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O audiovisual como alternativa para a educação

Encontro organizado pela EPSJV une escolas da rede pública para exibir curtas produzidos por elas e promover um espaço para a troca de experiências entre os alunos.
Giulia Escuri - EPSJV/Fiocruz | 11/07/2017 14h11 - Atualizado em 01/07/2022 09h45

Aconteceu na Tenda da Ciência, na Fiocruz, nos dias 6 e 7 de julho, a 7ª Mostra Audiovisual Joaquim Venâncio. Neste ano, mais de 50 vídeos foram inscritos e 36 selecionados para a exibição. Entre os curtas escolhidos, 20 escolas da rede pública do Rio de Janeiro, Pernambuco e Maranhão estavam presentes. Além disso, neste ano também foram expostos vídeos da Espanha e Argentina.

O evento foi dividido em duas partes, pela manhã a exibição dos filmes e uma conversa com os estudantes e professores responsáveis pela produção, e na parte da tarde o cinedebate entre alunos e produtores. No primeiro dia, esteve presente Lygia Barbosa da Silva diretora do documentário ‘Laerte-se’, e no segundo dia houve a exibição do filme ‘Mate-me por favor’, seguido por um debate com as quatro protagonistas.

Criada em 2011, a Mostra já exibiu 100 vídeos selecionados, de diversas partes do Brasil e de países como Itália, Espanha e Argentina. “A ideia da Mostra surgiu a partir de uma demanda interna. Por conta da disciplina de audiovisual, que surgiu na Escola  em 2008, começou uma produção intensa de vídeo dos alunos e a gente queria mostrar isso em algum lugar”, conta Gregório Albuquerque professor-pesquisador da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz). A partir do primeiro evento, outras escolas públicas começaram a participar e o objetivo se tornou integrar os alunos por meio do audiovisual.

“São vários tipos de experiência e cada uma tem um resultado diferente. Quando existe um espaço de troca, os alunos conseguem dialogar mais com os outros”, analisa. Segundo ele, a maioria das outras escolas que participam da exibição tem o curta produzido por meio de ONGs, projetos de extensão, oficinas ou até mesmo por professores de diferentes disciplinas, que usam o vídeo como ferramenta de ensino. 

Experiência que vem de longe

O professor Ednaldo Lourenço, da Escola Estadual Quintino Bocaiuva, veio de Camocim de São Félix, com três alunos e a gestora da escola para mostrar o curta baseado na obra de Luis Fernando Veríssimo, ‘O Homem Trocado’. A viagem de Pernambuco até o Rio de Janeiro, segundo o professor de Língua Portuguesa, deixou os alunos eufóricos.

A escola há três anos realiza o projeto de ensinar por meio do audiovisual. Para Ednaldo, depois do início do projeto a frequência à biblioteca aumentou e os alunos se sentem incentivados a ler mais, o que também melhorou o rendimento deles. “A partir do momento que eles conhecem a obra e trabalham com ela, entram em contato com a arte, acho que essa experiência faz os alunos evoluírem em todos os sentidos, na expressão artística, corporal e do conhecimento com a arte”, acrescenta.

A professora de Artes, Danielle Torres, da escola Professora Ismar Gomes de Azevedo, de Cabo Frio (RJ), propôs aos alunos uma avaliação de bimestre por meio de um vídeo. Os alunos, das quatro turmas de ensino médio, foram desafiados a produzirem um curta por meio de sinopses que ela distribuiu em aula. A turma criou histórias e se dividiu entre atores, diretores e produtores.

O resultado da criação dos alunos foi o vídeo ‘Atrás da Porta’, baseado em um jogo online sobre ocultismo. Taina Pereira, aluna do terceiro ano do ensino médio normal, diz que todos trabalharam juntos e que produzir o filme foi algo que ela gostou muito de fazer. “Muita gente desenvolveu ou descobriu novas habilidades, foi uma experiência muito legal e foi a primeira vez que fizemos. Eu até pretendo seguir essa carreira para frente. Esse projeto me deu mais vontade ainda de fazer parte do teatro”, conta a estudante.

 

Fotos: Gregório Albuquerque