O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, no dia 16 de julho, o projeto de lei 11.738 que cria o piso nacional do magistério, destinado a professores e a profissionais que atuem no suporte pedagógico à docência - direção ou administração, planejamento, inspeção, supervisão, orientação e coordenação educacionais - no âmbito do ensino público infantil, fundamental e médio. O piso, no valor de R$ 950, foi estabelecido para a jornada de 40 horas. A lei determina que os reajustes comecem a ser feitos a partir de janeiro de 2009 e sejam atingidos integralmente em janeiro de 2010. Até lá, os governantes dos estados e municípios deverão buscar alcançar o valor, que também será adotado para o pagamento dos benefícios dos aposentados e pensionistas da carreira, que ingressaram no serviço público até 2003.
Uma atualização anual do piso está prevista, a partir de 2009, sempre no mês de janeiro. A base do reajuste será o percentual de crescimento do valor anual mínimo a ser gasto por aluno no ensino fundamental urbano. A União deverá complementar o pagamento do piso quando os estados e municípios não tiverem condições de alcançar o valor.
Outra resolução da lei alterará a jornada de trabalho. Das 40 horas semanais, aproximadamente 33% deverão ser reservadas para atividades extraclasse.
O piso nacional para os professores da rede pública de ensino básico é uma antiga reivindicação da categoria. Um acordo chegou a ser firmado, em 1994, durante o governo Itamar Franco, mas nunca foi implementado. A nova tentativa de atender às reivindicações surgiu, em 2007, por iniciativa do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), autor da lei.
Lula anuncia a criação de 49 mil cargos para professores e técnicos
Na mesma cerimônia que promulgou o piso nacional, Lula também sancionou propostas para a criação de 49 mil cargos de professores e técnicos em universidades e escolas técnicas públicas federais, além das mudanças na Lei de Diretrizes e Bases (LDB), que determina a integração do ensino profissional e tecnológico à educação básica. O presidente assinou ainda projetos que aprovam a criação de 38 institutos federais de educação, ciência e tecnologia. Também foi assinada a portaria que cria o novo Catálogo Nacional de Cursos Técnicos de Nível Médio.
A proposta de criação de 49 mil cargos faz parte do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) e da expansão da rede federal da educação profissional e tecnológica. Sobre a expansão, Lula anunciou que, até 31 de dezembro de 2010, pretende inaugurar mais de 214 escolas técnicas por todo o país. Prevendo as críticas sobre o impacto que esses investimentos poderiam causar no orçamento da União ele afirmou em seu discurso que “Não tem nenhum problema gastar dinheiro com escola, porque ela não vai ficar vazia”.
Lei 11.738 cria piso nacional para o magistério
Piso, que é antiga reivindicação da classe, deve ser adotado por estados e municípios até janeiro de 2010.
Maíra Mathias - EPSJV/Fiocruz |
30/08/2008 08h00
- Atualizado em
01/07/2022 09h47