Serviços 
O conteúdo desse portal pode ser acessível em Libras usando o VLibras

Mesas de abertura: arte, ócio e trabalho

A primeira mesa de abertura, composta pelos professores-pesquisadores Cláudio Gomes e Marco Antônio dos Santos, procurou estabelecer a articulação entre ‘arte e trabalho’, que foi o tema do evento deste ano. “A proposta é uma provocação antiga”, lembrou Cláudio, que abordou questões como a relação entre arte e politecnia para explicitar como o trabalho aparece na proposta educacional da EPSJV. “Téchne é uma palavra grega que significa tanto ‘arte’ como ‘técnica’. As coisas existem pela produção da natureza ou do homem. A técnica (ou a arte) leva a natureza onde ela não pode chegar sozinha”, explicou.

Já Marco Antônio, que, além de coordenador do projeto ‘Trabalho, Ciência e Cultura’ é professor de música da Escola, defendeu que arte é trabalho, explicando que hoje falamos de ‘arte e trabalho’ porque essas duas práticas historicamente foram se separando. Ele definiu trabalho, tanto no sentido econômico quanto no filosófico, como tudo que está em transformação. “A formação politécnica pretende que a arte e o trabalho não sejam elementos de alienação, mas instrumentos de transformação”, disse.

Depois de assistirem à segunda edição da mesa de abertura do evento, que buscou articular arte e trabalho, os alunos dos cursos noturnos da Escola participaram do debate ‘Ócio e Trabalho’, promovido pelo coordenador do pré-vestibular Construção/EPSJV, Rodrigo Lobo.

O debatedor recorreu à história e à filosofia para estabelecer a relação entre o ócio e o trabalho. Passando pela Idade Média e pela Reforma Protestante, Rodrigo chegou à Revolução Industrial e apontou a perda de consciência do trabalhador acerca das funções que exerce. Segundo ele, o advento do capitalismo alterou as relações de trabalho e a visão que se tinha sobre o próprio trabalho e sobre o trabalhador. Rodrigo destacou ainda que a introdução da máquina no processo produtivo reforçou a importância do trabalho e desprezou a ociosidade. Além disso, disse, as fábricas passaram a ditar as normas de comportamento dos operários e a forma como encararão a vida.

O professor fez questão de mostrar que o ócio nem sempre foi visto como é hoje, associado à preguiça. Ele lembrou que para os gregos, por exemplo, o termo não podia ser dissociado do trabalho, já que significava exatamente “a condição de estar livre do trabalho”.

No geral, o debate levou a reflexões sobre pontos como a influência das máquinas no cotidiano e sobre a relação entre criatividade e educação.

Saiba mais sobre o Arte e Trabalho

Veja as fotos do Evento