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Projeto propõe redução de jornada e salários em momentos de crise

PL, que tramita na Câmara dos Deputados, quer normatizar uma lei que já existe, da década de 1960.
Raquel Júnia - EPSJV/Fiocruz | 13/04/2010 08h00 - Atualizado em 01/07/2022 09h47

Está na ordem do dia da sessão da Câmara dos Deputados desta terça-feira, dia 13 de abril, a votação do projeto de lei 2295/2000, que limita em 30 horas semanais o trabalho dos enfermeiros. De todo o Brasil já partiram rumo à Brasília caravanas de trabalhadores para acompanhar a votação da proposta. A presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Rio de Janeiro, Mônica Carris, conta que um projeto que estipula a carga horária dos trabalhadores da enfermagem está sendo discutido há 40 anos e que a mobilização da categoria pelas 30 horas é ainda mais antiga.



Atualmente, de acordo com Mônica, como não há regra, cada instituição tem um regime de trabalho diferente, o que faz com que em alguns lugares os profissionais cheguem a trabalhar 50 horas semanais. Diferente do que acontece com os enfermeiros, ela lembra que já em 1966, uma lei garantiu jornada de trabalho de 24 horas para os médicos e em 1999, esta carga horária diminuiu para 20 horas no serviço público.



"O nosso código de ética diz que não podemos deixar pacientes sozinhos, então, existe um assédio moral muito forte para que o profissional dobre o plantão e quem não faz isso é visto como a pessoa que não colabora", diz.



A presidente do sindicato afirma que os enfermeiros têm adoecido mais como consequência de jornadas estafantes de trabalho. Entre as doenças comuns à categoria estão problemas de varizes, tuberculose e problemas psicológicos.



"Queremos ter qualidade de vida para garantir um atendimento melhor à população. A carga para um enfermeiro é muito pesada, está todo o tempo na linha de frente, não descansa. Por isso achamos que não só os enfermeiros, mas toda a população também merece essa jornada de 30 h".