A luta em favor das mulheres rurais requer também que se aprenda com elas e reconheça suas experiências. O destaque é feito no artigo 'Contribuições do movimento de mulheres camponesas para a formação em saúde', publicado em 2013 na Revista Trabalho, Educação e Saúde da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) — e que destacamos esta semana no Portal da Escola em homenagem ao Dia Internacional da Mulher (8 de março). O artigo apresenta reflexões com base na experiência e na pesquisa desenvolvida com camponesas vinculadas ao Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), entre outros agentes de educação popular em saúde que atuam em todas as regiões do Brasil. A autora Vanderléia Laodete Pulga mostra as interfaces destas mulheres com os processos de saúde-adoecimento, assim como suas contribuições político-pedagógicas que emergem nas práticas de cuidado, promoção e educação popular em saúde, próprias desses atores sociais.
A discussão parte do predomínio do modelo capitalista de produção no campo, com base no agronegócio, no uso de agrotóxicos e seus efeitos nocivos para os trabalhadores rurais, que geram pobreza e exclusão.Vanderléia reflete sobre experiências desenvolvidas pelos movimentos sociais populares, em especial o MMC, mostrando práticas que se assentam numa dinâmica educativa. “Esses coletivos populares desenvolvem o processo formativo, articulado ao político-organizativo e à construção das experiências de promoção à saúde que se constituem em formas de resistência popular nos territórios do campo e das periferias urbanas”, escreve. A autora destaca ainda aspectos como a centralidade das pessoas e seu papel de sujeitos no processo, o compartilhamento de conhecimentos que supera formas autoritárias, a intencionalidade estratégica nos processos educativos, que busca transformar a realidade cotidiana e da sociedade, os processos emancipatórios contra opressão e os valores éticos, como coletividade e solidariedade.
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