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EPSJV promoveu palestra sobre as vítimas do amianto


A pesquisadora Maria Blandina Marques falou sobre o risco de
contato com o pó do minério

A palestra foi ministrada pela pesquisadora Maria Blandina Marques, doCentro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh), daFiocruz. O evento, promovido pela coordenação do Curso de QualificaçãoProfissional em Vigilância à Saúde do Trabalhador, teve o objetivo deconscientizar e informar sobre o risco de contato com o pó do minério,confirmado pelas Organizações Mundial da Saúde (OMS), Internacional doTrabalho (OIT) e pela Portaria 1851, publicada pelo Ministério da Saúde.

Atualmente, 45 países já baniram o uso do mineral, porém muitas empresasestrangeiras utilizam o amianto no Brasil por ser mais barato, conter umafibra de alta resistência ao calor e a chama e possuir grande flexibilidade e resistência à tensão.

A inalação do pó de amianto, durante longos períodos, pode provocar danospulmonares, devido à capacidade das fibras em se enrolarem e ocuparemregiões do pulmão, o que provoca o seu 'empedramento'. Os principaisproblemas são asbestose, mesotelioma pulmonar, câncer de pulmão e afecçãobenigna do tecido pulmonar.

Em 1995, foi criada a Associação Brasileira do Expostos ao Amianto (Abrea), uma organização não-governamental, sem finslucrativos, com o objetivo de cadastrar e encaminhar os trabalhadores e osexpostos ao amianto em geral para exames médicos. Além disso, a Abreapropõe ações judiciais em favor de seus associados e das vítimas em geral.

Segundo a pesquisadora, a metodologia do trabalho, que desenvolve junto a outros pesquisadores no Cesteh,visa uma Educação Popular. 'Primeiro são feitas entrevistas individuais edepois os trabalhadores se reúnem em grupos para assistir palestras,congressos e conferências'. Esta iniciativa é importante na recuperação daauto-estima dos profissionais que estão fragilizados pela doença: 'Eleschegam se sentindo fracos e com o tempo aprendem a criar redes de solidariedade'.

Maria Blandina Marques alerta para o problema da contratação detrabalhadores nas fábricas que usam o amianto. 'Atualmente, muitos dessestrabalhadores não possuem carteira assinada, nem recebem qualquerinformação sobre o perigo'.

O lixo tóxico também é uma questão complexa. 'As minas, quandodesativadas, viram grandes reservatórios de água da chuva, onde as pessoasdesinformadas usam a água. É preciso ter locais próprios para o depósitodeste material', alerta.