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Hospitais seguros: tema vira prioridade na 50ª Reunião do Conselho Diretivo da OPAS/OMS

O terremoto do dia 12 de janeiro afetou fortemente a infraestrutura do Haiti. Diversos prédios do governo, dentre os quais o Palácio Presidencial, o Parlamento e diversos Ministérios desabaram. Na área da saúde, oito hospitais foram totalmente destruídos e outros 22, localizados nas áreas mais afetadas, sofreram graves danos. O caso no Haiti, foi emblemático, mas não foi o único.


Em Nova Orleans, nos Estados Unidos, em 2005, as inundações causadas pelo furacão Katrina inutilizaram 17 dos 20 hospitais da cidade. Na Cidade do México, em 1985, um terremoto destruiu uma das alas do Hospital Juárez, matando cerca de 560 pessoas, entre pacientes e trabalhadores da saúde.


Também este ano, no Chile, o terremoto do dia 27 de fevereiro danificou, em maior ou menor grau, 79 dos 130 hospitais da região afetada, causando a perda de quase 5 mil leitos. Os hospitais mais danificados, os mais antigos e que não haviam passado por obras que reduzissem sua vulnerabilidade diante de desastres, estavam, em muitos casos, bem próximos a estabelecimentos construídos conforme as ‘normas de segurança para hospitais’, que sofreram quase nenhuma avaria.


Os exemplos são muitos e servem para colocar novamente em foco a questão dos hospitais seguros, que já havia sido o tema do Dia Mundial da Saúde em 2009: ‘Quando ocorre um desastre, hospitais seguros salvam vidas `.


No dia 1º de outubro, durante a 50ª Reunião do Conselho Diretivo da OPAS/OMS, os ministros da saúde dos Estados-Membros reafirmaram a necessidade de se tornar os hospitais mais seguros em caso de desastres, de forma que eles possam continuar prestando serviços nos momentos de emergência. Quando um hospital deixa de funcionar por causa de um desastre, aumenta o risco de mortes e incapacidades. O problema, no entanto, permanece ao longo de pelo menos dois anos, quando parte da população tende a ficar privada de atendimento médico adequado.


Segundo a Organização, 67% dos estabelecimentos de saúde da Região das Américas estão localizados em áreas de risco de desastres, sendo que na América Latina e no Caribe ainda é comum a construção de estabelecimentos de saúde em zonas de risco, sem as devidas medidas de proteção. De 327 hospitais avaliados em 17 países, apenas 39% teriam grandes probabilidades de resistir a um desastre e 16% só teriam alguma chance de resistir caso fossem tomadas medidas urgentes de melhorias.


Por todas essas razões, o Conselho aprovou um novo plano regional de investimentos e sistemas de supervisão para que novos hospitais e estabelecimentos de saúde já sejam construídos dentro das normas de segurança existentes e para que os antigos sejam modernizados para atender as normas. Para o Conselho, a existência de uma série de compromissos nacionais e internacionais nessa área mostra que o tema já está na agenda de vários países.


O Conselho Diretivo da OPAS se reúne anualmente para estabelecer as prioridades na cooperação pan-americana em matéria de saúde e orientar os programas de cooperação técnica da OPAS em seus Estados-Membros. p;