ensino Médio que está voltando. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) também já retornou presencialmente no dia 30 de agosto, com aulas para o Fundamental Inicial I às segundas, terças e quartas-feiras. Já o Fundamental Inicial II, terá aulas às quartas, quintas e sextas-feiras. Nos demais dias, as aulas são realizadas remotamente.

Na visão da coordenadora da EJA, a professora-pesquisadora Renata Sodré, o retorno ao presencial foi um passo importante, visto que professores e alunos estavam sentindo falta da interação, do compartilhamento e do “estar junto”. “Tenho visto como os alunos se sentem felizes e animados em estar de volta. Eles se sentem em casa, porque é um sentimento legítimo que a EPSJV passa”, ressalta.

Já o Curso de Qualificação Profissional de Doulas, iniciado em setembro de 2019, já teve sua primeira aula prática. Segundo a coordenadora do curso, Bianca Leandro, a ideia é que as aulas fossem aplicadas em dois blocos de práticas, nos dias 7 e 14 de agosto de 2021, sendo a avaliação e o encerramento no dia 13 de novembro. Já a outra turma do curso, em andamento desde abril de 2021, tem três datas previstas para aulas presenciais - 25 de setembro e 2 de outubro de 2021, com avaliação e encerramento em 19 de fevereiro de 2022. 

No caso da Atualização Profissional de Doulas, em junho de 2021, foi realizado um levantamento sobre as condições individuais e posicionamentos sobre as atividades do Curso e a situação vacinal das 32 alunas que integram a Turma 1, que teve início em fevereiro de 2021. A partir da vacinação no Núcleo de Saúde do Trabalhador (Nust/Fiocruz), 100% das alunas já foram vacinadas com a primeira dose e 57% foram vacinadas com a segunda dose. Dessa forma, as aulas práticas e atividades foram realizadas nos dias 20 e 21 de agosto, no período integral, das 8h às 17h30. 

 A coordenadora dos cursos, a professora-pesquisadora Fernanda Martins, lembrou que a turma do Curso de Qualificação iniciou seu processo formativo em outubro de 2019, com o seu percurso atravessado pela Pandemia da Covid-19, tendo sido interrompido as aulas presenciais e as mesmas adaptadas para o sistema remoto. 

Para essa turma em específico, Fernanda destaca que os estágios presenciais na unidade de saúde são fundamentais para o processo educativo. “Para tal, as aulas práticas presenciais foram extremamente necessárias, para adentrarem com segurança no ambiente de estágio. Além de propiciarem conteúdos imensamente relevantes, retornar às aulas de forma presencial trouxe uma perspectiva formativa concreta para adentrar em uma nova profissão. Ressaltando que essas são em ampla maioria mulheres, chefes de família, que veem na doulagem uma outra oportunidade de trajetória profissional”, afirma.

Para as alunas o curso de Atualização, que já são doulas formadas, oriundas de processos formativos distintos, Fernanda aponta que realizar as aulas práticas presenciais cumpre com um projeto formativo sinalizado no currículo do curso. “Isso potencializa trocas de habilidades e experiências únicas, que muitas não tiveram ao longo em sua primeira formação e novas articulações e diálogos, com perspectivas distintas de olhares que essas atividades puderam refletir”, acrescenta.

Fernanda conta que todas as aulas aconteceram no novo espaço de convivência da EPSJV, nas tendas. “Ambiente aberto, com boa ventilação e com o auxílio da aparelhagem de som e projeção para a condução das atividades por parte das docentes e coordenação”, diz. E acrescenta: “Todas as alunas, docentes, apoio e coordenação estavam com EPIs necessários para a realização das atividades, máscara PFF2 para todos e álcool distribuídos ao longo do espaço”.

Para Elizabeth da Silva Aguiar, da segunda turma do curso de Qualificação Profissional de Doulas, a volta foi revigorante. Segundo ela, a continuidade dos estudos e ver um sonho se concretizando é algo inexplicável. “A presença das colegas, a troca de energias, a fala das professoras, tudo isso faz bem! Minha vontade de estar em sala de aula cresceu muito, minha gana de conhecimento, nem se fala. Voltar às aulas, mesmo seguindo todas as orientações de segurança e distanciamento é muito bom”, comemora.

Na visão dela, o conteúdo passado tem um tom diferente, já que a proximidade com o professor traz mais segurança. “Poder perguntar e receber a resposta direta e de frente para o seu professor, não tem preço. Percebi que minhas colegas ficam mais à vontade ao levantar questões e poderem tirar suas dúvidas em tempo real”, comenta, acrescentando que outro ganho é a proximidade que, para ela, traz uma sensação de ainda mais acolhimento. “E não posso deixar de falar do espaço da escola, todo configurado para nos receber, respeitando todas as diretrizes de segurança”, finaliza.

Para Keylla Moreira, da 1° turma do curso de Atualização, os ganhos com as aulas presenciais foram inúmeros, como o contato "olho no olho" fora das telas, a interação com o grupo e uma melhor concentração para captar os conteúdos. “Esses dois dias de aula prática me deixaram maravilhada com a organização e protocolos de segurança para a prevenção da Covid-19”, afirma.

Retorno gradual e seguro

De acordo com o “Plano de retorno às atividades de ensino de forma presencial na EPSJV/Fiocruz no contexto da pandemia de Covid-19”, caso, em qualquer uma de suas fases, seja constatada ampliação da transmissão da Covid-19 no ambiente escolar, serão tomadas medidas de suspensão e cancelamento de atividades. Ainda segundo o documento, o retorno gradual inclui a redução de frequência das atividades presenciais, como diminuição do fluxo de pessoas no ambiente interno da instituição, sobretudo, na primeira fase do plano de contingência; redução do período de exposição dos trabalhadores e estudantes no ambiente escolar e consequente diminuição dos riscos de transmissão da Covid-19; avaliação das medidas adotadas no primeiro momento e planejamento das próximas fases do plano de contingência.

O retorno está sendo viabilizado pela adaptação das instalações da Escola às medidas de biossegurança e mitigação de riscos de transmissão do novo coronavírus; a adesão às medidas e protocolos de retorno e a alternância de uso de espaços abertos, como as novas tendas, e as salas de aula.

No caso das salas de aula, serão usadas para os cursos, exclusivamente, as salas de aula mais amplas para viabilizar a convivência segura de estudantes e professores em acordo com todos os parâmetros de ventilação e ocupação indicados pela frente de ventilação que compõe o GT de implantação e monitoramento. Além disso, serão obrigatórios o uso de máscara e o distanciamento físico.

Poli Monitora Covid-19 

Tendo em vista o retorno das aulas presenciais, a EPSJV criou, em diálogo com o Nust/Fiocruz e a Presidência, o Poli Monitora Covid-19. A estratégia consiste no rastreio e monitoramento de casos suspeitos e confirmados no âmbito da escola, com objetivo de interromper a cadeia de transmissão do vírus em âmbito local. Segundo Roberta Gomes, da Secretaria Escolar, é necessário identificar o mais rápido possível os indivíduos infectados, rastreando as pessoas com as quais eles tiveram contato. “A gente enviou formulários de pesquisa para os alunos com perguntas que podem identificar casos suspeitos, como se teve contato com alguém com Covid-19 e/ou se apresenta algum sintoma. Nós fazemos a triagem e identificação prévia e os casos considerados suspeitos são encaminhados ao Nust para testagem”, explica Roberta, lembrando que caso o aluno tenha o teste positivado, a orientação é que ele não frequente a escola e permaneça em isolamento por 14 dias.