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Primeira unidade internacional da Fiocruz é inaugurada

Escritório sediado em Moçambique é marco da nova fase de cooperação entre o Brasil e os países africanos.
Maíra Mathias - EPSJV/Fiocruz | 23/10/2008 09h00 - Atualizado em 01/07/2022 09h47


Consolidar a atuação internacional da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Esse é o objetivo do primeiro Escritório de Representação da Fundação em solo estrangeiro, inaugurado em Maputo, capital de Moçambique, dia 17 de outubro. Além de facilitar a articulação das cooperações já existentes no continente, dando ênfase aos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (Palops), a nova unidade dará suporte à implantação de uma fábrica de medicamentos, que será doada pelo governo brasileiro àquele país. Estiveram presentes na inauguração o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e o presidente da Fiocruz, Paulo Buss.



Segundo Anamaria Corbo, coordenadora da Cooperação Internacional da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), “o escritório funcionará como um ponto focal para fortalecer as ações de cooperação internacional que temos com a África. É uma estratégia importante para favorecer o processo de comunicação,  acompanhando e fazendo a articulação de todas as ações da Fiocruz”. Além de Moçambique, atualmente a EPSJV desenvolve ações de cooperação técnica com Angola, Cabo Verde e Guiné-Bissau.



Na inauguração da nova unidade, Lula, Temporão e Buss reforçaram o apoio brasileiro à implantação da Fábrica de Medicamentos de Moçambique. Com investimento total de US$21,5 milhões - sendo R$10 milhões doados diretamente pelo governo brasileiro e o restante proveniente de programas de fomento da União Européia (UE) -, a fábrica de Maputo auxiliará no combate a dois problemas locais: a falta de assistência para as vítimas de AIDS e a falta de medicamentos em geral. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), Moçambique só consegue oferecer tratamento adequado à 5,7% da população infectada pelo vírus HIV. A fábrica moçambicana deve começar a produzir já em 2009.



No que se refere a esse projeto, o papel da Fiocruz será cooperar com o Ministério da Saúde de Moçambique transferindo tecnologia. Especialistas do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) já estão envolvidos na ação, que deve durar três anos. Até que esse processo esteja concluído, três tipos de medicamentos para a AIDS serão enviados a granel e embalados no país africano. Outras ações previstas são a oferta de cursos para a área de saúde e o intercâmbio na área de produção de vacinas e kits de diagnósticos.



A intensificação das cooperações da Fiocruz no continente africano ainda inclui a criação de escolas técnicas e a criação de cursos técnicos e de pós-graduação, que formem profissionais de saúde qualificados para enfrentar os principais problemas de saúde pública que afligem as populações daqueles países.