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EPSJV recebe medalha Pedro Ernesto

Escola é homenageada pela Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro
Raquel Júnia - EPSJV/Fiocruz | 12/11/2010 09h00 - Atualizado em 01/07/2022 09h46

 A Câmara de Vereadores da cidade do Rio de Janeiro, por iniciativa do vereador Reimont (PT-RJ), agraciou no último dia 10 de novembro a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) com a medalha Pedro Ernesto, considerada a mais importante condecoração do município do Rio de Janeiro. No auditório da Câmara de Vereadores, estudantes, professores, profissionais e parceiros das duas instituições se reuniram para assistirem à sessão solene. Durante o ato, além dos discursos e referências à instituição, também foi homenageado o professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e da pós-graduação da EPSJV, Gaudêncio Frigotto. O evento contou também com apresentação musical feita por estudantes da Escola e manifestação do Grêmio politécnico, que distribuiu panfletos pelo passe livre estudantil. Recebeu também a medalha Pedro Ernesto, na mesma cerimônia, a classe hospitalar do Hospital Municipal Jesus.

O vereador Reimont destacou a importância de as duas instituições homenageadas se tornarem parceiras pela relevância de sua atuação junto à sociedade. Em referência à EPSJV, ele lembrou de uma visita que fez à instituição, quando lhe chamou a atenção a "vibração" dos profissionais da Escola e a boa relação existente entre professores e alunos. "Percebi que há um grande reconhecimento por parte dos profissionais aos alunos e também por parte dos alunos aos profissionais. E está é justamente a parceria necessária para que a educação seja transformadora", afirmou. "A presença dessas instituições aqui hoje mostra que aquilo que é público pode ser excelente, desde que haja uma equipe motivada, qualificada e com condições mínimas de atuação", falou o deputado estadual Alessandro Molon (PT-RJ), também presente na cerimônia.

Além do presidente da sessão, o vereador Reimont, compuseram a mesa o estudante da EPSJV Jorge Luiz da Costa, representando o Grêmio Politécnico, o professor da Uerj e da EPSJV Gaudêncio Frigotto, o vice-presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Pedro Barbosa, a diretora da EPSJV, Isabel Brasil. Também estavam à mesa a coordenadora da 2ª Coordenação Regional de Educação (CRE), Maria Inês, a diretora do Instituto Municipal de Educação Helena Antipoff, Kátia Cristina Nunes, e a subsecretária de ensino da secretaria municipal de educação da cidade do Rio, Regina Helena Bomeny. E representando a classe hospitalar do hospital Jesus, o ex-aluno Hugo Virgílio de Oliveira, o diretor do Hospital Municipal, Paulo Roberto Peres, e a diretora da classe hospitalar, Elizabeth Luiz.

Da tribuna, Paulo César Ribeiro, representando a Associação dos Servidores da Fiocruz (Asfoc-SN) e Claudio Gomes, falando em nome dos professores da EPSJV, também fizeram uma saudação aos presentes e destacaram a importância da consolidação de instituições públicas com um projeto claro de transformação da sociedade. O vice-presidente da Fiocruz, Pedro Barbosa, representando o presidente da instituição, Paulo Gadelha, afirmou que a EPSJV enriquece a Fiocruz. "A Escola forma quadros profissionais que são capazes de ação política, cidadã, de falar para a sociedade e se propor a transformá-la", declarou.

Participação ativa dos estudantes

 O estudante Jorge da Costa, representante do Grêmio Politécnico, agradeceu a homenagem à Escola e falou sobre a importância do reconhecimento a uma instituição, como a EPSJV,que aposta na politecnia como uma forma de contraposição ao sistema capitalista. Ele lembrou o relatório final da 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, que afirma que "a saúde é resultante das condições de alimentação, emprego, educação, habitação, renda, meio-ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso à posse da terra, e acesso ao serviço de saúde". Amparado pelo relatório, o estudante protestou pelas condições do transporte público na cidade, que, segundo ele, fazem com que a saúde da população seja lesada. Jorge criticou o limite de passagens a estudantes da rede pública do Rio de Janeiro, que tinha acabado de ser imposto por um decreto municipal e reafirmou a importância de se implementar de fato uma política de passe livre estudantil. "Peço aos presentes que nos auxiliem a conquistar o direito de todos os estudantes ao passe livre não apenas para ir à escola, mas também para garantir o acesso à cultura, ao lazer, ao esporte", discursou. O vereador Reimont apoiou a reivindicação do estudante e solicitou que o manifesto do Grêmio fosse publicado na íntegra no diário oficial do município.

Mais Politécnicos

Gaudêncio Frigotto lembrou que a Escola surgiu no contexto dos debates pré e pós assembléia constituinte, quando vários movimentos sociais estavam lutando por uma escola pública, laica, gratuita e universal. Situou que a partir da década de 1990 foi intensificada a visão da escola como um serviço que se pode comercializar e ressaltou o quanto a EPSJV caminha na direção contrária a esse processo de privatização. "Este momento é simbólico para dizer que a EPSJV forma cidadãos, artistas, mas não de uma nota só. A Escola tem o horizonte de formar Guimarães Rosas", observou. Gaudêncio lembrou também do sociólogo Florestan Fernandes. "Quando houver mais escolas como a EPSJV, o Brasil não será mais um gigante com os pés de barro, como dizia Florestan Fernandes, mas sim uma nação", afirmou.

Antes da entrega da medalha, dois vídeos sobre as instituições homenageadas foram apresentados. Após a homenagem, Isabel Brasil reforçou que os dois projetos agraciados naquele dia tinham em comum o fato de não se curvarem ao tecnicismo e à privatização. "Este é um ato em defesa da escola pública", pontuou. Isabel também enfatizou a importância de que o Estado garanta condições objetivas para que as escolas, com determinação política, cumpram o seu papel. "Formamos nos serviços de saúde no sentido estrito e no sentido amplo, por isso fazemos parcerias com os movimentos sociais porque entendemos que um projeto de escola que não é um projeto de sociedade voltado à transformação está fadado ao fracasso", afirmou. A professora terminou o discurso emocionada agradecendo ao vereador Reimont e a todos os presentes. Dirigindo-se ao representante do Grêmio politécnico, Isabel concluiu: "Jorge, a escola existe porque vocês existem".

 

 

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